terça-feira, 27 de setembro de 2022

Amor à democracia?

 

O principal candidato da esquerda à Presidência da República afirmou que falta pouco para liquidar a disputa no primeiro turno, tendo pedido a apoiadores que batalhem para conquistar votos e prometido fazer mais do que em seus dois primeiros mandatos.

Ele disse que "Estamos a um passo da vitória em 2 de outubro. Falta um tiquinho, só um tiquinho. Nesses poucos dias que restam, é preciso trabalhar para conquistar o voto de todas e de todos, daqueles que amam a democracia", em evento que contou com a participação de artistas e personalidades brasileiras e estrangeiras, que manifestaram apoio ao petista, de forma presencial ou por mensagens de vídeo.

O candidato afirmou que "Todas as eleições que eu participei eu tentei ganhar no primeiro turno. Todas, as minhas e as da Dilma (Rousseff). A gente sempre quis ganhar. Não pensa que a gente gosta de ir para o segundo turno, a gente gosta é de ganhar, a gente gosta é de ganhar no primeiro turno. Mas esse ano é o ano que nós estamos mais arrojados. Vocês estão mais maduros, mais politizados".

É bem possível que o candidato esteja se baseando em pesquisas que afirmam a preferência de pessoas consultadas por empresas especializadas, nas quais apontam que ele teria atingido 48% das intenções de voto das pessoas consultadas, à vista do resultado informado pelo Ipec, contra a preferência de apenas 31% a favor do seu principal opositor.

Na ocasião, o candidato também apontou pontos fracos do seu principal adversário na corrida presidencial, tendo afirmado que "chega de desvios" de recursos da saúde, da educação e de áreas como o combate à violência contra as mulheres, para o financiamento do "orçamento secreto", que vem sendo questionado, uma vez que, nele, há falta de transparência sobre os beneficiários e a destinação dos recursos.

Não há a menor dúvida de que assiste pleno direito ao candidato da oposição em puder se entusiasmar com a afirmação de quase vitória, já no primeiro turno, certamente tendo apenas por base pesquisas realizadas que variam entre duas mil a seis mil pessoas, que nem há a certeza se elas são realmente eleitoras.

A propósito, impende se afirmar que existem, no Brasil, mais de 156 milhões de eleitores habilitados, espalhados em todo o território nacional, conquanto muitas regiões mostrem acentuada preferência para candidato diferente, a exemplo do Nordeste, que tende a apoiá-lo, mas, no Sul, isso se inverte, havendo dificuldade de definição, em termos do peso eleitoral, fato este que mostra certa temeridade em se afirmar vitória antes da abertura das urnas.

Nesse caso, parece bastante arriscado que o candidato venha cantar vitória antes dos resultados das urnas, porque ele pode ser surpreendido, principalmente porque a impressão que se tem é a de que as pesquisas de ruas não confirmam a simpatia do povo pela volta da esquerda ao poder, diante do seu trágico legado deixado de herança para os brasileiros, com as mazelas na gestão pública, notadamente no que se refere aos temíveis escândalos protagonizados com os desvios de recursos públicos, consistentes nos notórios esquemas do mensalão e do petrolão, cujos fatos foram investigados por órgãos competentes e julgados pela Justiça, que sentenciou muitas roubalheiras aos cofres públicos.     

É evidente que as referidas precariedades da gestão dos recursos públicos precisam ser levadas em conta, neste momento crucial da história do Brasil, em que os brasileiros honrados e dignos anseiam por mudanças e renovação na administração pública, de modo que o país seja presidido somente por quem tenha condições de provar, perante a Justiça e a sociedade imaculabilidade na vida pública, contrariamente ao que se refere ao candidato da esquerda, que responde a vários processos penais na Justiça e já foi condenado à prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em razão de não ter conseguido provar a sua inculpabilidade com relação às denúncias sobre a suspeita da prática de improbidade administrativa, além de outras ações criminais que pendem de julgamento.

