Conforme
vídeo que circula na internet, o último ex-presidente invoca pronunciamento do
autor da ação que resultou na sua inelegibilidade para tentar justificar as
suas exigências para a implantação do voto impresso, nas urnas eletrônicas.
Isso
que o ex-presidente do país alega não serve, em absoluto, como álibi em favor
da causa em si, em que pesem os argumentos descritos pelo seu algoz terem
exatamente objetivos semelhantes aos reclamados por ele, porém as situações políticas
de ambos são diferentes.
Na
verdade, os mesmos fatos não querem dizer que o opositor dele esteja certo nem
errado, porque ele pode entender o assunto exatamente como também entendeu o
então presidente, só que, nesse caso, ele poderia criticar o sistema
normalmente, porque ele não era o presidente da República.
É
importante ficar bastante claro que a investidura nesse cargo exige o
cumprimento da liturgia da cartilha do estadista, sendo que uma das regras
básicas é jamais expor qualquer deficiência interna do país para os outros
países, como ele fez, às claras e sem o menor escrúpulo que o cargo
presidencial exige, mas ele fê-lo de forma proposital, para embaixadores de
outras nações, na tentativa de mostrar possível deficiência do sistema
eleitoral brasileiro, que é algo extremamente grave, sendo o presidente do país
a principal autoridade a ter o dever constitucional de preservar a integridade
da soberania nacional.
A
verdade é que, embora já existissem problemas na operacionalização das urnas
eletrônicas, isso diz respeito à economia interna do Brasil, que jamais
deveriam ter sido levados ao conhecimento de ninguém, mesmo que tenha havido
precedente ao caso, quando um ministro da suprema corte brasileira tenha se
reunido com embaixadores, para pedir apoio ao resultado das eleições, no Brasil,
porque o fato é que um erro não pode servir de exemplo para respaldar ou tentar
justificar erro ainda mais grave, nas circunstâncias, em especial, porque o
então presidente do país era candidato à reeleição.
Além
de o então presidente do país ter feito grave denúncia para o conhecimento de
outros países, ele ainda fez uso do patrimônio público, como a emissora estatal
e as dependências da União, para a reunião estranha aos interesses
públicos, praticamente para fins políticos.
Ou
seja, nada importa que o seu algoz tenha o mesmo entendimento quanto à
fragilidade do funcionamento das urnas eletrônicas, porque o caso do presidente
do país é que ele realmente infringiu a legislação eleitoral, sem que isso
jamais pudesse caracterizar a extravagante punição de inelegibilidade, quando
muito isso pode ensejar, advertência ou até pequena multa pecuniária, caso
fossem observados os verdadeiros princípios democráticos.
Brasília, em 11 de julho de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário