quinta-feira, 20 de abril de 2023

Cumplicidade?

 

O general ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República pediu exoneração do cargo, depois da divulgação de vídeo que mostra a sua imagem dentro do Palácio do Planalto, ao meio dos atos de destruição, ocorridos no dia 8 de janeiro.

As fortes imagens divulgadas por um canal televisivo mostraram a presença e a atuação do general, nas dependências do Palácio do Planalto, durante os citados ataques, quando pessoas invadiram também as sedes dos Três Poderes, em Brasília, promovendo enorme destruição do patrimônio público.

No vídeo, o general e funcionários daquele gabinete aparecem entre os invasores no Planalto do Planalto, inclusive cumprimentando alguns e oferecendo até mesmo água aos vândalos, em demonstração de normal aceitação da deplorável destruição, fatos que exigem maiores esclarecimentos perante a sociedade.

O GSI é composto majoritariamente por militares e tem a incumbência institucional de cuidar, pasmem, exatamente da segurança das instalações da Presidência da República.

Na verdade, as imagens mostradas à saciedade foram gravadas pelos equipamentos da própria Presidência da República, o que tem o condão de autenticar a fidelidade da existência dos fatos vindos a público, com o poder de denunciar possível cumplicidade de autoridade do governo com os gravíssimos atos terroristas.

A bem da verdade, por motivos muito menos graves como esses mostrados pelas imagens de vídeos, já houve decisão da Justiça determinando a prisão de autoridades que nem estavam presentes nos atos terroristas.

Por enquanto, com relação aos episódios referentes ao caso em tela, em fica patente a participação ativa do ex-ministro do GSI na baderna em causa, ainda não se tem notícia sobre medidas efetivas contra a deprimente atitude dele.

Isso pode evidenciar incoerência e parcialidade quanto à condução das investigações pertinentes aos graves acontecimentos referentes à destruição do patrimônio dos brasileiros, quando a Justiça agiu rápido na determinação de algumas prisões, mas demora em mandar prender o general, que precisa se explicar perante a sociedade.

Causa perplexidade é que nunca a Justiça brasileira foi tão eficiente e dinâmica quando decidiu agir contra àqueles que ela entendeu que seriam culpados pelos atos de vandalismo, mesmo sem ter provas contra eles, a exemplo das pessoas que foram presas no dia seguinte dos acontecimentos, no caso de quem estava na frente do quartel do Exército, que continuam presas até agora, sem ter sequer provas contra elas.

À toda evidência, a própria exoneração do general já não deixa a mínima margem de dúvida quanto à culpabilidade dele nos atos terroristas, quando as imagens mostram a passividade dele diante do quebra-quebra, em que ele teria o dever funcional e legal de determinar a prisão dos vândalos, mas, ao contrário, nada foi feito nesse sentido, conforme mostram os fatos.

Diante das notórias evidências de cumplicidade com os depredadores do patrimônio público, os brasileiros exigem que a Justiça determine, com urgência, a prisão não somente do general, mas de todos os militares cujas imagens constam dos vídeos exibidos para o Brasil e o mundo, que nada fizeram para impedir a ocorrência da destruição, na presença deles, do patrimônio dos brasileiros.

Brasília, em 20 de abril de 2023

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