sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Reavaliação da candidatura?

 

Após o debate presidencial promovido por uma televisão, integrantes da campanha do principal candidato da esquerda estão reavaliando a ida dele a outros encontros, com a finalidade de não ter que enfrentar, com a exposição nacional, um dos principais temas que incomodam muitíssimo o político, que tem sido o seu calcanhar de Aquiles, ou seja, o tema da corrupção, que foi bastante explorado pelo presidente da República, no primeiro debate.

A equipe de campanha ainda irá decidir sobre a participação do candidato nos próximos debates presidenciais, com exceção do promovido pela principal rede de televisão do país, que será o último antes do primeiro turno das eleições.

A equipe de campanha alega que se trata de tema “espinhoso', mas a cúpula pretende levar o foco para as questões referentes à economia, no caso de comparecimento aos próximos debates.

De acordo com a equipe, o candidato não pretende levar o debate "ao pântano" que, na opinião dele, seria uma zona de conforto para o presidente do país, que tem como estratégia, que não poderia ser diferente, a exploração da corrupção, tanto nas redes sociais como nas entrevista.

Um dos integrantes da equipe, entende que a exploração do tema corrupção "Só interessa a quem não tem propostas ficar falando do passado", esquecendo ele que não seria nada diferente se essa configuração estivesse delineada em lado contrário.

Por seu turno, a presidente nacional do partido afirmou que achou "satisfatória" a resposta que o candidato deu ao presidente do país, dizendo que "Ele falou sobre os seus processos, falou o que aconteceu, que foi perseguido para não ser presidente da República. Acho que foi bem satisfatório.".

Ela afirmou ainda que a postura mais ofensiva do presidente do país "não surpreendeu" e que o seu candidato não foi ao debate para "ficar se confrontando" com o chefe do Executivo.

A presidente do partido concluiu, afirmando que "O que foi colocado no debate ele respondeu no tempo certo, na hora certa, sem fazer esse confronto que era o que nós não queríamos".

É importante se enfatizar que, em entrevista ao Jornal Nacional, o principal líder da esquerda brasileira, candidato à Presidência da República, admitiu a existência de corrupção na Petrobras, quando esteve no governo, mas procurou minimizar a gravidade do assunto, tentando demonstrar que as irregularidades só vieram à tona porque a gestão dele criou mecanismos de investigação de irregularidades.

Esse fato não é verdade, porque os esquemas criminosos no governo dele, em especial do petrolão, somente foram desvendados graças ao trabalho eficiente e competente da Operação Lava-Jato, independentemente dos referidos mecanismos de investigação.

Na verdade, esse tema chamado corrupção deveria mesmo massacrar o candidato, especialmente nesta campanha eleitoral, uma vez que, em nenhum outro momento, ele esteve na mesa de debate para encará-lo na forma como ele exige e merece, uma vez que é considerado um dos principais envolvidos, conforme mostram os resultados das investigações levadas a efeito pela Polícia Federal, coligidas em processos respaldados pelo Ministério Público Federal, sendo que alguns foram julgados pela Justiça, que proferiu importantes decisões, determinando a prisão de criminosos de colarinho branco e a devolução de dinheiro roubado aos cofres da Petrobras.

Em país com o mínimo de seriedade político-administrativa, esse tema precisa sim ser objetivo de exploração, com a maior minudência, não somente como forma de prestação de contas à sociedade e à Justiça, mediante os devidos esclarecimentos e justificativas sobre o modus faciendi, mas, em especial, sobre às medidas preventivas que ainda se fazem necessárias, com vistas à eliminação de casos semelhantes e futuros.

A verdade é que o resultado do debate mostrou que o candidato da esquerda foi realmente massacrado com as perguntas sobre a costumeira corrupção que grassava no seu governo, à vista, em especial, dos escândalos do mensalão e do petrolão, fazendo com que ele tenha se tornado perfeito “saco de pancada” dos demais candidatos, diante das acusações de promotor de atos corruptivos, tendo acontecido o mais grave que ele foi incapaz de refutá-las com argumentos plausíveis, salvo de apenas afirmar que existiam mecanismos de investigação, no seu governo, que, ao contrário, só contribuíram para a permissividade das monstruosas irregularidades com o uso do dinheiro público.

