domingo, 23 de julho de 2023

Intolerância

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um inteligente e corajoso jornalista fez severas críticas às medidas arbitrárias e abusivas adotadas por ministro da corte maior do país, mostrando que elas ferem de morte princípios constitucionais e direitos individuais e democráticos, sendo merecedoras da indignação dos brasileiros.

Diante disso, uma pessoa achou por bem apelar por que eu me manifestasse acerca do mencionado pronunciamento, na forma da seguinte mensagem: “Eu gostaria muito de ouvir ou ler na íntegra, um comentário do meu prezado amigo irmão Adalmir, sobre o conteúdo desse vídeo.   

Em resposta, eu disse que, em primeiro lugar, eu não sei escrever sob encomenda, para o fim de satisfazer o desejo das pessoas que não aceitam, com naturalidade, a opinião de outrem, certamente porque isso dar a entender que somente tem procedência a sua verdade.

Tenho por hábito analisar os assuntos que me convêm, sem me preocupar se as pessoas vão gostar ou não das minhas análises, porque eu gosto muito de escrever, mas é humanamente impossível que eu escreva sobre maior quantidade do que já tenho escrito.

Agora mesmo, acabei de escrever importante mensagem em outro grupo, cujo tema enfoca-se homenagem, em forma de hino, feita para o último ex-presidente do país.

Por certo, que muitos fantásticos desse político não concordariam com as minhas colocações, justamente porque a minha verdade ainda não conseguiu alcançar a inteligência política dos bolsonaristas.

Quanto ao tema de que trata o vídeo indicado no apelo em apreço, digo que as colocações opostas pelo sapiente e corajoso jornalista estão revestidas de preciosas e consistentes verdades, absolutamente em consonância com a verdade dele

O parecerista foi muito preciso nas suas afirmações, em que ele mostra, com muita propriedade, a degeneração dos princípios democráticos e de governabilidade.

Isso é fato incontestável, mas, infelizmente, ele cometeu pecado capital, que foi de não ter tido a oportunidade de enriquecer tão maravilhoso parecer, porque ele poderia ter dito que o conjunto da desgraça impingida ao Brasil e aos brasileiros tem importantíssima contribuição da incompetência, da insensibilidade e da irresponsabilidade, que, somatizadas, se transformaram em intolerância, agressões, violências e em ambiente extremamente antagônico.

Essa indigesta situação resultou fatal e precisamente na idealização de forças destinadas a defenestrar o então mandatário do poder, por ser pessoa que se tornara incômoda para o sistema atualmente dominante e a banda podre da política brasileira, que não tiveram o menor escrúpulo em idealizar e executar todas as maldades e malignidades capazes de atingirem seus objetivos políticos, cujo resultado é exatamente o que está aí e somente resta aos brasileiros honrados e dignos o lídimo direito do jus sperniandi, infelizmente.

Quando um ministro de corte superior diz que “derrotamos o bolsonarismo”, ele está afirmando, com todas as letras, a existência de atritos políticos inconciliáveis e nada disso acontece senão por decorrência da intolerância, da insensibilidade, do antagonismo, da falta de diálogo e da diplomacia, na gestão pública, uma vez que, do contrário, certamente que o Brasil não se encontrava nesse mar de lágrimas, totalmente subjugado ao domínio da parte decomposta da política brasileira, com o respaldo jurídico do sistema dominante.

É preciso que os brasileiros honrados tenham consciência, sim, especialmente da calamidade que se abate sobre o Brasil e os brasileiros, mas também é importante o reconhecimento por parte deles de que tudo poderia ser bem diferente se o contexto da história política tivesse transcorrido em nível de tolerância, diálogo, competência e diplomacia, na forma recomendada pelos salutares princípios democráticos e de civilidade.

Brasília, em 23 de julho de 2023

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