quinta-feira, 22 de setembro de 2022

O melhor para o Brasil

 

O jurista que foi um dos autores do pedido de impeachment da presidente da República afastada pela prática do crime de responsabilidade declarou que apoia à eleição do principal candidato da esquerda.

Segundo o jurista, a eleição do seu candidato “é importante para impedir qualquer ação de Bolsonaro para se manter no poder”, caso seja derrotado no pleito eleitoral.

Ele disse que “Decidi pelo voto em Lula porque o Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro, com ameaças de golpe, ataques ao Supremo Tribunal Federal e total falta de empatia com os mais sofridos”.

O jurista declarou que “(...) Diante do atual cenário, a gente tem que pensar o que é melhor para o país. O Brasil precisa de estabilidade e calmaria. Mais quatro anos de Bolsonaro no poder é tudo que o país não precisa”.

 Sim, é preciso se pensar, por ocasião do voto, no melhor para o Brasil, mas, para tanto, convém, precipuamente, se aquilatar todos os aspectos circunstanciais ao candidato, não somente se ele ataca as instituições, ameaça à democracia, tem empatia com as pessoas, mas, em especial, também outros aspectos, em especial aqueles relacionados com as suas formas de competência administrativa e observância aos princípios republicanos, em sintonia com os atributos do honestidade, da probidade, da moralidade, do decoro etc., porque é o conjunto das qualidades e dos defeitos que realmente capacitam a sua escolha como o melhor para o país.

É evidente que o jurista não se manifestou sobre os atributos do candidato dele, no que diz respeito à conduta dele na vida pública, quando ele se depararia com a deplorável situação de que, no governo dele, foram implantados os terríveis esquemas de corrupção da história mundial, no que se refere à lastimável materialização dos escândalos do mensalão e do petrolão, de triste memória nacional.

A despeito ainda que o candidato dele foi julgado e condenado à prisão, pela prática dos crimes de corrução passiva e lavagem de dinheiro, exatamente pela constatação sobre o recebimento de propinas, em que pese as respectivas sentenças tenham sido anuladas, por força de fajuta interpretação da Justiça, segundo a qual o juízo de origem não tinha competência jurisdicional para julgá-lo, lembrando que não houve exame do mérito dos atos criminosos, o que vale dizer que os objetos das denúncias à Justiça estão com plena validade, ou seja, a suspeita do recebimento de propinas está viva0 nos autos, aguardando novo julgamento.

Que brasileiro é esse que, com tamanha capacidade intelectual de jurista, entende que candidato que não consegue provar a sua inocência quanto às suspeitas de crimes contra a administração pública, sendo absolutamente incapaz de atender aos requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, possa ser o melhor para o Brasil?

É pena que muitas mentalidades como a desse jurista tenham a mesma concepção do que seja o espírito da honestidade e da probidade perante a coisa pública, porque os fatos mostram, à saciedade, à vista das investigações das denúncias à Justiça, a substancialidade dos elementos probantes sobre a autoria dos crimes atribuídos ao candidato do jurista, que, por força das sentenças condenatórias, jamais teria condições morais para a prática de atividades políticas, em respeito à dignidade da nação e dos eleitores, diante da presunção de honestidade e dignidade destes, em questões que estão bem acima de interesses de políticos aproveitadores da boa vontade das pessoas e da magnanimidade de intelectuais, que preferem fechar os olhos para a realidade dos fatos, sustentados em versões mentirosas, imorais, inconsistentes e afrontosas aos interesses públicos.

Sim, é preciso aceitar a decisão do jurista, de ele votar em quem quiser, não que ela seja consentânea com a realidade, mas sim porque ela melhor se encaixa no seu restrito pensamento de somente querer enxergar o que lhe convém, porque os fatos mostram a face da história bem diferente, em que seu candidato jamais poderia ser considerado o melhor para o Brasil, à vista da falta de qualificação de homem público capaz de preencher os requisitos de moralidade e imaculabilidade, na vida pública, a despeito dos processos penais em tramitação na Justiça, que conspiram contra ele, diante da incompatibilidade configurada para o exercício de cargo público eletivo, que exige a comprovação da ficha limpa, como forma de atestado de nada consta em toda a sua vida pública.

O jurista e as demais pessoas que apoiam o candidato da esquerda precisam saber que o Brasil carece sim de estabilidade e calmaria, não sob a direção de político que foi incapaz de provar a sua inculpabilidade sobre atos julgados pela Justiça, sendo condenado por improbidade administrativa, por acusação sob suspeita de recebimento de propinas, cujos atributos “o país não precisa”, porque elas são péssimos exemplos de indignidade e imoralidade perante a grandeza e os valores da nação continental do Brasil, que merece ser presidido por pessoas capazes, competentes e responsáveis, que tenham a humildade de reconhecer as suas fragilidades e os seus deslizes na vida pública, como forma de prestação de contas à sociedade sobre seus atos no exercício de cargo público.

Diante do exposto, apelam-se por que os verdadeiros brasileiros tenham capacidade para a avaliação dos reais atributos dos candidatos, de modo que as suas verdadeiras qualidades pessoais possam servir como importante instrumento influenciador do padrão compatível com o desejo ao efetivo atendimento do melhor para o Brasil, tendo o cuidado de eliminar os políticos envolvidos com ações penais na Justiça, porque isso é incompatível com os princípios da seriedade, da correção e da civilidade.            

          Brasília, em 22 de setembro de 2022

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