Segundo
anúncio feito por seu vice-presidente, o presidente de Venezuela tentará a
reeleição no próximo ano, nestes termos: “vamos
ter, se Deus e o povo quiserem, a reeleição de nosso irmão Nicolás Maduro como
presidente da República”.
Sob os aplausos
de simpatizantes do presidente, o vice disse que a eventual reeleição será a
resposta ao “golpismo” da oposição e
à “perseguição financeira e às sanções”
dos Estados Unidos da América, tendo concluído que “Já estamos preparados para obter uma grande vitória”.
Ele
ressaltou que o segundo mandato do presidente fortalecerá as vitórias do
chavismo em 2017, em referência à eleição da Assembleia Constituinte - que rege
com poderes absolutos desde agosto e foi objeto de contestação pela oposição e por
países civilizados - e as eleições regionais, ganhas em 18 de 23 governos, no
mês de outubro último.
O
vice-presidente previu que, agora, “vamos
ter a grande maioria das prefeituras”, nas votações de 10 de dezembro
próximo, nas quais os principais partidos opositores não participarão, o que é
natural nas ditaduras, diante da imposição de condições antidemocráticas.
A
candidatura em apreço é anunciada a dois dias do início de diálogo entre
governo e oposição, na República Dominicana, na tentativa de se obter
entendimento para a solução das graves crises social, moral, política,
econômica, administrativas, entre outras, que levaram o país ao completo abismo
e à bancarrota, a exemplo da moratória declarada pelo governo, diante da falta
de recursos para pagar seus credores.
O anúncio
em tela mereceu severas críticas da oposição, à vista do que foi dito por um
líder, que “Se Maduro quer que a crise
econômica seja resolvida em 2018, a única coisa que deve fazer é ir embora e
permitir que a Venezuela eleja um governo honesto e eficiente”.
Causa espécie
que o mandatário do país, com baixíssima popularidade, algo em torno de apenas 15%
a 20% da preferência da população, que deve ser aquela que usufrui das benesses
do regime totalitário, o que demonstra, de forma incontestável, a sua rejeição
para representar a vontade do povo, ainda tenha a indignidade de querer
continuar comandando a nação, ante a alta desaprovação da sua presença no
governo.
Alega-se
que, com violenta queda dos preços do petróleo, em 2014, o governo venezuelano reduziu,
de forma drástica, as importações que o país é historicamente dependente, fato
que implicou em seríssima escassez de alimentos e medicamentos.
O certo é
que a grave crise econômica obrigou a Venezuela a declarar, em data recente,
moratória por um grupo de credores e agências de classificação de risco, após o
atraso no pagamento de juros da dívida.
O governo
venezuelano tenta renegociar o passivo, estimado no valor de 150 bilhões de
dólares, cuja dívida é reflexo de quatro anos consecutivos de recessão e de má
gestão, a exemplo da inflação que, segundo o FMI, poderá atingir o pico de
2.300%, no corrente ano.
A
situação econômica da Venezuela é tão crítica e preocupante que especialistas em
finanças asseguram que o presidente poderá optar por calote seletivo, para
financiar sua campanha, por meio da projeção de imagem falsa de recuperação, o
que exporia o país a embargos e processos judiciais, com resultados perigosos
para a economia, que tende a se declinar ainda mais.
Por
amor à imbecilidade e à burrice pueris, não somente os brasileiros, mas os
latinos se encontram onde estão mergulhados em dificuldades, sendo apenas
assistidos por alguma forma de benefício do Estado, sem a devida prestação dos
serviços dignos de saúde, educação, saneamento básico, infraestrutura, segurança
pública, entre outros, por terem acreditado nas promessas de fácil transformação
social, como se a igualdade social se operasse por meio de regime já superado e
obsoleto, em contraposição às conquistas da humanidade, com o aproveitamento
dos avanços da ciência e da tecnologia.
Na
verdade, o aval do povo aos socialistas não passa de cheque em branco para a
prática de atos contrários aos direitos humanos e aos princípios democráticos, os
quais depois passam a executar atos próprios da tirania e do despotismo, a
exemplo do que acontece na Venezuela, que seria, não muito longe, acompanhada
pelo país tupiniquim, ante a sintonia de pensamento e de ideologia intrínsecas
do governo, em boa hora, afastado do cargo pelo crime de responsabilidade fiscal,
mais precisamente pelos rombos causados nas contas públicas.
É
evidente que a renovação do mandato do presidente, na forma deletéria como ele
vem conduzindo - não é nem governando - a Venezuela, parece brutal
despropósito, em especial, por parte das autoridades constituídas, que permitem
que pessoa absolutamente desqualificada passa comandar importante país, detentor
que é da quarta reserva petrolífera do mundo, mas se encontra mergulhado em
profundas e gigantescas crises de natureza diversa, além de ter conduzido o
povo aos frangalhos da civilidade, com a imposição do famigerado regime
socialista, em que a igualdade social nada mais é do que a vida em martírio
decorrente do brutal e generalizado desabastecimento, em especial de alimentos
e remédios.
Em
segundo plano, verifica-se que o povo só pode estar dopado, em completo estado
de letargia, por aceitar a submissão ao penoso, cruel, maléfico e retrógrado
sistema socialista, conforme mostram a truculência e a insensibilidade nos
casos em que o povo tentou demonstrar o seu inconformismo contra os métodos
violentos e desumanos adotados pelo governo.
Em
termos de bom senso e razoabilidade, é absolutamente inconcebível se apoiar à
recondução de presidente que conseguiu levar o país e seu povo à miséria e às
piores e mais graves crises, entre outras, social, moral, política, econômica e
administrativa, com destaque para o terrível desabastecimento de alimentos e
remédios, em escala extremamente alarmante, sobretudo porque o país é dependente
de importação, por não produzir o suficiente para o consumo interno.
Essa
precariedade pode se complicar ainda mais com a economia reconhecidamente em
farrapos e o governo já até deixou de pagar seus credores, o que implica maior
dificuldade para a importação dos produtos necessários ao abastecimento do país.
De
seu turno, é incompreensível que presidente totalitário e desumano, que lidera
o país com mão-de-ferro, em completo desprezo aos direitos humanos e princípios
democráticos, a par da clara degeneração gerencial e administrativa, ainda tenha
a insensatez e a insensibilidade de pretender continuar o comandando, em
evidente situação adversa, visivelmente incompatível com a grandeza do povo da
Venezuela, diante da possibilidade de se contribuir para arrasar ainda mais a
sua já péssima situação socioeconômica. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de dezembro de 2017
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