sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Desprezo aos valores morais

A passagem do juiz federal responsável pela Operação Lava-Jato pela Universidade de Coimbra, célebre por sua tradição histórica de Portugal, foi marcada por protestos com pichação de muros da instituição, com mensagens contra o magistrado.
Na atualidade, aquela universidade é a instituição de ensino que tem a maior quantidade de alunos brasileiros fora do país, sendo contabilizados cerca de 2.000 entre alunos de graduação e pós-graduação.
Estudantes brasileiros e também portugueses se reuniram para censurar a presença do juiz da Lava-Jato, que foi a Portugal para participar de seminário sobre combate à corrupção, naquela instituição, com o título de "Transparência, Accountability, Compliance, Boa Governança e Princípio Anticorrupção".
Em nota, a Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra justificou as manifestações, com o seguinte teor: "Tendo em vista que os métodos de atuação no processo judicial adotados por Sergio Moro são contestados justamente no Comitê de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas, a Apeb/Coimbra manifesta a sua perplexidade com a escolha desse personagem para participar no evento que trate de tais temáticas na qualidade de conferencista".
Devem ser brasileiros que, por óbvios motivos ideológicos, sem a menor preocupação com os princípios próprios de moralização, tão importantes na atualidade, aproveitaram para se manifestar contra a atuação brilhante  de magistrado brasileiro, respeitado mundialmente por seu magnífico trabalho implementado contra a corrupção, cuja missão patriótica tem sido contestada por alguns desmiolados e ingênuos brasileiros que não se envergonham de defender os corruptos e as organizações criminosas que destruíram a Petrobras, com o desvio de bilhões de reais de seus cofres.
Esse medíocre sentimento ainda impregnado na mentalidade de brasileiros que ainda resistem em acreditar nos resultados das investigações, dando conta da roubalheira pesada que somente veio à tona depois do trabalho persistente, corajoso, competente e exitoso do juiz que foi injustamente hostilizado em Coimbra, o que bem demostra o nível rasteiro desses antipatriotas sem caráter, que ainda preferem defender e apoiar a bandidagem podre da política, que levou a vida se beneficiando de propinas com recursos públicos.
Não há a menor dúvida de que o pior cego é o que não quer ver, uma vez que o trabalho do juiz da Lava-Jato é reconhecido de pé e com aplausos, por onde há pessoas honradas e conscientes sobre a imperiosa necessidade da moralização da administração pública, sendo merecedor do respeito de pessoa mais querida e admirada do Brasil, que acaba de receber o reconhecimento de brasileiro do ano de 2017, conferido pela revista IstoÉ, em razão de seu extraordinário trabalho de combate à corrupção e à impunidade.
Custa entender que, em pleno século XXI, diante dos espetaculares avanços dos conhecimentos científicos e tecnológicos, grupo de estudantes tentem deslustrar a presença de magistrado que teve coragem de enfrentar os poderosos políticos e levantar os podres do submundo da administração pública tupiniquim, pondo na prisão criminosos de colarinho branco, em especial, desavergonhados executivos, empresários, políticos, que não conseguiram provar as suas inocências nos casos que se envolveram.
As sentenças condenatórias da lavra do juiz da Lava-Jato se baseiam em provas materializadas nos autos, à vista dos resultados das investigações, delações, testemunhas, planilhas, demonstrativos contábeis etc., cabendo ao juiz se manifestar estando absolutamente convicto de que há, nos autos, elementos juridicamente válidos e suficientes para respaldar a sua decisão, sob pena de ele cometer crime de prevaricação, no caso da fragilidade das provas ou da sua inexistência, sendo cabível ainda a sua responsabilização por danos morais resultante de decisões inconsistentes e sem o devido fundamento jurídico, qual seja, a robusteza das provas constantes dos autos.
Criticar o juiz responsável pela Lava-Jato é fechar os olhos para as precariedades impostas à nação e ao povo, além de aplaudir a corrupção e a impunidade, em cujo governo nada foi feito para apurar os fatos irregulares denunciados e muito menos houve assunção da culpa quanto às responsabilidades pelo desastre que se abateu sobre o país.
Não fosse a excrescência do foro privilegiado, certamente que o juiz da Lava-Jato já teria mostrado muito mais ação contra a poderosa máfia da corrupção, que tem sido beneficiada pela inépcia do Poder Judiciário, com destaque para o Supremo Tribunal Federal, que ainda não conseguiu punir ninguém da turma do colarinho branco, que tem sido poupado das críticas insensatas e injustas contra aquele que tem o inquebrantável apoio dos brasileiros honestos, trabalhadores e principalmente amantes do Brasil, que precisa varrer do seu mapa os antipatriotas que se opõem às medidas de moralização da administração pública.
As pessoas com pouca massa encefálica, que criticam apenas por criticar, em razão de ideologia política ou fanatismo doentio, em claro desprezo ao verdadeiro sentimento do valor moral, certamente que prestam enorme desserviço às causas nacionais, diante da roubalheira que levou a Petrobras à bancarrota, pelo gigantesco desvio de recursos de seus cofres, na gestão que foi afastada justamente em face dos rombos causados nas contas públicas, cujos déficits corresponderam à recessão econômica, aos juros altíssimos, à inflação nas alturas, ao alarmante desemprego, entre outras mazelas que contribuíram para empurrar o país para o abismo, em termos socioeconômicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 8 de dezembro de 2017

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