Segundo
reportagem publicada no jornal O Estado
de S.Paulo, a Venezuela se encontra mergulhada em terríveis dificuldades
administrativas, de dimensão alarmante, por abranger vários segmentos vitais e
importantes do país, conforme os tópicos a seguir comentados.
Uma
médica do Estado de Vargas, no norte da Venezuela, denunciou que “Nos últimos quatro meses, 24 pacientes
diabéticos morreram em razão da falta de insulina e amputamos cinco pessoas em
um mês. Alguns tipos de insulina até
chegam às farmácias particulares, mas custam muito caro. No hospital, não temos como tratar os
pacientes e estamos fazendo vaquinha para comprar alguns produtos básicos.”.
Diante
da escassez de remédios, a Organização Mundial de Saúde concluiu pela
existência de crise humanitária no país, tendo sido constatado que, desde 2014,
faltam pelo menos 100 remédios essenciais, conforme denunciou a Federação
Farmacêutica da Venezuela, ao afirmar que 85% dos medicamentos necessários à
população sumiram das farmácias, mas, quando se trata de doenças crônicas, como
diabetes e câncer, a escassez chega a 95%.
Várias
doenças reapareceram, como a difteria, que havia sido erradicada há 24 anos,
assim como a tuberculose e o sarampo.
A
Venezuela enfrenta epidemia de malária, com a constatação de 200 mil casos até
outubro, o que representa a metade dos casos de todo o continente americano.
Outro
fator preocupante é a desnutrição em crianças menores de cinco anos, que teve aumento
de 54%, em abril, para 68% em agosto.
Estudo
realizado pela ONG Cáritas da Venezuela, vinculada à Igreja Católica, indicam
que 35,5% das crianças pobres do país, com idade de 0 a 5 anos, estão
desnutridas, e que a mortalidade infantil na Venezuela aumentou 30,12% no ano
passado, em relação a 2015, com 11.466 mortes de crianças de 0 a 1 ano.
A
par do desaparecimento dos alimentos e remédios, a escassez de métodos
contraceptivos e de camisinhas causou aumento alarmante da quantidade de
doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da gonorreia, sífilis e herpes,
além da epidemia de abortos caseiros – o aborto na Venezuela é proibido, a não
ser em casos de risco de vida para a mãe. Segundo ONGs, em 2015, houve 2.366
atendimentos médicos em decorrência de abortos improvisados, mas, em 2016, o
número aumentou para 3.430.
Os
médicos garantem que a escassez de métodos contraceptivos é a causa do aumento
de casos de aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como
gonorreia, sífilis e herpes. Este ano, mais de 6,5 mil pessoas contraíram o HIV
na Venezuela.
Outra
situação preocupante diz respeito aos apagões nas cidades e eles têm sido cada
vez mais frequentes, principalmente em Caracas, nos horários de pico, com a
interrupção das linhas de metrô por queda de energia, com duração de até duas
horas.
O
caos na Venezuela já começa a afetar também questões relacionadas com o
fornecimento de gasolina à energia elétrica, que já está tendo reflexo nas
estações de metrô de Caracas, com o fechamento de algumas, por falta de luz.
Mesmo
tendo as maiores reservas de petróleo do mundo, em várias regiões do país, a
gasolina está no fim em 17 dos 23 Estados, que enfrentam escassez de
combustível, fato este que contribuiu para a redução da circulação de táxis e
ônibus e vem causando transtornos no transporte público, em várias cidades.
Como reflexo da situação caótica
do país, a linha aérea venezuelana está proibida de voar para a União Europeia,
como forma de boicote político adotado pelo Velho Mundo àquele país, que não
concorda com os métodos truculentos e desumanos impostos à sociedade pelo seu desgoverno.
Em
que pesem a desgraça e o horror predominantes na Venezuela, o vice-presidente
da República acaba de anunciar que o presidente ditatorial do país é candidato
à reeleição, o que se pode esperar que o caos terá as melhores condições e chances
de se multiplicar e se consolidar, caso ele seja realmente confirmado do poder,
o que não será nenhuma novidade, a considerar que o sistema eleitoral adotado
ali tem o mesmo padrão de perenidade já caducada em Cuba, onde o ditador-tirano
morrer no trono.
