Dados da
mais recente pesquisa Ipec, encomendada por uma emissora televisiva, divulgados
ontem, “apontam que 67% dos brasileiros se interessam pelas eleições que
ocorrerão em outubro para escolher presidente, governador, senador e deputados.
Já os que dizem ter pouco ou nenhum interesse somam 33%”.
Dos
eleitores favoráveis às eleições, 38% disseram ter muito interesse nas eleições,
e outros 29% afirmaram ter interesse médio, enquanto entre os desinteressados,
19% disseram ter pouco interesse e, 14%, nenhum interesse.
O interesse
pelas eleições aumenta junto com a renda dos eleitores, segundo a pesquisa,
porquanto o percentual de eleitores que ganham mais de cinco salários mínimos e
disseram estar muito interessados é de 52% e os que têm interesse médio somam 27%,
totalizando 79%.
Já entre as
pessoas que ganham até um 1 salário mínimo, apenas 37% dizem estar muito
interessados e 26% têm interesse médio, totalizando 63%.
O Ipec
informou que, na aludida pesquisa, foram ouvidas 2.512 pessoas, no período de 9
a 11 do fluente mês, compreendendo 158 municípios, quando existem mais de 156
milhões de eleitores habilitados ao voto e mais de 5.600 municípios, no
território brasileiro.
À
toda evidência, o notícia em tela mostra, mais uma vez, verdadeiro acinte à
inteligência dos brasileiros, ante a afirmação proposital de que “67% dos
brasileiros se interessam pelas eleições que ocorrerão em outubro (...)”.
Conforme
foi declarado acima, a pesquisa de que se trata somente ouviu 2.512 pessoas, o
que é bem diferente da consulta aos brasileiros, que se conduziria à natural ilação
de que “67% dos brasileiros” consultados pelo do Ipec, no caso 100% da
população, teria abrangência sobre todos os brasileiros, o que não tem nada de
verdade nisso, quando a análise só poderia calcar sobre a ínfima quantidade de
2.512 pessoas.
Os
veículos de comunicação precisam criar vergonha e sentimento de honestidade,
para somente informarem notícias verossímeis, que tenham condições de confrontação
quanto aos dados capazes de sustentarem a verdade, diferentemente da informação
acima, que se baseia em pesquisa com abrangência em 2.512 pessoas como se ela
tivesse sido feita sobre o universo dos brasileiros, o que não é verdade.
Ora, em
se tratando de estatística, a análise do assunto de que se trata precisa cinge-se
à vontade refletida pelas pessoas ouvidas, no caso, à das 2.512 pessoas, não
tendo a menor razoabilidade que o sentimento deixado por elas se estenda para a
abrangência da totalidade dos brasileiros, porque essa não é a base científica
exemplar, em termos estatísticos, para a definição permitida para a conclusão
de determinado tema, ante a existência de múltiplas variantes, principalmente
as peculiares sobre o assunto enfocado.
No caso
em comento, fica muito feio, horroroso mesmo, aproveitar a pesquisa realizada
entre 2.512 pessoas para se concluir que 67% dos brasileiros têm interesse
pelas eleições, quanto apenas 1.683 pessoas consultadas fizeram essa afirmação,
o que demonstra a materialização de clamorosa mentira, na certeza de que os ingênuos
vão acreditar em grosseira e mentirosa manipulação feita sob interesse escuso,
que somente merece repulsa, para mostrar a falta de escrúpulo da emissora, que precisa
apenas transmitir informações verdadeiras para a sociedade.
À toda
evidência, há visível interesse em distorcer a verdade, quando, a pretexto de
pesquisa encomendada, informar situação que não reflete a realidade, eis que
67% dos brasileiros resultariam em 145 milhões de pessoas, quando a pesquisa só
consultou 2.512 pessoas, que são absolutamente incapazes de representarem a população
do Brasil.
No caso,
o que custa se informar a verdade sobre os fatos, quando não pega bem se transformar,
com visível desvio da verdade, meras 2.512 pessoas na população brasileira,
para mais de 217 milhões de pessoas, que são representadas por tão poucas centenas
de pessoas?
Sim, é
preciso sublinhar essa forma nada correta e até irresponsável forma de informação,
que pode levar à demonstração de haver interesses em distorcer a verdade,
quando se aproveita pesquisa para mostrar dados inverídicos sobre assunto de
suma importância para a sociedade, ainda mais em plena campanha eleitoral,
quando a democracia cobra honestidade e verdade sobre os fatos da vida.
Convém
que os brasileiros repudiem, com o máximo de rigor, a tentativa de manipulação
da verdade, quando se aproveitam meros dados de pesquisa para mostrar resultados
inverídicos, como se isso fosse normal.
Brasília, em 14 de setembro de 2022
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