O pré-candidato
à Presidência da República, pelo PDT, foi alvo de notícia crime, por parte das
Forças Armadas, conforme declaração do ministro da Defesa, em razão de o político
ter dito que essa instituição é conivente com o crime organizado na Amazônia.
As Forças
Armadas acusam o pré-candidato de “incitar, publicamente, animosidade entre
as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições
civis ou a sociedade. Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de
ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que
estas merecem do público”, com incurso nos crimes previstos nos arts. 286,
parágrafo único, do Código Penal e 219 do Código Penal Militar.
O pedetista
se disse “surpreendido por uma nota agressiva e intempestiva do comando das
Forças Armadas, que, além de descontextualizar o que afirmei em entrevista à
CBN, ameaça-me com notícia crime, equivocadamente baseada nos artigos 286 do
Código Penal e 219 do Código Penal Militar”.
O pré-candidato
entende que a nota emitida pelo ministro da Defesa evidencia o grau de
politização das Forças Armadas, tendo negado generalização sobre a instituição
militar.
Ele
assegurou que, “Em nenhum momento, disse que as Forças Armadas, enquanto
instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa. Afirmei
– e reafirmo – que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age
na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança
possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão”.
O
político disse ainda que responder à pergunta feita a ele foi forma
de exercer o direito à liberdade de expressão, “sem excesso ou qualquer
discurso de ódio. Muito menos com desrespeito a uma instituição que prezo e defendo”.
É preciso
que a verdade seja dita, uma vez que, em entrevista a uma rádio, o
pré-candidato afirmou precisamente o contrário do que afirma acima, de que o presidente
do país destruiu as bases de comando e controle na Amazônia e que isso
transformou a região em uma "holding de crime", tendo afirmado
também que o "narcotráfico é claramente protegido por autoridades
brasileiras, inclusive as Forças Armadas" e que "não
aconteceria se isso não fosse verdadeiro", ou seja, isso que está escrito
diz literal e taxativamente que essa instituição é conivente com a bandidagem
do narcotráfico.
O pré-candidato
afirmou que "O que ele faz pela Amazônia? Ele destruiu as precaríssimas
estruturas de comando e controle, desmontou o ICMBio, desmontou a Funai,
desmontou o Ibama, destruiu a capacidade operacional das Forças Armadas, que
não tem efetivo, verba, que não tem tecnologia para administrar uma imensa
faixa de fronteira seca, toda uma malha de igarapés, rios, riachos, bacias, e
isso acabou transformando o território nessa holding do crime".
Em
seguida, o ministro da Defesa repudiou as declarações do mencionado político e
afirmou que as "acusações levianas afetam gravemente a reputação e a
dignidade das instituições.”, tendo comunicado que havia apresentado
notícia-crime ao procurador-geral da República, com vistas à apuração de
supostos crimes de “incitar, publicamente, animosidade entre as Forças
Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a
sociedade e propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a
dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem
do público”.
Diante
disso, o pré-candidato afirmou, em contestação à aludida defesa, que “Em
nenhum momento disse que as Forças Armadas, enquanto
instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa. Afirmei
- e reafirmo - que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age
na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança
possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão".
O político
disse que a resposta em apreço, “mais uma vez, explicita o grau de
politização do atual comando das Forças Armadas, tenta distorcer a crítica que
fiz ao notório descontrole que impera, em áreas da Amazônia".
O
pré-candidato alegou que exerceu o seu "direito de liberdade de
expressão, sem excesso ou qualquer discurso de ódio" e que respeita as
Forças Armadas, "Inclusive, afirmei, na mesma entrevista, que os
militares são elementos essenciais a um Projeto Nacional de Desenvolvimento,
além de ressaltar a importância do fortalecimento das Forças Armadas em um
possível governo que eu venha a presidir".
O
político criticou o ministro da Defesa, tendo afirmado que o militar vem se
"notabilizando por tentativas de interferência no processo político".
