segunda-feira, 10 de abril de 2023

Quem traiu quem?

 

A par das notícias sobre a perseguição por facção criminosa do PCC a um senador da República, que foi ministro da Justiça do governo anterior, uma pessoa disse, no WhatsApp, que ele estaria pagando pela traição ao último ex-presidente do país.  

Diante disso, eu perguntei à mencionada pessoa qual teria sido a verdadeira traição do ex-ministro da Justiça ao então presidente do país?

Os fatos mostram que ele pediu exoneração do cargo de ministro porque o presidente da República quis impor a troca do diretor da Polícia Federal, para colocar pessoa ligada a ele e assim facilitar a troca do Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, que investigara filhos do mandatário envolvidos nos escândalos dos “puxadinhos”.

Mesmo a contragosto do ex-ministro, que já havia ido embora, o protegido do presidente do país foi nomeado, mas o ato foi revogado, por determinação de um ministro do Supremo Tribunal Federal, ficando bastante feio para ele, que teve a sua autoridade jogada na lama.

Então, qual teria sido a traição do ex-ministro ao presidente do país, que teve a dignidade de não permitir que o presidente do país interferisse, sem causa justificada, no trabalho dele?

Em resposta, a mencionada pessoa disse que “Meu comentário foi devido as afirmações do então PR Bolsonaro. Na verdade, em política não posso afirmar nada, pois existem interesses entre eles que o povo desconhece. Peço minhas desculpas no tocante a respeito, pois minha conotação foi motivada por fato narrado pelo Bolsonaro colocando-o como traidor, eu errei. Acho que isso foi um problema do governo na época. Hoje, amigo, atualmente me afastei totalmente de política. Cansei. Forte abraço e minhas desculpas.”.

Eu respondi em seguida, dizendo que não precisava se desculpar, porque os fatos políticos nem sempre são contados exatamente como eles ocorreram, mas sim sob a conveniência da parte de quem nunca tem a dignidade de assumir a verdade sobre os fatos realmente acontecidos.

Nesse episódio, o presidente do país foi muito deselegante com o então ministro, porque o mandatário deu carta branca para ele nomear os diretores dos órgãos subordinados ao Ministério da Justiça, mas o chefe do Executivo entendeu, depois, de quebrar o compromisso, por interesse visivelmente pessoal, conforme visto acima, quando decidiu mudar o diretor da Polícia Federal, que era da confiança do ministro e ele não aceitou, preferindo se exonerar e foi o que ele fez.

Enfim, nesse episódio, se existe algum traidor, deve ficar por conta de quem decidiu não honrar a palavra, enquanto quem foi fiel e honrou os termos  ajustados, preferindo se exonerar do cargo, diante da notória incompatibilidade funcional como seu chefe.

Brasília, em 10 de abril de 2023

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