domingo, 12 de junho de 2022

Inutilidade?

 

Um senador apareceu em vídeo que circula nas redes sociais, exclusivamente para fazer críticas ao comportamento de ministros do Supremo Tribunal Federal, quando eles ficam participando de eventos como simpósios e congressos e neles, criticam autoridades da República, em forma de movimento que afronta a dignidade dos cargos que eles ocupam.

Segundo o senador, a ética funcional manda que os ministros do Supremo somente devem se pronunciar nos autos, evitando fazer comentários que fogem à sua competência constitucional.

É evidente que o posicionamento do senador até pode ter pertinência, mas, enfim, o que adianta ele censurar e fazer veementes críticas aos atos e comportamentos públicos dos ministros do Supremo?

À toda evidência, isso não contribui para absolutamente nada, porque não passa de perda de tempo em exposição inepta do que realmente está errado.

E daí, o que isso acrescenta ou diminui em termos de mudança das atitudes de ministros, porque eles sabem perfeitamente o que estão fazendo e fazem exatamente para incomodar?

Convém, como medidas interessantes e necessárias, que o senador, na qualidade de representante do Legislativo, não tivesse dito absolutamente nada, mas se dignado a providenciar mais do que imediatamente a elaboração de proposta normativa visando coibir abuso de autoridade, no exercício do cargo, e punir, se for o caso, os desvios cometidos pelos membros da corte, porque é exatamente disso que está precisando, de norma jurídica para sancionar quem não respeita os ditames constitucionais.

O que o senador fez foi apenas seguir os péssimos parâmetros de outras autoridades da República, que têm enorme dificuldade para reconhecerem que seus discursos vazios de conteúdos e de objetividade somente têm o condão de confessar as suas indiscutíveis incompetências e inutilidades como servidores públicos, que ficam gastando seu precioso tempo com futilidades, falando somente para as moscas do deserto, se é que lá tem insetos.

É preferível que o senador e as demais autoridades públicas se conscientizem de que esse discurso inócuo não leva a absolutamente nada, servindo apenas para mostrar aos ministros do Supremo que muitas autoridades da República são um bando de incompetentes que apenas têm a sensibilidade para se incomodarem com os erros alheios, mas são completamente incapazes de vislumbrarem medidas que poderiam contribuir para pôr limites aos abusos de autoridade, de poder e de visíveis desvios funcionais, em confronto com os ditames constitucionais, mesmo sabendo que quem critica tem competência constitucional para apresentar de proposta legislativa capaz de sanear aquilo que é errado.

É lamentável a patente pobreza de produção dessas autoridades sem nenhuma iniciativa funcional, que somente demonstram afinidade com imensa capacidade para reclamar e criticar, como forma de inutilidade de não se resolver absolutamente nada, porque tudo fica no mesmo, quando o seu dever constitucional incumbe a adoção de medidas com capacidade para o saneamento das falhas reclamadas por elas.

Essa fornada de políticos com mentalidade inepta e desatualizada, que nada produz em benefício do interesse público e que somente aproveita o mandato para usufruir as benesses do poder, precisa ser mudada pelos eleitores, com urgência, uma vez que a finalidade política tem como pressuposto a efetividade e a produtividade de medidas que justifiquem o exercício de cargo público eletivo.

Brasília, em 12 de junho de 2022

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