Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um general assessor especial do presidente do país fez discurso versando sobre a deplorabilidade que imperava no país, aproveitando pela propugnação de medidas excepcionais, como antídoto da esculhambação que grassava em várias áreas da administração do país, conforme o texto a seguir.
“Todos
nós devemos estar aqui preparados psicologicamente e não com o espírito de
neurose ou desespero. Nós já sabíamos que isso iria acontecer. Nós já sabíamos que
haveria um momento da história do Brasil, diante da sua própria história de grandeza,
muitos movimentos iguais a esses já aconteceram, que atravessamos zona de turbulência.
Há muito tempo, o Brasil vem, de certa maneira atravessando momentos muito delicados.
(...) e nós sabíamos e muitos outros que não haveria outra forma de
lidar com isso, ou seja, não podemos combater toda essa criminalidade sem que
não haja turbulência. (...) tendo em vista a dimensionalidade da
corrupção no Brasil e do crime organizado, não haverá outra saída (...)
O silêncio do presidente da República e das Forças Armadas, assim como a sua
movimentação em todo o Brasil nos indica de que, de fato, está havendo algo anômalo
à prática de democracia. Jamais imaginávamos, creio que todos nós, que um dia
veríamos pessoas sentadas em cadeira da corte, agindo como se fossem partidários
de um partido ou saindo da sua prerrogativa de juízes e agindo como bandidos. Ao
que tudo indica, eles estão muito convencidos de que serão ou sairão vitoriosos.
Eu acho que não. (...) Eu sempre disse, embora alguns discordassem de
mim, não todos, mas uma pequena parcela, de que estava tudo dominado e eu dizia
que não, que, na verdade, quando começou toda essa maratona de fraude e,
diga-se de passagem, não foi agora, nestas eleições, já vêm acontecendo em
outras, mas se intensificou agora, significa que estamos caminhando, como eu
disse, para uma zona de conflito. As nossas Forças Armadas brasileiras são a
nona Forças Armadas do mundo, muito bem equipadas, formadas por profissionais
sabendo o que vão fazer (...).
É
evidente que esse duro discurso do general teria sido pronunciado precisamente
no auge da crise institucional, logo após as últimas eleições, em que não
restava, naquele momento crucial, ao presidente da República e às Forças
Armadas senão a garantia da lei e da ordem, tendo por base o disposto no artigo
142 da Constituição.
O
militar descreve com muita propriedade o estado deplorável que se encontrava a
história político-administrativa brasileira, sob a dominação da corrupção e do
sistema agindo sob a égide de interesses escusos e inescrupulosos, inclusive
com a promoção da anulação de condenação a criminoso, sem qualquer amparo legal,
em cristalinos abusos de autoridade e desvios das importantes prerrogativas das
funções inerentes à magistratura nacional.
Certamente
que o presidente do país e as Forças Armadas de então tinham plena consciência
de que o quadro da degeneração política era gravíssimo, uma vez que o general
falava, várias vezes, sob a necessidade do preparo psicológico para o
enfrentamento das turbulências, dando a entender que o governo agiria em defesa
do Brasil e dos brasileiros, adotando as necessárias medidas para o saneamento
das gravíssimas questões que perturbavam a ordem institucional brasileira.
Ou
seja, nas lúcidas palavras do militar estrelado, a situação era de tamanha
preocupação que não restava alternativa senão o seu enfrentamento com medidas à
altura da gravidade existente, sob pena da potencialização da desorganização no
seio da República, que foi exatamente o que terminou prevalecendo, uma vez que
as principais autoridades, como o presidente do país e as Forças Armadas,
simplesmente fraquejaram e nada fizeram em defesa dos interesses do Brasil e
dos brasileiros, preferindo o silêncio como resposta aos apelos dos bravos
brasileiros que se colocaram à frente dos quartéis do Exército, em cruel
sacrifício, mas eles receberam como resposta apenas a ingratidão e o desprezo.
A
injustificável omissão dessas autoridades, à vista da importância das medidas
saneadoras que a situação exigia e que poderiam ter sido implementadas
normalmente, com base em normal constitucional, caracteriza crime de
lesa-pátria, quando os prejuízos ao país se intensificaram com a entrega do
poder à nefasta e decomposta organização que assumiu a administração do Brasil.
Infelizmente,
o pronunciamento do general tem o condão de materializar o tanto de maldades
que o então presidente e as Forças Armadas causaram ao Brasil e aos brasileiros,
uma vez que a sua injustificável omissão contribuiu para a continuidade e a perenidade
de todas as desgraças descritas pelo general.
O
certo mesmo é que, caso houvesse o mínimo de sensibilidade, competência e
sensatez, por parte daquelas autoridades, certamente que o país estaria, agora,
livre de terrível situação que tanto inferniza os verdadeiros brasileiros.
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