segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Enfim, a verdade?

Segundo a revista IstoÉ, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos petistas prepara assuntos destinados à colaboração premiada que pretende fazer proximamente, na expectativa de assim fazendo puder deixar a prisão em Curitiba, onde se encontra desde setembro do ano passado, tendo se comprometido, para tanta, delatar o ex-presidente da República petista, de quem era grande amigo e colaborador, até recentemente.
Nesse acordo de colaboração, o ex-ministro imagina cumprir pena de no máximo um ano em prisão domiciliar, que não passa de punição levíssima para quem é acusado de ter movimentado o valor de R$ 128 milhões, somente de propinas da Odebrecht para repasses ao PT.
Além disso, o ex-ministro, conhecido como o “italiano”, no departamento de propinas da Odebrecht, era o responsável pela movimentação da conta secreta da empreiteira, em nome do ex-presidente, que atendia pela alcunha de “amigo”, que teve à sua disposição o valor de R$ 40 milhões.
Conforme a citada revista, o ex-ministro já teria confirmado aos procuradores da Lava-Jato que irá mesmo fazer a delação contra o ex-presidente, prometendo explicar as circunstâncias em que foram movimentados os R$ 40 milhões “destinados para atender às demandas” do petista, à vista do que foi revelado pelo ex-presidente da Odebrecht, em depoimento ao juiz daquela operação.
Ele disse que, daquele total, pelo menos o valor de R$ 13 milhões foi sacado, em dinheiro vivo, para o ex-presidente pelo sociólogo seu assessor.
Na agenda da deleção, consta que ex-ministro irá detalhar também a divisão de propinas na criação da empresa Sete Brasil, em 2010, negócio esse que gerou subornos da Odebrecht, no valor de R$ 51 milhões, dos quais, segundo o ex-ministro, o petista-mor teria ficado com 50% do valor.
O ex-ministro irá contar também a forma de captação do valor de R$ 50 milhões junto à Odebrecht, para a ex-presidente petista, em 2009, com a participação do ex-ministro da Fazenda do governo dela, que teve a ajuda do ex-presidente.
O ex-ministro pretende detalhar como funcionava a venda de Medidas Provisórias para grandes empresas e bancos, inclusive fornecendo os nomes de, pelo menos, 20 empresas que pagaram subornos ao PT.
Segundo o ex-ministro, esses grupos teriam se beneficiado de esquemas de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O ex-ministro irá dizer como funcionaram os bastidores que manobraram para que o grupo do Pão de Açúcar conseguisse levar vantagens na disputa com o grupo francês Casino.
É muito importante que o anúncio dessa bomba contra o PT e o seu maior líder venha com o devido invólucro das provas pertinentes, para que a paulada nas cabeças dos destinatários seja de maneira tal que eles sintam o impacto e não tenham realmente condições de sobreviver nem de continuar sonegando a verdade sobre os fatos, que são em quantidade realmente espantosa e deverá ter efeito devastador sobre quem tenta se passar pelo imaculado salvador da pátria e injustiçado.
Espera-se que a colaboração premiada do ex-ministro, idealizador e especial colaborador do PT tenha a eficácia de não se permitir que não mais restem dúvidas quanto à efetividade dos atos criminosos perpetrados contra os princípios éticos e morais, de modo que os envolvidos, além de passar para a mira da Justiça, tenham sensatez para evitar se passarem por arautos da honestidade e da pureza, uma vez que os fatos revelados passem a ser o marco indicativo de que, enfim, a verdade tenha sido revelada, com o peso detonador das respectivas provas.
Os brasileiros anseiam por que esse dia possa chegar o quanto antes, porque é sabido que o delator tem todo interesse em mostrar a verdade sobre o que ele sabe, como forma de se beneficiar da colaboração da redução drástica da condenação, cujo usufruto somente tem validade e efetividade se os fatos delatados tiverem a devida comprovação, ou seja, sejam irrefutáveis, por sua plausibilidade.
Daí a necessidade de que o delator conte somente os casos que ele tenha condições de provar a sua materialidade sobre a culpa, de modo que se permita aferir o grau da degeneração moral de quem insiste em negar a realidade sobre os fatos visivelmente prejudicais ao interesse dos brasileiros, que, se confirmada a autoria deles, teriam sido traídos por quem mereceu, no governo, a melhor das avaliações de todos os tempos da história republicana.
Convém que os maus políticos sejam devidamente desmascarados, o quanto antes possível, como forma de se evitar a continuidade da enganação contra o povo, em especial o mais humilde e ingênuo, que ainda acredita em homens públicos com a índole mentirosa e inescrupulosa, que juram a  inexistência de fatos malignos que podem realmente ter existidos, diante da revelação por parte de quem confessa suas participação e autoria sobre eles, que, de forma solidária, precisa também assumir a responsabilidade pelos danos causados à verdade e à dignidade, princípios estes que são indispensáveis no exercício de funções públicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de dezembro de 2017

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