quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O dia da consagração da verdade

Condenado pela ação da Lava-Jato, o ex-ministro da Casa Civil conclamou militantes petistas a instituírem, em 24 de janeiro vindouro, o "dia da revolta", para mostrar a insatisfação pela marcação do julgamento, em recurso de apelação da condenação à prisão, por nove anos e seis meses, do ex-presidente da República petista, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, somente com relação ao caso do tríplex de Guarujá (SP).
O Tribunal Federal Regional da 4ª Região marcou o julgamento do ex-presidente, com relação ao caso do citado imóvel, para aquela data, que foi considerada fora da curva, porque talvez os petistas pretendessem que os processos do seu líder maior somente sejam julgados depois das eleições ou até mesmo apenas a partir de quando ele deixar o cargo de presidente, no caso da vitória dele ao Palácio do Planalto.
Em mensagens, o ex-ministro, demonstrando bastante revolta, afirmou que "a hora é de ação, não de palavras", dando a entender que a militância não pode aceitar passivamente que a Justiça faça seu trabalho em ritmo de tranquilidade.
Na mensagem, o ex-ministro, em harmonia com as suas ideologias comunista e belicista, como principal militante de lutas armadas contra a democracia, sugere que se transforme em energia "a fúria e revolta, a indignação e mesmo o ódio".
O petista sugere ainda que sejam criados comitês em defesa do ex-presidente, para, em suas palavras, "desmascarar e combater a fraude jurídica e o golpe político", em claras afronta à autonomia do Poder Judiciário e incitação à desordem pública, como forma de contribuir para a continuidade da corrupção e da impunidade.
É inacreditável que cidadão condenado a mais de 42 anos de prisão, pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, considerados de alta gravidade para as atividades de homem público, ainda permaneça em liberdade e acima de tudo ficar incitando a desordem pública, ao concitar que a militância petista se revolte contra a soberana decisão judicial e promova a desordem do país, fato esse que somente deve ser permitido nas republiquetas, onde a ordem jurídica se permite a inversão do poder das autoridades constituídas.
É absolutamente inadmissível que pessoa desqualificada, porque condenada pela Justiça, em razão da prática de crimes gravíssimos, possa ficar livremente opinando sobre matéria que não lhe diz respeito, em evidente demonstração de explícita esculhambação dos princípios democrático e republicano, que não permitem que cidadão estando nessas condições de criminoso condenado ainda esteja em liberdade, como se não tivesse cometido crime algum.
Como se sabe, o ex-ministro sempre foi o principal mentor dos atos de violência atribuídos ao seu partido, tendo liderado confusões e badernas, com vistas a se criar confusão na ordem pública, mas a sua condição de condenado não lhe dá direito de dizer o que os militantes petistas devam fazer para tentou livrar o petista-mor de condenação, que parece ser o destino dele na sentença a ser proferida pela 8ª Turma do Tribunal Federal Regional da 4ª Região.
A manifestação do ex-ministro somente se confirma a sua índole de bandido de alto nível e agora pretende tão somente tumultuar a ordem pública, por meio de revolta movida pelo ódio, como somente pessoas da personalidade dele podem planejar, mas as autoridades públicas precisam agir com energia e urgência, para evitar que a vontade desse perverso e maligno petista seja neutralizada o quanto antes possível.
É difícil compreender o desespero de um dos principais líderes do PT, na tentativa de se rebelar contra o tribunal que irá julgar a apelação impetrada pelo líder-mor petista, que vem garantindo que é o homem mais puro da face da Terra.
 Como temer a Justiça, se o principal alvo do julgamento se diz inocente? Na verdade, a revolta contra a Justiça prenuncia e sinaliza pela assunção de culpa pelos fatos denunciados e não faria sentido se o mais importante político não tivesse tanta certeza que é inocente.
Como se sabe, é da natureza jurídica que juiz nenhum vai condenar alguém sem que não estejam presentes nos autos as provas sobre a materialidade do crime, porque a sentença condenatória pode implicar a aplicação de penalidade ao juiz, pela prática do crime de prevaricação, motivado pela ausência de provas materiais sobre a confirmação do crime objeto da condenação.
Caso os petistas tivessem absoluta convicção sobre a inculpabilidade do seu líder-mor, certamente que eles estariam tranquilos e confiantes que, enfim, a Justiça precisa julgar a demanda, para pôr fim, i mais rapidamente possível, ao processo onde não há provas sobre os crimes denunciados.
A demonstração de revolta do petista nada mais é a da possível certeza de que as contas prestadas à Justiça, podem realmente não ter sido aprovadas pelo juiz da primeira instância, no caso específico sobre o tríplex, que foi reformada às custas da empreiteira OAS, cujo então proprietário garantiu que as referidas reformas foram feitas a pedido, em imóvel que sempre pertenceu ao ex-presidente.
Ao contrário de ser proposto o dia da revolta, o importante criminoso petista poderia se vangloriar sobre a data marcada para o julgamento, para nomeá-la como o dia consagrado à verdade, pois é quando a Justiça vai bater o martelo e dizer se o ex-presidente é inocente ou culpado, evidentemente a depender da incontestável materialização das provas inseridas nos autos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de dezembro de 2017

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