domingo, 11 de setembro de 2022

Repúdio à intolerância?

 

Possivelmente em razão do calor da campanha eleitoral, as pessoas estão buscando alimentar o sentimento mais aguçado de amor aos seus candidatos ou até mesmo à sua ideologia política, em expressa e manifestação de sentimentos desarrazoados inerentes à sensibilidade humana, quando acham bonito e normal comparar o seu semelhante a animal irracional.

Nesse caso, elas chegam a perder completamente o sendo de respeito ao seu próximo, a exemplo de caso acontecido com pessoa que participava da minha amizade na internet, que teve a insensibilidade de compartilhar vídeo com mensagem extremamente agressiva ao ser humano, ao chamá-lo de gado, que é vil apelo de manifestação de desapreço ao nosso semelhante, caso em que o sentimento isonômico exige o máximo de tolerância e respeito.

Nessa mensagem continha clara menção agressiva, ao se vangloriar sobre a menção a “gado”, naturalmente se referindo aos seguidores do presidente do país, em clara disposição de denegrir a imagem das pessoas, somente porque elas têm preferência política por alguém, nas mesmas condições, em sentido contrário, de direito de quem censura e critica essa forma de escolha, posto que se trata de forma de comparação bastante pejorativa e agressiva a animal bovino, com forte insinuação de evidência de inegável sentimento de superioridade por parte de quem critica, com relação aos seus adversários políticos.   

Imaginei ali que a mensagem que a pessoa compartilhara, na forma do texto com muita clareza, queria atingir os seguidores do presidente do país como sendo "gado" e isso só demonstra menosprezo ao ser humano, porque ninguém gostaria de ser comparado a vaca, boi, bezerro ou touro, que é tudo a mesma coisa que gado.

Foi quando eu resolvi encerrar a amizade com essa pessoa, que é forma sim da continuidade do respeito à ideologia defendida por ela, no âmbito dos direitos humanos da liberdade de pensamento e ideário, porque sei que isso precisa ser recíproco é verdadeiro, diante dos direitos assegurados constitucionalmente, no sentido de que o respeito à dignidade das pessoas é dever igualmente assegurado para todos nós, como forma de amor ao próximo

Isso vale dizer que essa pessoa tem todo direito de se manifestar como bem quiser e eu, do mesmo modo, também tenho o direito de me relacionar com quem eu entender que essa relação, nas redes sociais, é saudável e confortável para mim, em respeito aos comezinhos princípios humanos como assim defendo, além do que isso pode mostrar, de forma efetiva, para as pessoas que o livre-arbítrio é sim direito sagrado do ser humano, mas o respeito entre as pessoas faz parte desse importante conceito de civilidade.  

Exatamente porque sei, muito conscientemente, que ninguém gosta de ser comparado a animal irracional, como se isso fosse absolutamente normal para quem se imagina que está acima do bem e do mal, e isso não faz bem para a continuidade da amizade, em rede social, de quem prima pelo respeito à dignidade da sua individualidade e do seu semelhante, razão por que eu decidi informar-lhe que não tinha mais interesse em manter amizade com ela, na internet, e assim a dei por encerrada, a partir daquele momento.

É muito  estranho, porque isso não passa de paradoxo, em que muitas pessoas, por motivo meramente ideológico, queiram se imaginar ser o suprassumo em algo que é efêmero e que apenas faz a defesa de causa que inclui, sem justificativa, a agressão ao seu semelhante, na presunção de que só o pensamento delas é o melhor e o mais perfeito de todos.

 Como é desanimador que as pessoas, sem o menor pudor, possam comparar o seu semelhante como animal bovino, que é forma direta de indelicadeza e desrespeito ao sentimento individual, quando todos têm o mesmo direito de nutrir, em reciprocidade ideológica, por seu candidato, na forma sagrado do direito assegurado pela Constituição, à vista das mesmas condições de direitos e obrigações que tem cada pessoa, de ter livre preferência e escolha de agir como cidadão, sem necessidade alguma de menosprezo, como a que se refere a mensagem em foco.

Ante o exposto, penso deixar a saudável lição de que é direito dos cidadãos a normal disseminação de seus pensamentos e ideias, cuidando, para tanto, de respeitar, em igualdade de condições, os melhores sentimentos de valorização do ser humano, sob a consciência da preservação do sagrado princípio de civilidade, que é essencial ao fortalecimento dos relacionamentos social e de cidadania, que abrangem também repúdio à vocação de ódio e vingança contra o ser humano.         

Brasília, em 11 de setembro de 2022

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