A par das notícias sobre a perseguição por facção
criminosa do PCC a um senador da República, que foi ministro da Justiça do
governo anterior, uma pessoa disse, no WhatsApp, que ele estaria pagando pela traição
ao último ex-presidente do país.
Diante disso, eu perguntei à mencionada pessoa qual
teria sido a verdadeira traição do ex-ministro da Justiça ao então presidente
do país?
Os fatos mostram que ele pediu exoneração do
cargo de ministro porque o presidente da República quis impor a troca do
diretor da Polícia Federal, para colocar pessoa ligada a ele e assim facilitar
a troca do Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, que
investigara filhos do mandatário envolvidos nos escândalos dos “puxadinhos”.
Mesmo a contragosto do ex-ministro, que já
havia ido embora, o protegido do presidente do país foi nomeado, mas o ato foi
revogado, por determinação de um ministro do Supremo Tribunal Federal, ficando
bastante feio para ele, que teve a sua autoridade jogada na lama.
Então, qual teria sido a traição do ex-ministro
ao presidente do país, que teve a dignidade de não permitir que o presidente do
país interferisse, sem causa justificada, no trabalho dele?
Em resposta, a mencionada pessoa
disse que “Meu comentário foi devido as afirmações do então PR Bolsonaro. Na
verdade, em política não posso afirmar nada, pois existem interesses entre eles
que o povo desconhece. Peço minhas desculpas no tocante a respeito, pois minha
conotação foi motivada por fato narrado pelo Bolsonaro colocando-o como
traidor, eu errei. Acho que isso foi um problema do governo na época. Hoje,
amigo, atualmente me afastei totalmente de política. Cansei. Forte abraço e
minhas desculpas.”.
Eu respondi em seguida, dizendo que não precisava
se desculpar, porque os fatos políticos nem sempre são contados exatamente como
eles ocorreram, mas sim sob a conveniência da parte de quem nunca tem a
dignidade de assumir a verdade sobre os fatos realmente acontecidos.
Nesse episódio, o presidente do país foi muito
deselegante com o então ministro, porque o mandatário deu carta branca para ele
nomear os diretores dos órgãos subordinados ao Ministério da Justiça, mas o chefe
do Executivo entendeu, depois, de quebrar o compromisso, por interesse visivelmente
pessoal, conforme visto acima, quando decidiu mudar o diretor da Polícia
Federal, que era da confiança do ministro e ele não aceitou, preferindo se
exonerar e foi o que ele fez.
Enfim, nesse episódio, se existe algum traidor,
deve ficar por conta de quem decidiu não honrar a palavra, enquanto quem foi
fiel e honrou os termos ajustados, preferindo
se exonerar do cargo, diante da notória incompatibilidade funcional como seu
chefe.
Brasília, em 10 de abril de 2023
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