O
presidente da República afirmou a sua intenção de adotar “decisões que devam
ser tomadas”, sem explicar exatamente quais sejam elas, apenas justificando
que teria o respaldo do exército de 200 milhões de pessoas.
O presidente
brasileiro afirmou precisamente que “Sempre tenho falado das quatro linhas
da Constituição. Tenham certeza: se preciso for, e cada vez mais parece que
será preciso, nós tomaremos as decisões que devam ser tomadas. Porque, cada vez
mais, eu tenho um exército que se aproxima dos 200 milhões de pessoas nos
quatro cantos desse Brasil (sic)”.
O mandatário
disse que “Não podemos esperar chegar 23, ou 24, e olhar para trás e nos
perguntarmos a nós mesmos o que nós não fizemos para que chegássemos a essa
situação difícil de hoje em dia. Nós somos a maioria, a democracia é vocês,
vocês têm que dar o norte para todos nós”.
O presidente
também repetiu velho e surrado bordão de que a disputa eleitoral deste ano se
refere à luta entre o bem e o mal, tendo voltado a criticar países
sul-americanos governados pela esquerda.
Certamente
que o mandatário talvez quisesse alertar os brasileiros quanto aos gravíssimos perigos
da esquerdização do Brasil, que realmente seria verdadeiro desastre, em termos
de qualidade de vida, em especial quanto à iminência da perda dos direitos humanos
e das liberdades individuais e democráticas, uma vez que o pré-candidato da
esquerda à Presidência da República já prometeu que irá implantar, no Brasil, o
calamitoso Regime Comunista da China.
Em que
pese o presidente do país ter afirmado que tem o apoio de quase 200 milhões de
pessoas no país, essa assertiva não passa de estrondosa falácia, uma vez que a rejeição
ao seu desempenho é bastante elevada, que dificilmente ele conseguiria o apoio
expressivo para a adoção de medidas golpistas, conforme é o “jeitão” da sinalização
como ele se reporta, de forma enigmática, sobre o que deseja implantar para a correção
das questões que atormentam, por certo, os rumos da sua reeleição.
Ou seja,
o presidente da República não conta, a bem da verdade, com o “exército” que ele
imagina que dispõe, pelo menos, no número alarmante de 200 milhões de
brasileiros, porque certamente muitos deles são da oposição e outros são
terrivelmente contrários às medidas de exceção, exatamente porque elas ferem de
morte os princípios constitucional, republicano e democrático, que são próprios
de governos ditatoriais, que merecem o repúdio da sociedade moderna, evoluída e
civilizada.
É preciso
enxergar com bastante preocupação o anúncio das medidas pretendidas pelo
mandatário da nação, uma vez que elas só podem resultar em algo estapafúrdio e
golpista, à vista da falta de transparência como deve quando se trata de governo
honesto, verdadeiro e justo, que nada faz sem o prévio consentimento da
sociedade e no interesse dela, evidentemente em harmonia com os princípios constitucionais,
que são os únicos instrumentos jurídicos capazes de assegurar a legitimidade
dos atos da administração pública voltada exclusivamente para a construção do
vem comum da sociedade.
Sim é extremamente
preocupante a forma como o presidente do país pretende impor aos brasileiros,
na marra e no grito, como fazem os governos totalitários, em sintonia como foi
feito o anúncio acima, porque, se fossem medidas agradáveis e do interesse da população,
elas teriam sido reveladas exatamente por ocasião do pronunciamento dele.
À toda
evidência, não se pode esperar medidas salutares, sobre o interesse dos projetos
políticos pessoais do presidente, com vistas à reeleição, que são colocadas
acima dos interesses nacionais.
A verdade
é que o anúncio dessas medidas não surpreende mais ninguém, porque elas vêm
sendo maturadas há bastante tempo e ainda não foram adotadas porque ele não
contava com o respaldo do Centrão, grupo político que é seu aliado no Congresso
Nacional, que certamente agora tenha decidido garantir respaldo necessário para
a implantação de algo sujo, que o beneficia diretamente, aproveitando os
reiterados argumentos que ministros do Supremo Tribunal Federal joga fora das
quatro linhas da Constituição e agora ele pode fazer o mesmo expediente absurdo
e irregular, como se um erro justificasse a prática de outro fora da finalidade
específica do interesse público.
É preciso
ficar muito cristalino que o presidente da República de governo democrático
somente pode adotar medidas que se conforme com os ditames constitucionais e seja
precisamente para a satisfação do interesse da sociedade, ou seja, fora disso
elas são consideradas abusivas e causadoras de lesão aos princípios que alicerçam
os pilares da República e da democracia.
Ao fazer menção
no sentido de que a “... a democracia é vocês, vocês têm que dar o norte
para todos nós”, sem indicar precisamente o objeto ao qual ele se refere,
mas mesmo assim acha que a decisão sobre o assunto deve ter o apoio do povo, o
presidente do país mostra o quanto de irresponsabilidade há no seu propósito,
em termos de gestão pública, que pretende que o povo resolva sobre algo absolutamente
inexistente, que, por enquanto, somente existe na cabeça atormentada dele.
Por fim,
causou perplexidade e arrepio na pele, a forma entusiástica como a turba de
apoiadores fanáticos do presidente do país o aplaudia, aos gritos em elevação de
cada palavra pronunciada por ele, mostrando exatamente sintonia fina com o
pensamento, possivelmente golpista dele, dando a entender que não importa qual
medida venha a ser adotada, mesmo que ela tenha por propósito o sentido da
contramão dos salutares princípios democráticos, a se imaginar, de antemão, diante
da falta de transparência sobre a informação do que realmente se trate o seu
conteúdo.
Urge que os
brasileiros, conscientes do seu dever cívico e patriótico, repudiem, com
veemência, toda e qualquer medida que possa ser adotada pelo presidente da República
que não esteja devidamente amparada na Constituição Federal, senão em estrita harmonização
com os princípios jurídicos que atendam exclusiva e perfeitamente o interesse
público.
Brasília,
em 26 de junho de 2022
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