sexta-feira, 10 de junho de 2022

Desumanidade?

 

Vem circulando nas redes sociais imagem grotesca de um jumento encimado pelo presidente da República, sob a mensagem de que os seguidores dos dois principais candidatos à corrida presidencial ficam discutindo e digladiando inutilmente, enquanto os candidatos estão passeando à vontade, evidentemente que a imagem do animal representa o outro candidato.

Como não poderia diferente, com todo respeito a quem pensa em sentido contrário, essa triste ideia diverge de quem professa os princípios cristãos, sob a égide do verdadeiro amor ao próximo, na saudável forma do sublime ensinamento disseminado por Jesus Cristo, de que amai ao próximo como a si mesmo.

Convém que se tenha sensibilidade humana para não aceitar gesto visivelmente de deboche e gozação ao ser humano, por mais desprezível que se possa imaginar que alguém possa ser, porque isso não condiz com o respeito mútuo que precisa coexistir no âmbito da sociedade evoluída e civilizada.

Não há a menor dúvida de que isso constitui verdadeiro desrespeito ao ser humano, cujo envolvido até pode ser normalmente tratado como inimigo político, mas isso não dar o direito a ninguém de tratá-lo com desdém ou desrespeito, até mesmo sob a forma representada como animal, que é o caso da caricatura, absolutamente imprópria, no atual contexto político, de bastante disputa.

Essa forma de tratamento não faz o menor sentido, à vista de que a imagem que foi apresentada traduz, em si, visível indelicadeza e só demonstra irracionalidade por parte de seus autores e compartilhadores, por mostrarem algo que não se compadece com a realidade da vida, quando o verdadeiro propósito é mesmo o de ridicularização do ser humano e nada mais, tendo como objetivo forma desnecessária de sarcasmo político, que somente contribui para o empobrecimento do embate político-eleitoral.

Fica o sentimento de que essa maneira aborrível de compreensão humana procura alimentar situação que somente serve para tornar o ser humano mais insensível e menos compreensível para com o seu semelhante, não importando a índole de quem quer que seja, porque isso só contribui para a geração de rixas, desentendimento e disputas desnecessárias, que não levam senão ao estremecimento das relações sociais, em prejuízo do anseio do progresso da humanidade.

É preciso se atentar para o fato de que, ao homem foi concedido o livre-arbítrio para agir livremente, na sua trajetória de vida, podendo inclusive resultar práticas viciadas, porque elas são inevitáveis também na política, evidentemente em contrariedade aos salutares princípios civilizatórios, por meio de condutas recrimináveis pela sociedade, porém esta não tem a incumbência senão a corrigir-se a si própria, sabendo que existem os mecanismos incumbidos para o exercício desse mister, com relação àqueles cometerem crimes.   

Há esperança de que Deus fortaleça o amor das pessoas, para que seus corações consigam acomodar o real sentimento de acolhimento ao próximo, na compreensão de que nenhuma fraqueza humana possa ser compensada com o escárnio nem a gozação desumanos, apenas em troca do ódio e do rancor, porque nada disso serve para o anteparo ou o saneamento das deficiências humanas.  

É evidente que esse é o pensamento de quem defende o respeito entre os homens, no sentido de que não é justo querer para os outros aquilo que não se deseja para si, ou seja, é preciso que haja compreensão no sentido de que prevaleça o respeito mútuo, como forma de preservação da integridade do ser humano.

Brasília, em 10 de junho de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário