terça-feira, 27 de setembro de 2022

A melhoria da educação!

 

Uma pesquisa mostrou a triste realidade de que o Brasil desperdiça 40% do talento de suas crianças, no sentido de que apenas 60% do capital humano potencial, nascido em 2019, será alcançado ao completar 18 anos.

Os cálculos fazem parte de estudo inédito do Banco Mundial, sob o título Human Capital Project, iniciativa lançada para servir de alerta aos governos quanto à importância do investimento em pessoas, mais especificamente em educação.

O relatório mais recente do Plano Nacional de Educação (PNE), divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), em 24 de junho, revela que 35 indicadores apresentados no documento estão com nível de execução menor do que 80%.

Este ano é o 8º do PNE, proposto em 2014, com vistas a 2024, como parâmetro de como a educação brasileira está no prazo de 10 anos.

Faltando apenas dois anos do fim do referido período, seria plausível que todos ou quase todos os indicadores tivessem alcançado o percentual, mas o resultado é bem diferente do planejado, porque, de 56 indicadores, a estimativa é de que apenas 43 conseguiram chegar a pelo menos 50% do esperado, fato este que é considerado pelo Inep como "avanço limitado" da educação brasileira, durante a vigência do PNE.

Outro dado que chama a atenção são as taxas de proficiência escolar, medida pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Inep, cuja avaliação é feita no 2º ano do ensino fundamental, que mostra que apenas 34,2% dos estudantes, nesse estágio, podem ser considerados alfabetizados na língua pátria, ou seja, no caso, na língua portuguesa, e somente 31,7% estão no nível desejado de compreensão matemática.

Não bastassem os dados do item anterior, o atendimento escolar de crianças entre 6 e 14 anos retrocedeu para o nível anterior ao PNE, isto é, a taxa de cobertura caiu abaixo de 96% pela primeira vez em 10 anos, sendo que a meta do Plano é de que todas as crianças nessa faixa etária estejam na escola, sem exceção.

De acordo com a Unesco, quatro em cada cinco países do mundo destinam menos de 1% do Produto Interno Bruno (PIB) para investimentos em pesquisas científicas, com destaque para a China e os Estados Unidos, que concentram 60% da produção.

No Brasil, a porcentagem é de 1,26%, contra 1,79% da média mundial.

O valor investido pelo governo federal, em 2020, em ciência e tecnologia foi de R$ 17,2 bilhões, que é menor do que o montante aplicado em 2009, na cifra de R$ 19 bilhões.

A verdade é que a educação brasileira, mostrada no ensaio acima, pode ser comparada a uma colcha de retalhos interligada em frangalhos, que vem pedindo socorro há bastante tempo, mas só encontra, em todos os governos, ouvidos surdos e olhos míopes, incapazes de compreenderem a necessidade mais do que urgente de priorização quanto aos cuidados na sua reformulação estrutural.

A educação brasileira, além de padecer da relegação a planos secundários, tende a piorar ainda mais com o passar do tempo, porque ela já se encontra agonizando, sobrevivendo sob aparelhos, ante a sua precariedade, envolvendo todos os níveis do ensino.

A educação brasileira clama por apadrinhamento que entenda sobre a sua valorização como instrumento capaz de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico.

É preciso que sejam construídas bases sólidas para a educação do país, desde o ensino básico ao superior, envolvendo as instituições públicas e privadas, destinadas às mudanças necessárias de modernidade e aperfeiçoamento do ensino, em todos os níveis, porque o sistema atual só conspira contra a inteligência e a competência dos governos, que não se envergonham de patrocinar políticas deficientes e atrasadas, em especial, na educação, que, se aprimorada, pode sim se tornar sinônimo de desenvolvimento, todos os matizes da sociedade.

Diante do exposto, concito os verdadeiros brasileiros que se conscientizem sobre a urgente necessidade de se exigir dos governantes a melhoria da educação, de modo que sejam priorizadas as políticas capazes de revolucioná-la em harmonia com a grandeza do Brasil e dos brasileiros.

               Brasília, em 27 de setembro de 2022

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