sexta-feira, 14 de abril de 2023

Dinheiro digital

 

Conforme é mostrado por vídeo que circula na internet, há pouco mais de trinta anos se usava praticamente objetos artesanais rústicos que satisfaziam plenamente às necessidades básicas da sociedade, mas, de repente, começaram a surgir as inovações dos produtos diferenciados, a partir do progressivo aperfeiçoamento da tecnologia, anunciando novos tempos de avanços para a sociedade.

Não se tem a menor dúvida de que a tecnologia veio para revolucionar os mecanismos ao alcance do homem, no sentido de facilitar ao máximo a sua vida e sobre isso não há contestação, à vista da rápida evolução sentida nos últimos tempos, quando houve extraordinário trampolim da era analógica para a digital, com o surgimento de milhares de invenções em todos os segmentos das atividades humanas, que contribuíram para o descortinar de instrumentos úteis e altamente capazes de facilitar o dia a dia da humanidade.

Isso aconteceu, quase de uma hora para outra, em todas as atividades, na compreensão de que era tanto avanço que se imaginava que tudo já teria sido criado e implantado, mas, mesmo assim, de repente, agora aparece, pasmem, a invenção da moeda digital, fazendo com que o dinheiro de papel, logo mais, passe a ser peça apenas de museu, porque ele vai sair de circulação, em definitivo, também no Brasil, e é o que mostra ensaio apresentado em mensagem de vídeo, que circula nas redes sociais.

Isso é extraordinário, fantástico mesmo, na certeza de que, agora, nem tem como se pensar em se criar mais nada, porque isso era sim exatamente e somente o que estava faltando, ou não?

Na verdade, quanto a essa novidade, para as pessoas que já têm contas bancárias, acesso à internet e já movimenta normalmente as operações financeiras junto aos bancos, não terão dificuldade alguma para se adaptarem ao novo sistema operacional da moeda brasileira e mundial, porque, na prática, isso já vem sendo operado no dia a dia, por muitos brasileiros.

Agora, quem mora na roça, em regiões paupérrimas, nas periferias das cidades, em localidades subdesenvolvidas etc., principalmente que não têm conta bancária, porque somente se paga qualquer compra, como o feijão, o açúcar, o sabão, o óleo etc., com dinheiro em moeda e quem não têm mais acesso nem a ele e muito menos ao dinheiro digital, uma vez que dificilmente todos os brasileiros vão ter condições de operar uniforme e tranquilamente o novo sistema pretendido para o real?

Espera-se que alguma mente brilhante e inteligente traga luzes para solucionar essa gravíssima questão, porque, a princípio, alguém está pensando que o Brasil se encontra situado no primeiro mundo tecnológico, em todos os brasileiros têm acesso às máquinas e dos computadores.

Na verdade, parcela significativa dos brasileiros vive nos piores dos mundos, desconhecendo, por completo, os mistérios da ciência e da tecnologia, em estado de absoluta miserabilidade, em igualdade à sub-humanidade, cuja situação de precariedade poderá, pasmem, piorar ainda mais, com a implantação do novo sistema bancário digital, com a criação da moeda ou dinheiro somente manipulado por meio da máquina, tão sofisticada quanto difícil ao alcance da população pobre.

Essa nova situação certamente haverá de deixar as pessoas pobres ainda mais à margem do desprezo, porque elas não têm condições de acompanhar os avanços tecnológicos pretendidos pela modernidade.

Convém sim que as autoridades monetárias envolvidas na implantação da nova tecnologia busquem o aperfeiçoamento dos mecanismos realmente imprescindível, desde que isso permita também a viabilização do acesso da população pobre ao dinheiro digital, evitando transtornos irreparáveis de ordem social.

Brasília, em 14 de abril de 2023

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