Conforme pesquisa do Datafolha, o maior político
brasileiro se robustece na liderança da preferência mais especificamente da
opinião de apenas 2.765 eleitores consultados, sendo seguido pelo deputado federal do PSC-RJ,
considerado ultradireitista, que está isolado em segundo lugar na corrida
presidencial.
A consulta foi realizada entre 29 e 30 de novembro,
em 192 cidades, com a média de 14,4 pessoas por localidade, sendo considerado universo eleitoral extremamente desprezível, por não haver a menor consistência, em termos de peso eleitoral.
O resultado da pesquisa aparece no exato momento em
que o PSDB tenta indicar o governador de São Paulo como seu candidato à
presidência, que entraria na disputa com a representação de força mais de
centro, em contraposição aos extremos da esquerda e da direita, com a personificação
respectivamente do ex-presidente petista e do deputado ultradireitista.
O ex-presidente lidera com 34%, vindo depois, bem
distante, o deputado carioca, com 17%, sendo acompanhados pela ambientalista,
com 14%, que é seguida por pelotão mais distanciado formado pelo governador de
São Paulo, ex-governador do Ceará, o ministrado aposentado do Supremo Tribunal
Federal, um senador do Podemos/Paraná, entre outros que estão na faixa de 2% e
1%.
Na simulação em que o nome de governador de São
Paulo é substituído pelo do prefeito paulistano, que disputava a indicação
tucana, o desempenho é praticamente o mesmo.
A pesquisa mostra que, quando a intenção de voto é
questionada sem apresentação de nomes, o ex-presidente surge com 17% das
citações e o deputado carioca, com 11%, sendo que os outros pontuam de 1% para
baixo. O "ninguém" tem 19% e não sabem afirmar em que candidato
votariam, 46%.
No
cenário do segundo turno, a pesquisa mostra que o ex-presidente também ganha de
qualquer adversário. Ele ampliou em quatro pontos percentuais sua vantagem, em
relação à última pesquisa, a exemplo do confronto com o governador de São
Paulo, a ambientalista e o deputado carioca, que ganharia pelo placar de 52% a
30%, 48% a 35% e 51% a 33%, respectivamente.
Há
a expectativa de que a candidatura do ex-presidente poderá ser inviabilizada, se
a sua condenação à prisão de nove anos e seis meses, por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, seja confirmada pela segunda instância.
Caso
a aludida condenação seja ratificada no colegiado, o petista estará, na forma
da lei, fora da disputa eleitoral, mas cogita-se que possa haver recursos para
ele continuar como candidato, haja vista que o PT acredita ser possível
mantê-lo vivo, em termos políticos, na campanha, pelo menos, até o primeiro
turno, mesmo que mantida a condenação dele.
No
caso de descartada a participação do petista, a configuração do cenário passa a
ter o deputado fluminense em primeiro lugar, com 21%, seguido pela
ambientalista, com 16%, pelo ex-governador do Ceará, com 12%, governador de São
Paulo, com 9%, e um senador do Paraná, com 5%, enquanto o possível substituto
dele (o ex-prefeito paulistano) ficaria com 3%, empatado tecnicamente com a candidata
do PCdoB, com 2%.
A
pesquisa mostra que o petista tem a preferência entre eleitores mais pobres,
menos escolarizados e moradores da região Nordeste, enquanto o deputado carioca
faz maior sucesso entre homens, jovens e com renda maior. Entrementes, na
camada social mais abastada do eleitorado, a disputa fica mais pulverizada.
É
evidente que a pesquisa é realizada em universo bastante reduzido, entre apenas
2.765 eleitores, quando, a bem da verdade, o Brasil tem, na atualidade,
aproximadamente 150 milhões de eleitores capacitados e aptos ao voto, o que não
se pode fazer, em definitivo, qualquer avaliação acerca da possibilidade quanto
à afirmação de que, se a eleição fosse hoje, alguém ganharia em qualquer
cenário, exatamente pela precariedade de parâmetro, que precisaria de, pelo
menos, a obtenção de milhões de respostas para se afirmar categoricamente que
tal candidato seria o eleito, segundo a vontade do eleitor.
Há
evidência de que, na pesquisa, sequer foi tangenciada a questão moral inerente
aos candidatos, mas certamente os princípios da ética e da moral deverão ser
explorados à abundância quando por ocasião do pleito eleitoral, para se
destacar aqueles que tiveram ou ainda estão tendo problemas com a Justiça,
principalmente quanto aos fatos ou às atividades relacionados com a coisa
pública, pondo em relevo os casos que não foram devidamente justificados e
esclarecidos ou que sejam objeto de ações em tramitação na Justiça ou, ainda,
no que dizem respeito aos envolvidos que já tenham sido condenados à prisão ou,
de alguma forma, estejam implicados com denúncias sobre a prática de atos
inquinados de irregulares.
É
preciso seja enfatizado que o político da liderança na pesquisa já realizou
duas caravanas, com jeitão de campanha eleitoral, na qual ele agridem os adversários
políticos, a imprensa, os agentes da força-tarefa da Operação Lava-Jato e todos
aqueles se não comungam com a sua cartilha ideológica, motivo pelo qual
certamente é licito de intuir que suas andanças brasis afora estão reavivando a
memória do eleitor e agregando maior aproximação com ele, enquanto seus
opositores ainda não apareceram em caravana diante da população, o que
demonstra indevido e irregular desequilíbrio em relação aos parâmetros de
isonomia de tratamento entre os possíveis candidatos, em clara atitude afrontosa
à legislação eleitoral, que proíbe campanha antes do prazo legal.
Convém,
como se procedem normalmente nos países sérios, civilizados e evoluídos, em
termos jurídicos, políticos e democráticos, que os candidatos implicados com a Justiça
tenham sensibilidade para declinar da disputa eleitoral, mesmo que estejam na
liderança das pesquisas de preferência de voto, porque isso pode não significar
nada, notadamente em respeito à preservação da dignidade do eleitor, que jamais
deveria ser constrangido com a presença no pleito eleitoral de candidatos
maculados por denúncias sobre deslizes na vida pública, salvo se forem
esclarecidos, com antecedência, os fatos inquinados de irregulares e liberados
seus nomes para o devido preenchimento dos requisitos exigidos pela legislação de
regência, quanto à observância dos princípios compatíveis com a moralidade na
administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 5 de dezembro de 2017
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