Conforme
vídeo que circula nas redes sociais, o ministro da Fazenda lança a Bolsa Auxílio
Travestis, no valor de R$ 840,00, que será pago às pessoas que se identifiquem nessas
condições, que apenas frequentarem as aulas na faculdade ou em outros cursos,
sob a alegação de que se trata de programa de resgate de direito que teria sido
negado à classe, pelo poder público e pela sociedade.
À
toda evidência, trata-se de medida certamente da maior importância social,
quando o governo se preocupa em criar programa em benefício da sociedade nitidamente
carente, quando ele reconhece a necessidade de ajuda a uma classe à margem da
dignidade.
Não
obstante, a forma como isso é formalizada merece questionamentos, uma vez que
não é somente a classe de travestis que passa por desprezo da sociedade e do
poder público, que realmente tem o dever de assistir financeiramente quem precisa.
Com
certeza, há diversas outras classes sociais que estão igualmente padecendo no
limbo da miserabilidade e da marginalidade, implorando também por socorro e
ajuda do Estado, que deve responder aos apelos de todos os brasileiros, sem
distinção.
Na
verdade, trata-se de importante medida sim, que precisa ser implementada com
relação às demais classes sociais, para que isso não pareça apenas a
reafirmação da demagogia barata, apenas em atendimento à demanda popular de notória parcialidade, com o
aproveitamento do dinheiro dos sacrificados contribuintes, que já pagam uma das
maiores cargas tributárias do mundo.
O
governo com o pouco de seriedade e competência poderia ter tido melhor
iniciativa quanto à criação de cursos profissionalizantes, com capacidade para
a formação de profissionais em condições de trabalhar condignamente, dando
oportunidade não somente aos travestis, que realmente vivem, como muitos
afirmaram, em situação humilhante, possivelmente por falta de especialização
que os qualifiquem ao trabalho digno e socialmente integrado à normalidade
desejável, em termos sociais.
Enfim,
não passa de deplorável hipocrisia essa iniciativa do governo que somente expõe
o seu lado da incompetência e da preferência pela reafirmação da
discriminação entre os brasileiros, uma vez que é extremamente injusta e
recriminável a criação de benefício específico, para beneficiar determinada
classe de pessoas, quando se omite propositalmente com relação aos demais
brasileiros, igualmente carentes da atenção do poder público.
Concitam-se
que o governo federal tenha a sensibilidade de criar cursos
profissionalizantes, com o pagamento dos respectivos auxílios, para todos os brasileiros
igualmente carentes de apoio do poder público, de modo que possam ser oferecidas
oportunidades para todos os brasileiros, indistintamente de qualquer situação na
sociedade, e que eles possam concluir especialização profissional e puderem se
habilitar ao mercado de trabalho, como forma de possibilitar a reafirmação da
dignidade que todos merecem.
Brasília, em 10 de abril de 2023
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