O maior político brasileiro afirmou, em evento na
Baixada Fluminense, uma das regiões mais castigadas pela violência no Rio de
Janeiro, que "a solução do Brasil
não são as armas, mas a educação", deixando sua impressão em campanha
com claros objetivos eleitorais.
Na presença de centenas de simpatizantes de seu partido,
reunidos no centro de cidade do interior carioca, o petista reiterou a sua
vontade de ser candidato à Presidência da República, no próximo ano, em que
pese ele ter sido condenado à prisão, em primeira instância, por nove anos e
seis meses, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas isso talvez
se deva ao fato de ele liderar as pesquisas eleitorais já realizadas nesse
sentido.
Com base no resultado das pesquisas, o político
garante que, "Se eu voltar a disputar
as eleições, vou ganhar", em clara demonstração de falta de humildade,
por desconsiderar a capacidade dos concorrentes e principalmente a vontade da
preferência da maioria dos brasileiros, que certamente não gostariam de ser
comandados por homem público que se encontra implicado na Justiça, como réu, a
quem precisa apresentar as devidas comprovações sobre a suas plena inculpabilidade
sobre os fatos denunciados, que não condizem com o exercício de funções ou
cargos públicos.
Embora o petista tenha participado de caravanas, em
determinadas regiões mais especificamente aquelas onde ele considera ter melhor
avaliação política, esses encontros com o eleitorado vêm sendo realizados sem
maiores problemas com a Justiça Eleitoral, que não os considera como campanha
eleitoral antecipada, em que pese haver palanques, carreatas, comícios,
discursos e tudo o mais que caracteriza afronta à legislação de regência dos
pleitos eleitorais, em detrimento dos demais candidatos que estão respeitando o
período regulamentar para dar início às suas campanhas.
Além dos discursos próprios de candidato, o
político não poupa ataques ao presidente do país, a exemplo da afirmação das
críticas à gestão dele, quando garantiu que, se voltar à presidência, reverterá
as medidas mais polêmicas adotadas pelo atual presidente, entre elas as
privatizações, além de descer o malho nos integrantes da Operação Lava-Jato, os
qualificando de pessoas que cometem injustiça, entre outros adjetivos
desrespeitosos.
Nas andanças, ele disse que é inocente das
acusações de corrupção e reiterou que, até agora, nem a polícia, nem o
Ministério Público, conseguiram provar algo contra ele, tendo afirmado que "Não encontraram nada. Foram à minha casa e
não encontraram. Na casa do Cabral encontraram", em alusão ao
ex-governador do Rio de Janeiro, que se encontra preso.
É lamentável que qualquer político,
mesmo aquele sem a mínima noção do que fala, sabe perfeitamente que a educação
é o principal caminho que pode levar ao desenvolvimento da nação com as
grandezas humana e econômica como as do Brasil, mas tem muitos homens públicos
que ficam muitos anos no poder e o resultado está aí para todo mundo ver, que o
país é o terceiro do mundo não como destaque da educação, mas sim em quantidade
de presos nas cadeias, em razão justamente do péssimo e precário sistema
educacional, que só tem prioridade na boca da demagogia, à procura de voto, mas,
sendo eleito, o político esquece suas críticas e segue com seus projetos
eleitoreiros de distribuição de renda, sem a menor preocupação com a qualidade
do ensino público.
Na prática, o Brasil figura entre as
piores nações, em termos de qualidade da educação, e isso é compatível com o que
é deixado de ser feito, com relação à priorização de política voltada para a mudança
da triste realidade que impera no setor, de longa data, que apenas vem se
deteriorando a olhos visíveis.
Como o Brasil é visto como verdadeira republiqueta,
em termos de educação, por se colocar entre os últimos países nas avaliações
das entidades especializadas, parece até chacota política por parte de quem já
teve poder e influência para modificar esse quadro degradante, mas somente restou
reconhecer agora, muito tempo depois, que educação é instrumento capaz de
solucionar as graves crises brasileiras.
O certo mesmo é que os homens públicos
têm consciência sobre as mazelas brasileiras, mas, quando estão no poder,
somente prevalecem as políticas consentâneas com seus objetivos políticos,
principalmente com aqueles que podem propiciar imediatos rendimentos, em termos
de dividendos político-eleitorais, como forma de galanteio do ego político, com
o reconhecimento do exacerbado populismo, por certo, em detrimento das demais políticas
de Estado.
O histórico que confirma o Brasil entre
os últimos países, em termos de qualidade da educação, até parece paradoxal,
porque é verdade que há investimentos maciços no setor, porém e complexo e até
impossível se aquilatar a efetividade deles, diante da pulverização e da má
aplicação dos recursos, conforme mostram os resultados do ensino paupérrimo,
medíocre e distante dos níveis dos país evoluídos, que priorizam os
investimentos no setor e perseguem a sua melhoria, por meio de controles e
avaliações permanentes, eficientes e eficazes.
Não há a menor dúvida de que é fácil se
dizer que o caminho do progresso do país passa pela educação, mas, de antemão,
já se sabe perfeitamente quais são as prioridades de governo que esteve
surfando na crista onda da popularidade, exatamente quando foi dada prioridade
aos programas de distribuição de renda, com preferência para os programas de
assistencialismo, a exemplo maior do Bolsa Família, que garantiria a cesta do
clientelismo eleitoral, como ficou comprovado nas eleições presidenciais, onde
os candidatos do governo explodiam com as urnas cheias, abarrotadas dos votos
dos bolsistas, que tinham a certeza de que o programa assistencialista seria
garantido por mais um mandato.
Enquanto isso, as demais políticas de
Estado, como a própria educação, que hoje é eleita, mais de forma demagógica do
que realista, como sendo essencial para o desenvolvimento do país, apenas mereceram
as atenções normais, sem qualquer prioridade, e o resultado é o país
assoberbado de analfabetos e de ensino público da pior qualidade, somente
comparável às republiquetas que deixaram de priorizar os investimentos nessa
importante área, permitindo que o povo ficasse cada vez mais emburrecido, pobre
culturalmente e ignorante, exatamente com o atraso cultural que permite que o
cidadão não consiga enxergar os fortes traços ínsitos dos políticos que estão
envolvidos em casos contrários à moralidade.
Diante da comprovada importância da
educação para o desenvolvimento social e econômico, convém que os brasileiros
se conscientizem sobre a imperiosa necessidade se elegê-la como política prioritária
de Estado, de modo que seja exigido dos candidatos ao Palácio do Planalto, na
próxima eleição, o compromisso da sua implementação e consecução como meta de
governo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de dezembro de 2017
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