Em
vídeo que circula na internet, uma pessoa se vangloria por que empresários
ofereceram veículos blindados, helicóptero e avião para o último ex-presidente
do país usar, quando houver necessidade.
Essa
forma de comportamento se revelou depois que o governo negou carro blindado
para o mencionado político, que não aceitou a oferta dos empresários, mas
também não a rejeitou.
É
importante que a direita pare de pensar em graciosa cortesia que envolva
valores altíssimos, na administração pública, como nos casos citados acima,
sendo preferível não aceitar cortesia qualquer que seja a sua origem, sob
qualquer forma, seja de carro blindado, helicóptero ou avião ou o de outra
maneira que seja.
A
direita precisa entender que não é normal, na vida pública, a aceitação de
presentes a homens públicos que extrapolem o senso comum da razoabilidade, tal
qual como diferente de algo módico, evidentemente sem qualquer exagero, sem as
pompas das cortesias indicadas acima, uma vez que a ética pública assim limita
o abuso ou o exagero de bondades destinadas graciosamente para homens públicos,
que precisam ter a consciência sobre os limites das cortesias.
Ao
contrário da euforia da pessoa que aparece no vídeo, que se empolgou em razão das
suntuosas cortesias oferecidas ao ex-presidente do país, convém que o político
tenha como parâmetro exatamente a regra contrária, no sentido do comedimento em
aceitá-la facilmente.
A
questão cinge-se às consequências dessas cortesias, uma vez que elas poderão
motivar questionamento, diante do entendimento que pode resultar justamente na falta
de escrúpulo, diante do desrespeito à ética pública, que exige a estrita observância
aos princípios da moralidade e da sensatez, para não se aceitar cortesias que
são visivelmente destoantes da normalidade pública.
O
certo é que o bom senso reprime naturalmente a aceitação de cortesias que, por
natureza, se tornem incompatíveis com a realidade da administração pública,
como no caso em apreço, que nem precisa de esforço para se compreender sobre a
sua exagerabilidade, no âmbito da ética pública.
Enfim,
em se tratando de ex-presidente da República, que tem sido alvo de agressividade
seus opositores, convém que ele possa precisar fazer uso de carro blindado,
como reforço da sua segurança, em casos eventuais, mas isso deve ser conseguido
junto ao governo, que, na forma da lei, é obrigado a propiciar integral proteção
a todos os ex-presidente do país.
Convém
que, ao contrário do que consta do vídeo, as pessoas se conscientizem de que
cortesia de carro blindado e outras ofertas similares destoam da conduta pública
e, por via de consequência, não devem ser toleradas pelas pessoas públicas, uma
vez que isso fere os princípios da ética e da moralidade, à vista do
indiscutível exagero representado por tal medida, na vida pública.
Brasília, em 22 de abril de 2023
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