quarta-feira, 15 de junho de 2022

A sangria do açude do Canadá

 

O distinto conterrâneo Lindon Johnson Figueiredo postou, no Facebook, vídeos e fotografias, a propósito, em especial, da sangria do açude do sítio Canadá, tendo escrito a seguinte mensagem: “Bom dia, neste momento estou na Fazenda Canadá, na Casa Grande de Teodoro Figueiredo. Este casarão que tem muitas histórias desde 1833, que foi construída.”.

Quase nunca resisto às fotos relacionadas com as minhas origens e as ricas imagens panorâmicas do meu querido e sempre inesquecível Canadá, local que conheço palmo a palmo de suas entranhas territoriais, me deixaram bastante emocionado, com lágrimas nos olhos, por me fazerem voltar aos longínquos e saudosos tempos da minha feliz infância.

Naquela época, eu vivenciava de muito perto tudo isso exatamente como acontece agora, como foi ricamente narrado e descrito nos vídeos,  e ainda usufruía das belezas da natureza, com o entusiasmo de menino alegre e ávido por tudo de maravilhoso que era o verdadeiro encanto das águas rolando na sangria do velho açude, onde eu me banhava nele todo santo dia.

Não fico só saudoso por ter tido a felicidade de ter sido partícipe desses saudáveis momentos proporcionados pela natureza, pela dádiva divina de boas chuvas, capazes da irrigação de águas em abundância, a permitirem o transbordo da sua capacidade de depósito, que também ajuda a captar muitos peixes, que reproduzem e enriquecem em importância a vida desse majestoso açude.

Fico também muito alegre em sentir que a vida passa com os anos, mas os fantásticos fatos se repetem exatamente como naquele maravilhoso passado distante dos anos cinquenta e sessenta, que me faziam muito feliz, em viver cercado do prazer diante de tudo isso que se repete agora, com o mesmo sentimento entusiástico de outrora, inclusive com a fartura de peixes, que eu também pegava e juntava com as mãos, sem necessidade de equipamentos apropriados para a pesca, em emocionante diversão de se pescar facilmente muitos e de variadas espécies.

Lembro-me que havia enchente tão forte que ninguém passava, por momento, diante do grande volume das águas, cuja força da correnteza impedia a passagem de pessoas e animais.

Enfim, agradeço a Deus, pela generosidade de mandar chuvas em abundância, para proporcionar essa maravilha da natureza, em renovação da felicidade a espargir, em especial, em meu coração, por puder sentir no peito a alegria de tudo aquilo que vivi na impressionante infância, no saudoso sítio Canadá, que se eterniza ainda mais na minha vida.

Agradeço ao querido amigo Lindon Johnson, por produzir belíssimos imagens e fotos de lugares e momentos agradabilíssimos do lindo Canadá, mostrando os encantos e as belezas de verdadeiro paraíso terrestre, além de ajudar a imortalizar a sua grandeza de lugar sempre sagrado para mim.

Parabéns!

Logo em seguida à postagem da minha mensagem, o amigo Lindon Johnson escreveu o seguinte texto, que me deixou bastante envaidecido: “Meu amigo, filho ilustre deste Casarão. O senhor pelo carinho e afeto por este Casarão e pela Fazenda Canadá, não só considero o senhor como filho ilustre, como também proprietário das riquezas que este Casarão tem até hoje. Peço a Vossa Excelência quando vim a nossa Uiraúna-PB, venha visitar o Casarão. Nós vamos fazer uma reforma quando pará as chuvas.”.

Em demonstração de carinhoso agradecimento, eu disse ao caríssimo amigo Lindon Johnson que tinha ficado muito honrado com a sua generosidade de me tornar espécie de patrono honorífico dessa relíquia do casarão do sítio Canadá, que tem a sublime simbologia de dignificar não somente a minha modesta pessoa, que realmente nasci na sua dependência, mais precisamente no primeiro quarto frontal à direita.

Não na qualidade de filho ilustre, como foi dito por ele, mas me reconheço como sendo principal defensor e amante das suas relevâncias histórica e arquitetônica provenientes da época colonial que representa o admirável casarão.

Na ocasião, em tom de brincadeira, eu pedi, se me permito e se isso fosse possível, a dispensa de carinho especial para o meu primeiro e único berço, porque amo todas as dependências do casarão, mas o meu primeiro aconchego é sempre especial.

Na última vez que estive no casarão, com a sua honrosa presença, caro Lindon Johnson, não foi possível visitá-lo, porque ele estava trancado e não foi encontrada a chave da fechadura.

Pois bem, essa sua deferência honra e distingue muito mais, de forma mui especial, a família Fernandes dos meus antecedentes, que, por tanto tempo, imagino, habitou esse sagrado lar, que é, sem sombra de dúvidas, guardião de lindas e ricas histórias de importantes vidas e que eu, por deferência divina, me orgulho de representá-la, imagino, com o consentimento de todos da família que igualmente amam o nosso eterno e sacrossanto lar.

Sim, com muito prazer que nunca fui em Uiraúna sem visitar meu lar de amor eterno, que seria o mesmo, comparando em grau de importância, que ir a Roma e não visitar o Vaticano.

Muito obrigado por seu especial carinho à minha pessoa, estimado Lindon Johnson.

Brasília, em 15 de junho de 2022

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