domingo, 11 de setembro de 2022

Conclusão mentirosa?

 

O novo levantamento Datafolha, contratado pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo, “apontou que o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui 45% das intenções de voto no primeiro turno contra o atual presidente do País, Jair Bolsonaro (PL), que conta com 34%.”.

Na comparação com a última pesquisa, realizada em 1° de setembro, a aludida liderança se manteve estável, enquanto o presidente do país subiu dois pontos percentuais, indo de 32% para 34%.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea (quando não são apresentados os nomes dos candidatos), o líder da pesquisa ficou com 39% e o presidente do país ficou com 31%.

A pesquisa em apreço foi realizada entre 2.676 pessoas, em 191 municípios, nos dias 8 e 9 do fluente mês, mas não foram informadas as localidades do país onde ela se realizou.

É inacreditável a forma peremptória como é feita a análise sobre a pesquisa de preferência de votos, em que são consultadas tão somente 2.676 pessoas, bem menos de três mil ouvintes, sem ainda se ter a certeza de que elas são realmente eleitoras, para se chegar à conclusão de se apontar que “o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui 45% das intenções de voto no primeiro turno contra o atual presidente do País, Jair Bolsonaro (PL), que conta com 34%.”, dando a entender, com absoluta convicção, de que 2.676 pessoas são capazes e suficientes para decidirem exatamente como projetado, com apenas a amostra ultrainsignificante.

Ao que se pode intuir é que o candidato que está em primeiro lugar teria, pasmem, no primeiro turno, 45% dos votos e o segundo chegaria a 34%, tudo isso tendo por base 2.276 pessoas, sem a certeza de que, repita-se, elas são realmente eleitoras e o mais grave disso é que essa minguada amostra se aplica com a segurança como se ela fosse o universo de mais de 156 milhões de eleitores habilitados ao voto.

É preciso deixar muito claro que não existe a menor suspeita sobre o resultado da pesquisa, mas os seus autores não têm autoridade alguma para a afirmação de que pouco mais de 2.600 pessoas seriam capazes de assegurar 45% dos votos totais das eleições, no primeiro turno das eleições, porque isso somente convence miolos desconectados com a realidade, no sentido de que tão pequena amostra teria o condão de induzir à conclusão tão segura como de se dizer que, no primeiro turno das eleições, alguém vai ter 45% dos votos válidos, uma vez que há regiões preponderantes de preferências, com possíveis predomínio de terminado candidato, que a pesquisa nem as tenha sido alcançada, enquanto em outras localidades a predominância já é do outro candidato.

À toda evidência, não se enxerga base científica alguma para respaldar pesquisa com capacidade nesse sentido, que possa determinar o resultado, agora, como se o primeiro turno já tivesse sido definido com a tendência de percentual infinitamente pequeno, em relação ao universo de votos distribuídos em todo Brasil, nos mais de 5.600 municípios e 156 milhões de eleitores, enquanto a consulta foi feita, pasmem, em apenas 191 municípios, com 2.676 pessoas, que é algo surreal, à luz do bom senso e da racionalidade, conquanto isso é apenas forma escandalosa de forçação de interpretação sobre algo indiscutivelmente inexistente.

A realidade mostra que se pode afirmar que, fora de dúvida, a pesquisa realizada entre 2.676 pessoas mostra que, no momento, 1.204 ouvintes, o equivalente a 45%, disseram votar em determinado candidato e outras 910 pessoas, correspondente a 34%, confirmaram que votariam em outro candidato, sem que isso possa garantir absolutamente nada com relação à definição do primeiro turno, porque qualquer ilação diferente disso não passa de ridicularização da verdade, do bom sendo e da melhor compreensão da honestidade.

Os brasileiros precisam repudiar, com veemência, informações fajutas e irresponsáveis como essa pesquisa, tanto de tendenciosa que se encerra nela, porque o seu objetivo é muito claro de distorcer a verdade dos fatos, uma vez que ela é completamente incapaz de garantir que tem preferência do universo dos votos, quando a consulta de somente 2.676 eleitores não tem validade alguma, diante de mais 156 milhões de votos, pelo menos em termos de habilitação, que precisariam ser todos consultados, para se garantir a pretensão aventada no parágrafo vestibular.

Convém que os eleitores não se deixem ser seduzidos por resultados de pesquisas mentirosas e tendenciosas, visivelmente conduzidas para distorcer a realidade dos fatos, a exemplo da conclusão em comento, porque, sob o prisma da verdade, ela não reflete coisíssima alguma, em relação ao primeiro turno das eleições, na forma descrita acima.   

            Brasília, em 10 de setembro de 2022

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