A verdade é que não se
pode julgar ninguém sem se ter efetivo conhecimento sobre os fatos reais,
porque seria muita temeridade a se incorrer em erro e até em injustiça, tanto
em se condenar como em se isentar de culpa, tendo por base apenas as notícias
publicadas na mídia, contendo informações as mais diversificadas possíveis,
focando, como o cerne do imbróglio, como sendo possível presente de joias
preciosos e valiosas para a então primeira-dama brasileira.
É preferível não se tecer
juízo de valor sobre a legitimidade da operação de que se trata, em harmonia
com a explanação supra.
Não obstante, tem-se certeza
absoluta de que nada disso estaria acontecendo, ante às dificuldades para
justificar a apreensão das joias, pela Receita Federal, se elas tivessem sido
enviadas para a destinatária pela via normal no serviço público, qual seja, a
via diplomática, por meio do Ministério das Relações Exteriores, em se tratando
de objetos de origem lícita, evidentemente sem essa confusão que o ex-presidente
não conseguiu esclarecer ainda quando era o todo-poderoso do país, quanto mais
agora, quando apenas ele estranha os fatos, mas não consegue esclarecê-los,
preferindo devolvê-las ao arquivo da União.
O certo é que o
verdadeiro político nunca se envolve em caso suspeito nem questionável, porque
sempre age em estrita observância às normas jurídicas aplicáveis aos casos do
seu interesse.
No fundo, o
ex-presidente do país tenta demonstrar que tudo não passa de armação
arquitetada contra ele e a esposa dele, preferindo se passar por vítima, quando
só depende de ele provar o que realmente aconteceu, bastando que ele assuma o
caso e conte somente a versão verdadeira sobre o imbróglio, dizendo o que realmente
aconteceu em razão da existência de algo que faltam maiores explicações.
A expectativa que se
tem sobre o verdadeiro político é o que ele jamais precisa se envolver em situações
questionáveis como essa das joias, uma vez que as atividades de pessoa pública
não condizem com a necessidade de nunca precisar se explicar por absolutamente nada
além das suas relações com o exercício do cargo para o qual ele tenha sido
eleito.
No caso em comento,
mesmo que as joias sejam repassadas para o patrimônio da União, sempre vai
ficar resquício de alguma ilegitimidade por parte do político envolvido, posto
que seria totalmente diferente se ele nunca tivesse se envolvido nesse imbróglio.
Brasília, em 9 de abril de 2023
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