Conforme
é mostrado por vídeo que circula na internet, há pouco mais de trinta anos se usava
praticamente objetos artesanais rústicos que satisfaziam plenamente às
necessidades básicas da sociedade, mas, de repente, começaram a surgir as inovações
dos produtos diferenciados, a partir do progressivo aperfeiçoamento da
tecnologia, anunciando novos tempos de avanços para a sociedade.
Não
se tem a menor dúvida de que a tecnologia veio para revolucionar os mecanismos
ao alcance do homem, no sentido de facilitar ao máximo a sua vida e sobre isso não
há contestação, à vista da rápida evolução sentida nos últimos tempos, quando houve
extraordinário trampolim da era analógica para a digital, com o surgimento de milhares
de invenções em todos os segmentos das atividades humanas, que contribuíram
para o descortinar de instrumentos úteis e altamente capazes de facilitar o dia
a dia da humanidade.
Isso
aconteceu, quase de uma hora para outra, em todas as atividades, na compreensão
de que era tanto avanço que se imaginava que tudo já teria sido criado e
implantado, mas, mesmo assim, de repente, agora aparece, pasmem, a invenção da
moeda digital, fazendo com que o dinheiro de papel, logo mais, passe a ser peça
apenas de museu, porque ele vai sair de circulação, em definitivo, também no
Brasil, e é o que mostra ensaio apresentado em mensagem de vídeo, que circula
nas redes sociais.
Isso
é extraordinário, fantástico mesmo, na certeza de que, agora, nem tem como se
pensar em se criar mais nada, porque isso era sim exatamente e somente o que
estava faltando, ou não?
Na
verdade, quanto a essa novidade, para as pessoas que já têm contas bancárias,
acesso à internet e já movimenta normalmente as operações financeiras junto aos
bancos, não terão dificuldade alguma para se adaptarem ao novo sistema
operacional da moeda brasileira e mundial, porque, na prática, isso já vem
sendo operado no dia a dia, por muitos brasileiros.
Agora,
quem mora na roça, em regiões paupérrimas, nas periferias das cidades, em
localidades subdesenvolvidas etc., principalmente que não têm conta bancária,
porque somente se paga qualquer compra, como o feijão, o açúcar, o sabão, o
óleo etc., com dinheiro em moeda e quem não têm mais acesso nem a ele e muito
menos ao dinheiro digital, uma vez que dificilmente todos os brasileiros vão
ter condições de operar uniforme e tranquilamente o novo sistema pretendido
para o real?
Espera-se
que alguma mente brilhante e inteligente traga luzes para solucionar essa
gravíssima questão, porque, a princípio, alguém está pensando que o Brasil se
encontra situado no primeiro mundo tecnológico, em todos os brasileiros têm
acesso às máquinas e dos computadores.
Na
verdade, parcela significativa dos brasileiros vive nos piores dos mundos,
desconhecendo, por completo, os mistérios da ciência e da tecnologia, em estado
de absoluta miserabilidade, em igualdade à sub-humanidade, cuja situação de
precariedade poderá, pasmem, piorar ainda mais, com a implantação do novo
sistema bancário digital, com a criação da moeda ou dinheiro somente manipulado
por meio da máquina, tão sofisticada quanto difícil ao alcance da população pobre.
Essa
nova situação certamente haverá de deixar as pessoas pobres ainda mais à margem
do desprezo, porque elas não têm condições de acompanhar os avanços
tecnológicos pretendidos pela modernidade.
Convém
sim que as autoridades monetárias envolvidas na implantação da nova tecnologia busquem
o aperfeiçoamento dos mecanismos realmente imprescindível, desde que isso permita
também a viabilização do acesso da população pobre ao dinheiro digital,
evitando transtornos irreparáveis de ordem social.
Brasília, em 14 de abril de 2023
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