O pedetista
aproveitou o ensejo para fazer referência indireta ao presidente do país, ao
mencionar que "Não me surpreende, portanto, que a iniciativa desta ação
política contra mim -e contra a minha candidatura- parta de um Ministro da
Defesa que, possivelmente obedecendo ordens de seu comandante supremo, vem se
notabilizando por tentativas de interferência no processo político. Como fez,
recentemente, em relação ao Tribunal Superior Eleitoral. Vale lembrar que, há
pouco tempo, este mesmo ministro disse autoritariamente ao TSE que vai indicar
nomes de militares para fiscalizar as urnas".
À toda
evidência, esse político não honra a dignidade da atividade política, que tem
como essência a verdade, porque, se ele fosse correto mesmo, sustentaria o que
disse sobre as Forças Armadas, nestes temos: “o narcotráfico é
claramente protegido por autoridades brasileiras, inclusive as Forças Armadas
e que não aconteceria se isso não fosse verdadeiro".
Ou seja,
o pedetista afirma, de forma categórica, que os militares dessa instituição protegem
o narcotráfico, mas agora, depois da “paulada” desferida pelo ministro da
Defesa, com o ingresso de notícia crime, ele vem dizer, de forma ensaboada, que,
verbis: “Em nenhum momento disse que as Forças Armadas, enquanto
instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa.”, o
que isso não é verdade, porque contradiz a declaração inicial, transcrita acima.
Comparando
a afirmação original, que deu ensejo à notícia crime, quando ele disse que as
Forças Armadas protegem o narcotráfico, para agora vir afirmar que nunca
declarou que as Forças Armadas se envolveram com holding criminosa, fica muito
claro que esse político não honra nem dignifica a própria palavra, ficando
muito claro que ele é realmente autêntico político tupiniquim, que mente por
conveniência e não tem coragem de confirmar a sua palavra, quando faz afirmação
sobre algo e depois a nega, como fazem as pessoas medrosas.
Se bem
que é verdade que ele não disse que as Forças Armadas estariam envolvidas com
os criminosos, porque ele, no discurso inicial, disse mesmo foi que as Forças
Armadas protegem o narcotráfico, conforme consta transcrito acima.
Ou seja,
trata-se de pessoa de duas palavras, que são ditas conforme a sua conveniência
política, só que, nesse caso, o tiro saiu pela culatra, quando as Forças
Armadas exigiram que ele engolisse o desaforo e a agressão descabidos contra instituição
que não é política e prima pela integridade do seu nome, como forma de preservação
da sua dignidade, que realmente merece respeito dos brasileiros.
A verdade
é que a honra, o conceito e a dignidade das Forças Armadas estariam sendo jogados
na lama se a instituição tivesse ficado calada, se passando por mouca, depois
de tão gravíssima acusação vinda logo de pessoa que mostra, com as negativas
não ser digna sequer de ser candidato a cargo público algum, quanto mais ao da
maior relevância de presidente da República.
Por seu
turno, não tem o menor cabimento a alegação de que ele, ao declarar o que bem
entende, inclusive agredir a honra de instituição púbica séria e digna, teria o
respaldo do consagrado direito da liberdade de expressão, para dizer o que quisesse,
inclusive para distorce a verdade e manchar a imagem das Forças Armadas, com absurda
afirmação de que elas estariam protegendo o narcotráfico, como se isso pudesse
ter a proteção de princípio que tem por finalidade somente de elevação das coisas do bem e dos bons princípios,
em harmonia com a valorização e a grandeza da humanidade.
Na
realidade, seria até verdadeira incoerência o emprego da liberdade de expressão
para servir de biombo para alguém puder tentar denegrir a honra e a dignidade
das Forças Armadas, mediante gravíssima acusação absolutamente inverídica,
porque certamente o político não tem como provar que essa instituição, conforme
assegurou no seu discurso irresponsável, proteja traficantes de drogas na
Amazônia.
Os verdadeiros
brasileiros, atentos aos princípios da verdade, do bom senso e da racionalidade,
precisam repudiar, com veemência, as declarações absurdas desse pré-candidato à
Presidência da República sobre as Forças Armadas, inclusive aproveitando o
ensejo para conhecer melhor a sua verdadeira índole de político que não prima
pela verdade dos fatos e ainda não tem escrúpulo para negar as suas afirmações.
Brasília,
em 25 de junho de 2022
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