O
deputado federal que foi condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, por
ter esculhambado os ministros e a própria corte e depois foi anistiado pelo
presidente da República, postou mensagem informando que estaria liberado para
disputar o cargo de senador pelo Rio de Janeiro.
Pois
bem, no Estado Democrático de Direito, parece não restar a menor dúvida de que
o parlamentar está hábil a participar do pleito eleitoral, como candidato ao
cargo de senador.
Agora,
salta aos olhos a índole anticivilizatória desse cidadão, que demonstrou
monstruosa estupidez, ao agredir, com o extremo da ignorância e da
incivilidade, autoridades da República, não importando as condições de
credibilidade delas, porque isso não vai ao caso, uma vez que a brutalidade
animalesca protagonizada pelo parlamentar só demonstra o firme desejo de fazer
justiça com as próprias mãos, fato que evidencia abuso de autoridade e
principalmente flagrante desrespeito ao decoro parlamentar.
Invocando
os princípios do estado democrático, na forma da civilidade própria de país
sério e evoluído, em termos político-democráticos, o parlamentar poderia
mostrar seu completo inconformismo contra as autoridades agredidas por ele,
apenas adotando as medidas necessárias no âmbito da competência atribuída nos
limites e em sede constitucionais, o que vale dizer que ele poderia, legal e
racionalmente, representar, por exemplo, contra abusos de autoridade ou outra
forma agressiva praticada por autoridades da República, naquilo que se
caracterizasse como violação aos princípios civilizatórios e democráticos, tudo em harmonia com os princípios humanitários.
Em
síntese, uma pessoa com o instinto animalesco demonstrado, de forma
absurdamente explícita, como ele deixou isso muito evidente, que não tem a
mínima condição para representar a sociedade civilizada, o que significa dizer
que aquele que vota nele se torna insensível às causas humanitárias e, ao mesmo
tempo, cúmplice com as barbaridades e estultices praticadas deliberadamente por
ele, como se isso fosse algo indiscutivelmente normal, quando o que ele fez
fica na compreensão de condenáveis desumanidades e incivilidades.
Convém
que os brasileiros evitem apoio a políticos que desrespeitam os comezinhos
princípios democráticos e de civilidade, como no caso típico desse parlamentar,
que é possuidor de instinto selvagem, insensato, incivilizado e desumano, que
não tem a mínima sensibilidade para o real sentido de sociabilidade, por
entender que precisa corrigir o mundo, por conta própria, desrespeitando as
regras de civilidade, quando convém que ele primeiro se conserte, em especial
sobre a imperiosa necessidade de ser apenas gente normal como todas as pessoas civilizadas,
que precisam compreender e respeitar os direitos do seu próximo.
Esperam-se
que os eleitores do Rio de Janeiro tenham o discernimento de eleger candidatos
sensatos, civilizados e humanos, de modo a se eliminar da vida pública os
políticos que sejam exemplo de intolerância, desumanidade e insensibilidade aos
direitos do seu próximo.
Brasília,
em 23 de setembro de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário