segunda-feira, 17 de julho de 2023

Abuso com dinheiro público?

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, um senador se manifesta pela moralização das despesas públicas, em especial no que se refere aquelas relacionadas com a hospedagem do presidente do país, ante a informação de que duas diárias de hotel, em Paris, atingiu a fortuna, pasmem, da “bagatela” de setecentos e vinte e oito mil reais.

Sem a menor margem de dúvida, trata-se de despesa descomunal, que extrapola o bom senso e a racionalidade como gasto público que caracteriza exagerada e atrevida inobservância aos comezinhos princípios orçamentários.

Diante de claro exagero orçamentário, isso exigiria explicação e justificativas para a sociedade, caso o Brasil fosse um país com o mínimo de seriedade e tivesse algum respeito aos contribuintes, que são penalizados pela manutenção de uma das maiores cargas tributárias do mundo, para que possa haver tamanho desperdício, ao meio de nenhuma responsabilização por incrível desvio de conduto com o dinheiro público.

Caro senador, é evidente que os verdadeiros brasileiros estão plenamente de acordo com as suas acertadas análises e críticas à luxúria do presidente do país, com esses inadmissíveis disparate e abuso de gastos com hospedagem, em evidente esbanjamento nas escolhas das acomodações dos hotéis de qualidade extremamente sofisticada e completamente em dissonância com as dificuldades socioeconômicas dos brasileiros, o que se recomendaria, ao contrário, prudência e economicidade compatíveis com a situação de penúria de expressiva parte da população.

Não obstante, mesmo que seja extravagância passível de questionamento e condenação, apenas assim, nada impede os exageros com a aplicação do dinheiro dos contribuintes, exatamente porque esse comportamento do estadista, visivelmente destoante da normalidade e da racionalidade, que se exigem dos homens públicos, se compatibiliza com a sua índole de aderência ao desvio de recursos públicos, à vista do seu notório histórico na vida pública.

Em deplorável situação como essa, de total descontrole da racionalidade sobre os gastos públicos, pouco ou nada importa ficar sugerindo formas de procedimentos para se economizar o dinheiro do contribuinte, justamente diante da liberalidade que existe, sem qualquer restrição legal, que se alia à insensibilidade como homem público sem qualquer vocação para o zelo da coisa pública.  

Enfim, os brasileiros honrados estão de acordo com a adoção de medida moralizadora, conforme sugerido pelo senador, que poderia, desde logo, ter sido apresentada pelo nobre congressista, que nem precisava tanto esforço para mostrar a sua indignação, que é também à mesma dos verdadeiros brasileiros.

Bastava que o nobre senador apresentasse projeto pertinente, para a normatização do uso de acomodações em hotelarias, no Brasil e no exterior, pelo mandatário brasileiro e pela comitiva dele.

Isso mostra forma de competência e efetividade que os eleitores de seus representantes políticos esperam deles, sem necessidade de nenhuma crítica, porque a ação tem a necessária eficácia pretendida pelos eleitores.

Na verdade, os congressistas não precisam aparecer em público para fazer denúncias cujo objeto pode ser saneado por meio de instrumentos legislativos que estão à sua disposição.

Diante do exposto, peço vênia ao competente e voluntarioso senador para sugerir que ele providencie, o mais urgente possível, medida legislativa capaz e necessária a pôr freios aos escândalos dos gastos com hospedagem do presidente do país e da comitiva dele, de modo que seja possível o sublime respeito ao dinheiro dos contribuintes, proibindo os exagerados dispêndios, sob forma de responsabilização dos desviadores de conduta, na vida pública.

Brasília, em 17 de julho de 2023

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