O presidente da República afirmou que,
no país, há tantos “ladrões do dinheiro” como “nova classe de ladrão”,
que quer roubar a liberdade do povo.
Ele fez apelo ao povo, no sentido de que
“(...) vocês cada vez mais se interessem por este assunto. Se precisar
iremos à guerra, mas eu quero um povo ao meu lado consciente do que está
fazendo e por quem está lutando”.
O presidente do país voltou a
defender a posse e o porte de armas de fogo e declarou, de forma enfática, que
“todas as ditaduras no mundo começaram a partir de uma campanha de
desarmamento da população. Com meu governo, a posse e o porte de arma de fogo começaram
a ser realidade. Todas as ditaduras começaram com uma campanha de desarmamento
do seu povo, assim foi no Chile.”.
Em decisivo aceno à base fiel de seus
eleitores, o presidente do país voltou a se posicionar contra o aborto e o que
chama de “ideologia de gênero”.
Na ocasião, o presidente do país
afirmou que “Nos afastamos da corrupção. Estamos há três anos e meio sem
falar disso. Sempre digo, se aparecer corrupção em nosso governo, que pode acontecer,
nós ajudaremos a esclarecer os fatos. Mas corrupção orgânica nunca mais”,
sem mencionar as suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação, onde
um gabinete paralelo de pastores atuava na liberação de recursos a prefeituras,
e a investigação feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid,
onde havia suspeitas de corrupção, mas o presidente nada fez, com vistas às pertinentes
investigações.
Nesses dois casos muito explorados
pela imprensa o presidente do país perdeu excelente oportunidade para provar
que realmente não existe corrupção no governo, bastando apenas a determinação,
na forma da lei, para a apuração dos fatos suspeitos de corrupção, de mas ele preferiu,
estranhamente, apenas pôr panos quentes e nada fazer, o que não ficou nada
bonito para quem apregoa regularidade na gestão pública.
O certo é sempre investigar, mesmo tendo
certeza absoluta sobre a regularidade, porque a apuração tem o condão de certificar
a assertiva, quanto mais que se trata de exigência legal nesse sentido.
Do discurso acima, sobressai a
infeliz ideia de que “se preciso, iremos à guerra”, porque é exatamente a
última medida que um verdadeiro estadista poderia imaginar para seu povo, na
forma de se tentar solucionar problemas com a concordância da intensificação de
conflitos.
Por mais grave que o país se encontre,
atolado mesmo em severa crise, da pior espécie, nunca é demais lembrar que o presidente
do país jamais deve nem pode fazer apologia à guerra e se solidarizar com esse pensamento
mórbido e infeliz de guerra, como agenda política de governo, mesmo que isso se
vislumbre como medida necessária, porque todo conflito precisa ser evitado, a
qualquer custo, em especial por parte do mandatário da nação, que deve fazer o
possível e o impossível para que o país esteja sempre em paz.
O presidente do país precisa ter
equilíbrio, serenidade e responsabilidade, para nunca sugerir ao povo que se
arme para a guerra, porque quem pensa assim não faz a menor ideia quanto às suas
graves consequências, em forma de destruição e desestruturação da nação,
especialmente pelo fato de nenhum conflito possa contribuir para a solução,
quando a via normal e recomendável para o saneamento de problema é a
diplomacia, o diálogo ou a busca do entendimento e da concórdia.
A verdade é que somente o estadista
com mentalidade bélica na cabeça seria capaz de fazer apologia à guerra, uma
vez que a sua missão instituição só tem cabimento para a paz e manutenção da
ordem pública, como forma salutar da construção permanente delas, como forma de
contribuir para a ordem pública e o bem da sociedade, precisamente na forma preceituada
na Constituição brasileira.
Urge que os brasileiros, no âmbito da
consciência cívica e patriótica, repudiem os apelos insanos por apoio à guerra,
porque a intrínseca índole do Brasil é somente de muita paz, sendo que ela
somente se preserva com o pensamento voltado para bons propósitos de harmonia e
pacificação entre as pessoas, como forma de se assegurar a felicidade de todos e a
ordem pública.
Brasília, em 5 de junho de 2022
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