terça-feira, 21 de junho de 2022

Desonestidade

 

A dívida de um senador por Rio de Janeiro, que foi reconhecida na via judicial, ultrapassa dos três milhões de reais, mas a Justiça não conseguiu encontrar nenhum bem no nome dele, exatamente porque os imóveis dele foram transferidos para nomes de laranjas, precisamente com a finalidade de se evitar a penhora e consequente alienação.

À toda evidência, a pessoa que é representante do povo não tem o menor pudor para assumir a responsabilidade por seus atos, não só deixando de honrar seus compromissos de dívidas, mas providenciando a ilegalidade do registro de seus bens em nome de terceiros, como forma de dificultar o trabalho da Justiça e, o pior, deixando de pagar as suas dívidas.  

É por isso que a política brasileira tem péssima fama de maus políticos, por acomodar no seio do poder Legislativo personalidades com índoles deformadas, permitindo que pessoas desonestas, ou mais precisamente criminosos de colarinho branco, possam se esconder sob o manto da imunidade parlamentar, em cristalino aproveitamento das prerrogativas do cargo para deixar de pagar as suas dívidas.

Em virtude de atitude vergonhosa como essa e de muitos outros procedimentos desonestos análogos, urge que seja feita verdadeira limpeza na administração pública brasileira, para o fim da eliminação da vida pública de muitos aproveitadores que infelizmente ainda são apoiados pelo povo, que não se esforça para a melhoria da qualidade das atividades políticas.

A verdade é que a falta de interesse dos eleitores tem como consequência a pior qualidade dos trabalhos do Congresso Nacional, que existe exatamente para trabalhar em defesa dos interesse da população, mas ali vem acontecendo o contrário do que seria a sua real finalidade, quando muitos mandatos são ocupados por aproveitadores e oportunistas, que têm como propósito a exclusiva defesa de seus projetos políticos, ou seja, de suas causas pessoais.

Brasília, em 21 de junho de 2022

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