quarta-feira, 19 de julho de 2023

Movimento de rua?

 

Diante de crônica da minha lavra, versando sobre o desempenho desastroso do último ex-presidente do país, quando ele deixou de implantar a intervenção militar e permitiu a entrega do poder para o desgoverno e o sistema antidemocrático, um amigo fez ponderação na forma da mensagem a seguir.

Se queremos um Brasil livre temos que sair do nosso conforto e ir às ruas cobrar de nossos congressistas uma atitude digna de um parlamentar, em especial, dos presidentes de ambas as casas. É inútil protestar contra um ministro do STF nas redes sociais. Quem tem o poder dele não abre mão. A única instituição que tem o poder de frear os abusos cometidos  é o Congresso Nacional e não o  fará sem a revolta explícita do povo brasileiro demonstrada nas ruas.”.

Em resposta, eu disse que, em tese, o momento se revela extremamente preocupante, à vista do atingimento do ápice da crise que castiga os direitos humanos, que é severa e se mostra persistente e resiste a qualquer apelo de arrefecimento, de modo a amainar a ação agressiva aos princípios democráticos e constitucionais.

Na minha modesta compreensão, com base nas evidências hauridas dos últimos acontecimentos, especialmente depois das eleições, em que as mobilizações populares se intensificaram, em quantidade impressionante e inédita, no país, mas, na verdade, elas não surtiram absolutamente nenhum efeito, em termos de motivação para sensibilizar o sistema dominante e muito menos o Congresso Nacional, que continuam impávidos na sua sanha devassadora e destrutiva da solidez democrática, de forma ativa ou passiva, conforme a atividade de cara um deles.

Diante dessa cristalina evidência, percebe-se, facilmente, que é preciso a urgente busca de forma diferente de medidas para a efetivação da pretendida solução para questão tão complexa, na certeza de que a simples mobilização de pessoas, não importando onde for realizada, tem apenas o condão de tentar fazer boi dormir.

Ou seja, mesmo com o enorme sacrifício no sentido das mobilização do povo certamente que não servirá para coisa alguma, como remédio necessário e providencial pretendido.

Diante do gravíssimo momento histórico político-institucional, vivido no Brasil, somente medidas efetivas e eficazes são capazes para se tentar reverter a situação que é extremamente grave, porque as arbitrariedades fugiram, há algum tempo, do controle e apenas reclamar nas ruas tem o mesmo efeito do nada, diante da sua ineficácia perante o poderio das autoridades imbuídas de manter o status quo exatamente à feição do sistema dominante.

Brasília, em 19 de julho de 2023

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