terça-feira, 25 de julho de 2023

Convém polir as arestas?

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, o último ex-presidente do país mostrou muito descontentamento com a posição do governador de São Paulo, por ele ter declarado apoio e ainda trabalhado em prol ao projeto de reforma tributária, de iniciativa do governo, que terminou sendo aprovado pela Câmara dos Deputados.

O último ex-presidente do país ficou visivelmente irritado com o governador de São Paulo, por ele ter atuado, de maneira fundamental, para a aprovação da Reforma Tributária, tendo inclusive convencido outros governadores que eram contra a Proposta de Emenda à Constituição.

No momento que ele defendia a referida reforma, em reunião do partido do ex-presidente, o governador foi hostilizado e vaiado, em sinal de protesto, justamente por haver a compreensão sobre a quebra de fidelidade entre ambos, que era considerada inquebrantável, até então, uma vez que havia o entendimento de que o governador foi eleito graças ao forte apoio do ex-presidente, que se tornou seu padrinho político.

A verdade é que a relação entre os dois políticos se tornou bastante estremecida e isso ficou bem nítido, no encontro entre eles, na referida reunião.

O ex-presidente chegou a alegar, in verbis: “Quem era Tarcísio? O Tarcísio não queria ser candidato. Eu o convenci com um argumento (…)”.

O certo é que a reforma em apreço foi aprovada, com o importante apoio do governador de São Paulo, que trabalhou em intensa articulação junto a outros governadores e a congressistas, fato este que contribuiu em importância para desgastar o bom relacionamento entre ele e o ex-presidente do país.

Nesse imbróglio, os bolsonaristas mais próximos ao ex-presidente acusam o governador de São Paulo de traição, diante do seu desempenho contrário à orientação do líder, que trabalhou para que a reforma não fosse aprovada.

É muito difícil para se afirmar quanto ao sentimento de traição ao padrinho político, em especial porque é preciso se analisar a questão não exatamente sob somente o ângulo político, que, neste caso, não restaria qualquer dúvida de que se configuraria a clássica traição.

Não obstante, a questionada reforma tem importantes matérias de interesse do Estado de São Paulo, sendo justo, em princípio, que o seu governador se colocasse ao lado do governo federal, inclusive fazendo articulação nesse sentido.

Nesse caso, seria interessante que o governador explicasse para o ex-presidente e os seguidores dele os pontos positivos e negativos da reforma, mostrando as vantagens que serviram de motivação para que ele se empenhasse ao extremo, a ponto de contrariar a orientação do seu padrinho político.

É muito importante que os fatos sejam devidamente esclarecidos, de forma minuciosa e precisa, para que as arestas sejam polidas com auxílio dos argumentos da verdade, para o bem de todos e principalmente do Brasil.

Brasília, em 22 de julho de 2023

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