sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Digam não à incivilidade!

 

O deputado federal que foi condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, por ter esculhambado os ministros e a própria corte e depois foi anistiado pelo presidente da República, postou mensagem informando que estaria liberado para disputar o cargo de senador pelo Rio de Janeiro.

Pois bem, no Estado Democrático de Direito, parece não restar a menor dúvida de que o parlamentar está hábil a participar do pleito eleitoral, como candidato ao cargo de senador.

Agora, salta aos olhos a índole anticivilizatória desse cidadão, que demonstrou monstruosa estupidez, ao agredir, com o extremo da ignorância e da incivilidade, autoridades da República, não importando as condições de credibilidade delas, porque isso não vai ao caso, uma vez que a brutalidade animalesca protagonizada pelo parlamentar só demonstra o firme desejo de fazer justiça com as próprias mãos, fato que evidencia abuso de autoridade e principalmente flagrante desrespeito ao decoro parlamentar.

Invocando os princípios do estado democrático, na forma da civilidade própria de país sério e  evoluído, em termos político-democráticos, o parlamentar poderia mostrar seu completo inconformismo contra as autoridades agredidas por ele, apenas adotando as medidas necessárias no âmbito da competência atribuída nos limites e em sede constitucionais, o que vale dizer que ele poderia, legal e racionalmente, representar, por exemplo, contra abusos de autoridade ou outra forma agressiva praticada por autoridades da República, naquilo que se caracterizasse como violação aos princípios civilizatórios e democráticos,  tudo em harmonia com os princípios humanitários.

Em síntese, uma pessoa com o instinto animalesco demonstrado, de forma absurdamente explícita, como ele deixou isso muito evidente, que não tem a mínima condição para representar a sociedade civilizada, o que significa dizer que aquele que vota nele se torna insensível às causas humanitárias e, ao mesmo tempo, cúmplice com as barbaridades e estultices praticadas deliberadamente por ele, como se isso fosse algo indiscutivelmente normal, quando o que ele fez fica na compreensão de condenáveis desumanidades e incivilidades.

Convém que os brasileiros evitem apoio a políticos que desrespeitam os comezinhos princípios democráticos e de civilidade, como no caso típico desse parlamentar, que é possuidor de instinto selvagem, insensato, incivilizado e desumano, que não tem a mínima sensibilidade para o real sentido de sociabilidade, por entender que precisa corrigir o mundo, por conta própria, desrespeitando as regras de civilidade, quando convém que ele primeiro se conserte, em especial sobre a imperiosa necessidade de ser apenas gente normal como todas as pessoas civilizadas, que precisam compreender e respeitar os direitos do seu próximo.

Esperam-se que os eleitores do Rio de Janeiro tenham o discernimento de eleger candidatos sensatos, civilizados e humanos, de modo a se eliminar da vida pública os políticos que sejam exemplo de intolerância, desumanidade e insensibilidade aos direitos do seu próximo.

Brasília, em 23 de setembro de 2022

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