Esses lamentáveis fatos evidenciam, a bem da verdade, que o candidato da esquerda somente teria condições de praticar atividades políticas depois de limpar seu nome perante a Justiça, mediante a prestação de contas sobre todos os casos ainda pendentes de julgamento, porque é exatamente assim que procedem os verdadeiros homens públicos, em respeito à dignidade e à honra não somente dos eleitores, mas também, em especial, do Brasil, que não merece nem pensar em ser presidido por quem não consegue provar nem preencher os essenciais requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, porque são condições sine qua non para o exercício de cargo público eletivo, notadamente quando ele diz respeito ao maior posto da nação.

Por seu turno, o apelo do candidato da esquerda por mais votos se reporta àqueles “que amam a democracia”, quando, na verdade, os brasileiros que valorizam os princípios democráticos têm motivos suficientes para o distanciamento dele, levando-se em conta que todas as atrocidades que aconteceram no passado, nos governos da esquerda, tiveram o indevido respaldo da democracia, precisamente com relação aos desvios de recursos públicos; aparelhamento da máquina pública, com a distribuição de ministérios e empresas estatais a partidos políticos, em troca de apoio no Congresso Nacional, na forma inescrupulosa do “toma lá, dá cá”; inchamento do serviço público com apaniguados sindicalistas; aumento incontrolável da dívida pública; financiamento de obras em outros países comandados por ditadores cruéis e desumanos; taxa elevada de desemprego; expressiva diminuição da arrecadação; falta de obras de impacto; entre tantas outras deficiências e desqualificações que contribuíram para impactar o desenvolvimento do país e prejudicar a melhoria de vida dos brasileiros.

À toda evidência, o atual quadro político que disputa a Presidência da República não pode ser considerado à altura da importância, da grandeza e dos valores do Brasil, mas certamente a volta da esquerda ao poder seria a pior desgraça que os próprios brasileiros poderiam fazer para tornar isso realidade, à vista do conhecimento da gama de ruindades e maldades concentradas no mais deslustrado candidato ao cargo presidencial, em termos de moralidade, diante, em especial, de seus indiscutíveis atributos, predicativos de ex-presidiário, pela prática de crimes contra a administração pública, além de responder a outros processos penais, inclusive os que tiveram as sentenças judiciais condenatórias anuladas, não por exame de mérito, mas sim por incompetência de jurisdição, algo injustificado e inusitado na Justiça.

Em síntese, o conjunto dos fatos funestos atribuídos à autoria do candidato da esquerda somente conspira contra os princípios republicano e democrático, porquanto a essência deles é exatamente a busca da perfeição e da imaculabilidade na prática dos atos políticos e administrativos, algo que inexiste nas suas práticas na vida pública, conforme mostram os fatos, mesmo diante de somente possíveis suspeitas, que, mesmo assim, elas precisam ser refutadas, em forma da comprovação de elementos em contrário, não se permitindo que os processos se acumulem na Justiça, sem a menor preocupação com a limpeza do nome do denunciado, que é algo sagrado para os verdadeiros homens públicos, que respeitam intransigentemente a dignidade e a honra dos eleitores e da pátria.

O contrário disso, somente sobreleva a falta do decoro e da autoridade moral dos brasileiros que ainda não perceberam o quanto de desgraça representam o apoio e a defesa de político em plena decadência moral, à luz dos fatos nefastos atribuídos a ele, que não se esforça em limpar seu nome junto à Justiça e à sociedade, uma vez que esta não se conforma com a praga que é a prática política por quem não condiz com os princípios da administração pública.

Apelam-se por que os brasileiros que amam o Brasil sejam conscienciosos com o seu voto, não permitindo que a esquerda volte ao poder, à vista do seu triste e melancólico legado que poderá ser ainda pior para o país e o seu povo, diante das circunstâncias em que o sistema se encontra totalmente favorável aos esquemas criminosos, à vista dos fatos da vida, que mostram a condescendência com as práticas delituosas, em favorecimento da bandidagem e da impunidade.                   

Brasília, em 27 de setembro de 2022

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