Com
a aproximação da corrida ao Palácio do Planalto, o maior político brasileiro
vem se empolgando nos discursos, metendo falação contra tudo que imagina que
vai satisfazer a militância pouco informada sobre a realidade brasileira.
Em
visita ao Rio de Janeiro, em campanha eleitoral disfarçada com caracterização
de caravana, apoiada por carreatas, palanques, comícios e tantas práticas do
gênero, o político aproveitou para fazer afirmações que não se sustentam nem
mesmo nos contos do mundo do imaginário.
Veja-se
a que ponto ele foi chegar, ao atribuir a situação caótica e periclitante do Rio
de Janeiro à Operação Lava-Jato, tendo afirmado: “A Lava-Jato não pode fazer o que está fazendo com o Rio”, em alusão
a possíveis efeitos maléficos da ação anticorrupção que vem sendo promovida
justamente em benefício da Petrobras, do Rio de Janeiro e do Brasil.
Ele
disse que “Se um empresário errou, prende
o empresário. Mas não quebra a empresa, porque quem paga é o trabalhador.
Porque dizem que meia dúzia roubou, não pode causar o prejuízo que estão causando
à Petrobras”.
É
mais do que notório que, no caso da roubalheira perpetrada na estatal, houve
justamente a efetiva participação dos governos petistas, sob a direção dos
executivos nomeados por eles, conforme mostraram as investigações daquela
operação, cujo trabalho permitiu estancar a sangria desatada na forma de
gigantesco desvio de recursos, por intermédio de contratos fraudulentos e superfaturados.
Na
verdade, o falatório desconectado da realidade constitui incrível rosário de
ultraje à verdade, porque, diferentemente do que apregoa o político, a Operação
Lava-Jato teve papel importantíssimo na salvação da Petrobrás, afastando dela os
diretores ladrões colocadas na estatal com o propósito de pilhá-la e distribuir
os recursos desviados entre os partidos que sustentavam os governos petistas.
Não
há a menor dúvida de que o saneamento operado na petrolífera brasileira não
seria possível sem a depuração levada a efeito pela referida operação, que já
conseguiu não somente estancar a roubalheira, recuperar quase R$ 1,5 bilhão dos
recursos desviados.
Graças
ao providencial afastamento do governo petista, por meio do processo de
impeachment, a Petrobras foi obrigada a passar por reestruturação e saneamento,
tendo por prioridade, entre outas medidas, a revisão dos investimentos, que tinham
sido ampliados de maneira irresponsável, por gestores que tinham por objetivo a
transformação da empresa em ponta de lança do projeto de eternização no poder imaginado
pelo político, mediante a alteração da sua política de preços, antes vinculada
aos interesses eleitoreiros dos governos petistas, que causaram enormes perdas à
empresa.
Outra
medida saneadora ultraimportante diz respeito à interrupção pela Petrobras das obras
desnecessárias, de excessivo custo ou que tinham sido planejadas exclusivamente
para servir ao megalomaníaco esquema de corrupção de desvio de recursos, por
meio dos contratos ilicitamente superfaturados.
Incluem-se
nessa farra de se jogar dinheiro pelos ralos da corrupção as obras do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), conforme atestado pelo Tribunal de
Contas da União de que a construção, lançada com festa pelo governo do
político, em 2010, gerou prejuízo para a Petrobras no valor, pasmem, de US$
12,5 bilhões, dos quais US$ 9,5 bilhões foram certificados como gestão
temerária do governo petista, que era responsável pela direção da estatal, no
período das obras.
Em
razão desses prejuízos, as obras foram suspensas, com a dispensa da mão de obra
de cerca de 35 mil trabalhadores, o que certamente impactou na dramática e
gigantesca situação social, fruto da má gestão, corrupção e inépcia dos
governos de então.
Não
obstante, o político, no alto do seu extremo desprezo aos princípios basilares
da ética e moral, além da sua nada discreta falta de pudor, criticou, de forma
veemente, em brados, aos quatro cantos, por meio de carro de som, em frente ao Comperj,
que “é inaceitável que um país, em meio a
essa crise econômica e esse desemprego, deixe parada uma obra dessa magnitude
por irresponsabilidade desse governo”, ou seja, em clara demonstração de
irresponsabilidade administrativa, por ignorar os prejuízos causados ao erário,
por culpa da má gestão de governos petistas, que nunca assumem culpa por nada,
a exemplo dessa e de outras obras visivelmente prejudiciais ao interesse
público.
O
político também a insensatez de afirmar que se tratava de “notícia estarrecedora” a informação de que dois ex-presidentes da
Petrobras dos governos petistas serão processados por improbidade
administrativa, em razão da decisão de congelar os preços dos combustíveis, a
pretexto de controlar a inflação.
Na
verdade, a referida política de congelamento de preços, visivelmente extremamente
incompetente e irresponsável, causou gigantesco prejuízo à Petrobras do valor estimado
de R$ 60 bilhões, segundo cálculos feitos pela Organização Mundial do Comércio,
mas é estranho que isso não é capaz de impressionar o sentimento do gestor
público do político, que procura ignorar a realidade dos fatos, quando eles são
prejudiciais aos seus projetos políticos.
O
aludido valor é superior a três vezes o estimado para o desvio da quadrilha da
corrupção, mas o político encontrou forma de simplificar o imbróglio e seu favor,
ao concluir que os ex-presidentes da estatal “estão sendo processados porque não aumentaram o gás e a gasolina”,
enquanto a gestão atual já “aumentou o gás
em 68% em sete meses”, só que ele não teve a sinceridade que esses aumentos
foram necessários para reequilibrar, de forma responsável, as políticas
econômicas defasadas e prejudiciais aos interesses operacionais da estatal.
Na
versão fantasiosa da lavra do político, que melhor explica os fatos
relacionados com a Petrobras, pode-se intuir que, quem contribuiu para destruir
a estatal é herói, como no caso dos governos petistas, mas quem se dispôs e ainda
se dispõe a saneá-la é o vilão da história.
Há
pessoas que ainda acreditam piamente no discurso vazio do político, mesmo que
empavonado por informações que se desmentem por si sós facilmente, ante a
inconsistência e a falta de plausibilidade, em evidente demonstração de que ele
não tem compromisso com a verdade, mas sim com a disseminação de fatos para o
agrado de seus idólatras, com pouco conhecimentos das informações sobre a
verdade.
Convém
que os brasileiros passem a valorizar os homens públicos que tenham o máximo de
respeito à dignidade das pessoas e igualmente a ignorar aqueles que costumeiramente
distorcem os fatos e mentem, sem o menor escrúpulo, tendo por propósito não somente
e em especial se beneficiar politicamente da disseminação de falsidades, mas de
se incutir, de forma irresponsável, inverdades na mente do povo, que precisa
discernir melhor os fatos e acreditar somente no que seja verdadeiro e possa
contribuir para o fortalecimento das causas nacionais e do exclusivo interesse
dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de dezembro de 2017
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