Circula
nas redes sociais vídeo onde o candidato a vice-presidente da República, na chapa
do principal candidato da esquerda, pronunciou mensagem, tempos atrás, quando,
evidentemente, ele ainda era adversário político do agora aliado, que andam de
mãos dadas, mas, no passado não muito distante, o seu entendimento sobre o amigo
de coligação política era de absoluta desaprovação.
A
mensagem a seguir tem a contundência da exata personalidade descrita por ele
sobre o seu companheiro na campanha eleitoral,
pondo bastante autenticidade nas suas palavras, naquilo que realmente
representa o político companheiro de chapa, por ter mostrado o preciso modelo
de homem público em decadência moral, de tal modo que tamanha excrescência, nas
afirmações dele, não teria a mínima condição de representar, em termos
políticos, os brasileiros honrados, honestos e dignos.
Eis
a mensagem pronunciada e publicada em vídeo pelo candidato a vice-presidente do
principal partido da oposição, ipsis litteris: "O Lula é o PT. O
Lula é o retrato do PT. Partido envolvido com corrupção, sem compromisso com as
questões de natureza ética, sem limites. É muito triste o que nós estamos
vendo. O que a sociedade espera é que seja apurado com o devido absoluto rigor
e se faça Justiça!".
É
óbvio que o político estava se referindo ao envolvimento do seu atual
companheiro de chapa no deplorável escândalo do petrolão, que aconteceu
exatamente na gestão dele, cujo desvio de conduta foi motivo de reprovação não
só porte dos políticos honrados, mas também da sociedade digna e honesta.
Por
força das investigações pertinentes, o agora titular da chapa foi julgado e condenado
à prisão, diante da comprovada prática dos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, tendo cumprido parte da pena, antes de as sentenças terem
sido anuladas por fajutas manobras de interpretação do Supremo Tribunal
Federal, sem o devido exame de mérito dos objetos das ações penais, o que vale
dizer que os atos e fatos causadores da
caracterização de improbidade administrativa, pelo mencionado político, permanecem,
na atualidade, intocáveis na forma de crime contra administração pública.
Isso
é motivo sim para a incompatibilização do exercício de cargo público eletivo,
que exige a comprovação dos requisitos de conduta ilibada e idoneidade, no
exercício de cargo público.
Infelizmente,
esse político que pretende ser vice-presidente da República, absolutamente sem
caráter, é o retrato fiel de muitos homens públicos brasileiros, que mudam de
mentalidade ao sabor das suas conveniências, só se importando com o que for do
seu interesse, obviamente em claro detrimento das causas públicas.
É
de se ver que os fatos denunciados por ele, mostrando a sua brutal indignação
quanto à deplorabilidade da situação denunciada na época, dizem com a
degeneração moral do partido e igualmente do seu principal líder, quando ele
afirma, com absoluta convicção, que o partido e o seu principal representante
estavam mergulhados em verdadeiro mar de corrupção, com conotação de direta afronta
aos princípios republicano e democrático.
Ou
seja, tudo isso que foi definido, com muita propriedade, pelo político, que
depois perdeu a dignidade para a vida pública, continua em plena validade,
visto que os fatos motivadores das críticas dele não se alteraram em nada no
curso de tempo, até agora, mas, mesmo assim, ele hoje é companheiro de chapa à
Presidência da República, como se nada tivesse acontecido de desastroso, em
termos de improbidade administrativa.
Esses
fatos foram muito bem enaltecidos, com bastante competência, no discurso dele,
o que só demonstra a índole de extrema vileza por parte dele, no que diz
respeito às verdadeiras atividades políticas, por ele não ter tido o menor
escrúpulo em se associar, voluntariamente, à pessoa que ele tanto recriminava
como sendo sem moralidade, por reconhecer que o seu aliado de agora era
autêntico símbolo da corrupção e da falta de compromisso com os princípios
éticos e morais.
Agora,
no auge da campanha eleitoral, o ex-governador se pronuncia sobre antigos vídeos
com críticas que ele fazia ao agora seu amigo de chapa e que vêm sendo
utilizado por adversários para atacar o comportamento dele e do partido da
coligação.
Diante
disso, o candidato a vice-presidente afirma que as suas declarações do passado estão
sendo utilizadas pelo adversário “para confundir o povo. Naquela época
muitos de nós formos iludidos por um julgamento que depois a própria justiça
anulou porque foi parcial e suspeito. Hoje está provado que Lula foi preso
injustamente”.
Neste
ponto, o candidato à vice-presidência falta com a verdade, ao tentar induzir à interpretação
de que o julgamento teria sido parcial e suspeito, levando o criminoso a ser
condenado injustamente, o que não é verdade, porque a anulação das sentenças
condenatórias se deu por entendimento errôneo no sentido de que a jurisdição de
Curitiba era incompetente para julgar o político, motivando a anulação das
condenações, sem exame de mérito dos atos criminosos propriamente ditos,
praticados pelo político, mas determinando que os processos pertinentes fossem
novamente julgados, agora na jurisdição da Justiça federal, em Brasília.
Ou
seja, os atos criminosos referidos no discurso inicial dele, conforme texto transcrito”
acima, estão ainda em plena validade, em que, se ele entendida que o “Partido
envolvido com corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem
limites. É muito triste o que nós estamos vendo.”, todo esse quadro de muita
tristeza continua do mesmo jeito do passado, em que a mácula do candidato a
presidente do país se mantém perfeita e vigente, uma vez que, mesmo que tivesse
relevância o julgamento imparcial e injusto, nada disso teria influência nos
atos criminosos praticados pelo político, porque eles aconteceram em data bem
antes do julgamento, o que vale dizer que a decisão viciada não altera a
autoria dos atos criminosos.
Enfim,
os esclarecimentos adicionais do candidato a vice somente confirmam o seu
compromisso com a verdade, que é aquela que disse nos vídeos, porque as suas declarações
têm consonância com o que realmente aconteceu, na prática, no governo do agora
aliado dele, cujos atos não condizem com as atividades sadias da administração
pública, que ele deixou muito claro, no seu discurso de repúdio.
A
verdade é que não existe intenção alguma para confundir o povo, quando se
mostram a corrupção na gestão pública, porque ele, que é o eleitor, precisa
tomar conhecimento sobre os fatos verdadeiros, em forma de transparência e
prestação de contas à sociedade, na forma da lei, com relação aos acontecimentos
na administração pública, que é exatamente o contrário o que vem fazendo
político sem compromisso com a verdade sobre os atos da vida pública.
Diante
desses fatos lastimáveis, espera-se que os verdadeiros brasileiros, no âmbito
da responsabilidade cívica e patriótica, possam interpretar o exato sentimento
exposto no discurso do político sem polimento, para a compreensão de que o
Brasil não merece ser governado por homens públicos sem princípios, que
desprezam as condutas ética e moral, porque elas são incompatíveis com o
exercício de cargos públicos, que exigem o máximo de respeito à idoneidade e à
imaculabilidade na gestão pública.
Brasília,
em 20 de setembro de 2022
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