O certo é que o candidato ficou absolutamente extasiado, sem palavras, tendo sido massacrado com as perguntas do presidente do país, que aproveitou para jogar todos os podres dele para os telespectadores, tendo dito, mais de uma vez, que ele não tinha moral alguma para acusar ou se referir aos erros dos outros, pois não passava de “ex-presidiário”. 

É evidente que o tema referente à corrupção precisa sim ser sempre debatido em todos os encontros de presidenciáveis, com a devida profundidade e especificidade, enquanto as suas finalidades políticas, as suas verdadeiras causas e os seus detalhamentos operacionais não forem completamente colocados à luz solar, como forma de transparência que é própria da gestão pública, para que isso sirva de prestação de contas para a sociedade, que precisa compreender toda a malignidade intrínseca da engenhosidade empreendida por seus mentores, de modo que os eleitores possam se inteirar sobre tamanha estratégia criminosa empregada para o desvio de montanhas de recursos públicos, em prejuízo dos interesses da sociedade.

A verdade é que não se percebe, de forma clara, a menor sensibilidade por parte do candidato para a gravidade do problema que representou a corrupção no governo dele, quanto à sua compreensão no sentido que isso faz parte da essência da desonestidade na gestão pública, quando o homem público de verdade precisa se envergonhar de ser acusado de ser corrupto, quando carrega no ombro processos penais, à vista das várias denúncias na Justiça, sob suspeitas de prática de irregularidades com dinheiro público, conquanto há casos que ainda pendem de julgamento.

Essa grave situação é fator preponderante para macular a participação de qualquer candidato em debate presidenciais que esteja sendo acusado de malversação de dinheiro público, porque a única alternativa dele é provar o contrário, que é algo dificílimo para quem já foi até julgado e condenado à prisão, por conta da imputação a ele da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na realidade, a única condição básica para o homem público não ser acusado de nada é ter a ficha limpa, evidentemente sem qualquer implicação com a Justiça, por conta de suspeitas da prática de atos irregulares, na vida pública, porque isso é indiscutivelmente incompatível com o exercício de cargo público eletivo, sob o prisma dos princípios republicano e democrático.

Enfim, é muito importante sim que o candidato da esquerda seja sempre lembrado, em especial, nos debates, dos atos de corrupção no governo dele, exatamente para se avivar, de forma enfática, que é condição sine qua non do candidato a cargo público eletivo estar em situação de imaculabilidade perante a sua consciência cívica e a sociedade.

Isso vale dizer que ele não pode ter qualquer processo na Justiça para participar de atividades políticas nem com pendência de julgamento de ações penais, porque isso é visível aceno de impedimento quanto à necessidade da apresentação da ficha corrida de bom cidadão, em especial, com relação à vida pública.

Enfim, diante de tudo que condiz com a falta de explicações e justificativas sobre os esquemas criminosos havidos no governo do principal candidato da esquerda, na verdade, não se trata em se reavaliar a ida do candidato a outros encontros presidenciáveis, com a finalidade de não ter que enfrentar questões relacionadas com a corrupção, mas sim de avaliar a condição dele como candidato à Presidência da República, enquanto ele não apresentar detalhada e minudente prestação de contas à sociedade e à Justiça sobre seus atos na vida pública, uma vez que é do seu dever como homem público provar a licitude de seus atos, na vida pública.   

À vista do exposto, urge que os verdadeiros brasileiros se conscientizem de que é importante que seja eleito o presidente da República que satisfaça plenamente os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, como forma de valorização da grandeza do Brasil e dos brasileiros, sob o prisma dos princípios republicano e democrático. 

          Brasília, em 2 de setembro de 2022

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