O
que se pode esperar da gestão econômica cuja inflação pode superar, este ano,
os 2000%, segundo as previsões de economistas da oposição, embora o FMI tenha
previsão mais civilizada, que pode ultrapassar os 700%, o que também não é nada
animadora, porque não tem economia que resista em pé com níveis tão alarmantes
do desgaste do poder de compra da população, que sente seu dinheiro sumir do
seu bolso como rastilho de pólvora incendiado.
A terrível e massacrante situação vivida na Venezuela
nada mais é que o retrato fiel e perfeito da exata e correta implementação dos
princípios básicos do famigerado regime socialista/comunista, que normalmente tem
sido aplaudido pela “inteligência” das esquerdas tupiniquins, que não se cansa
de elogiar a forma modelar como aquele país vem sendo governado, muito embora
nenhum socialista brasileiro queira se mudar e viver lá, para usufruir as
“benesses” e as “maravilhas” proporcionadas aos venezuelanos, que estão fugindo
do inferno e dos maus-tratos, quando podem e ainda têm condições de assim agir,
para a salvação da própria pele.
É
evidente que cada país tem suas peculiaridades, mas, como as eleições
brasileiras estão se aproximando, convém que os partidos de esquerda, que
defendem o regime socialista como forma de governo, tendo como princípio a
igualdade social, mostrem para os brasileiros os resultados da gestão
bolivariana da Venezuela, que antes do chavismo ser implantado o povo tinha
dignidade e vivia como ser humano normal, usufruindo os ares dos direitos
humanos e dos princípios democráticos, mas agora se fala em crise humanitária,
miséria e verdadeiro inferno nos hospitais e também fora deles.
É
preciso mostrar para os brasileiros a triste realidade da Venezuela, para que
os eleitores tupiniquins possam fazer sua escolha para as liberdades e
oportunidades individuais do Brasil ou para o verdadeiro inferno existente no
socialismo bolivariano, onde o povo vem tendo tratamento desumano, sob o regime
da miséria e da esculhambação, além de prevalecer a escassez generalizada e o
governo é cada vez mais omisso e irresponsavelmente inexistente para cuidar das
chagas abertas pelo desgraçado e desumano regime por ele imposto à população.
O
pior de tudo isso é que o povo, por sua ingenuidade e infantilidade convalidou,
pelo voto, os próprios infortúnio e sofrimento, conforme mostram as reportagens
como esta do Estadão, que prestam expressiva contribuição não somente aos
brasileiros, mas em especial à humanidade, que precisam conhecer as mazelas, maldades
e atrocidades patrocinadas por desgoverno tirano, cruel, truculento, de extrema
desumanidade, por nada fazer para, pelo menos, minimizar o sofrimento do povo, causado
pela falta de alimentos e medicamentos.
Custa
acreditar que, na Venezuela, em completo estado falimentar, conforme denuncia a
corajosa e importante reportagem do Estadão, ainda existe gente completamente
desmiolada e insensata para anunciar que o presidente será candidato à
reeleição, no próximo ano, em clara demonstração de insanidade e, em especial, insensibilidade
para a real situação de calamidade pública por que passa a nação, totalmente
sem governo, diante do caos reinante no país, que até passou a dar calote aos
credores, como o Brasil, que deixou de receber o pagamento referente à garantia
de financiamento, o que vai contribuir para dificultar ainda mais as
importações de alimentos e remédios.
Infelizmente,
mesmo que isso seja paradoxo, o que está acontecendo de tão grave na Venezuela
serve de importante e especial exemplo de alerta para os brasileiros, que não
devem acreditar nas promessas “miraculosos” socialistas e muito menos
apoiá-las, que apenas propiciam benesses para as lideranças e miséria para o
povo, a exemplo do desastre e da crise humanitária - já reconhecida por
organismo internacional -, que se abatem sobre os venezuelanos, que sentem na
pele o sumiço de alimentos e gêneros de primeira necessidade e de medicamentos
essenciais à vida, mas certamente o horror jamais atingirá a classe dominante,
o topo do poder, que continua tendo o bom e o melhor, porque é exatamente assim
o regime socialista: o povo que se exploda! Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 8 de dezembro de 2017
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