O maior político brasileiro pretende elaborar nova
"Carta aos Brasileiros", com
conteúdo semelhante à que foi expedida nos idos de 2002, agora para tratar
acerca dos tremores que abalam a economia, que poderiam ter sido suscitados pela
possibilidade da sua vitória à Presidência da República.
A
versão da nova carta tem o propósito de declarar "compromissos com o povo", com destaque para a classe média,
exatamente aquela que o político considera que é massacrado por ela. Segundo o
presidente do Instituto Lula, o destinatário do documento será o país e "Não o mercado".
De
acordo com o que levantado pelo jornal a Folha
de S. Paulo, aliados próximos do petista consideram que ele está preocupado
com o clima de tensão no país e pretende estabelecer diálogo direto com o
eleitor, razão pela qual a sua intenção será a expedição de carta ao povo
brasileiro "mesmo".
O
presidente do Instituto Lula disse também que a intenção do petista é a de assumir
compromissos com a revisão dos limites de gastos públicos e a revogação das medidas
adotadas pelo governo, pois, segundo ele: "É preciso assumir compromissos com o povo. E, sim, revogar medidas
adotadas pelo governo golpista para implementação de um projeto verdadeiramente
democrático e popular".
O
petista teria manifestado preocupação com o que ele considera "guerra de classe" que estaria sendo
criada contra a sua candidatura, tendo afirmado que os resultados de suas gestões,
inclusive com relação à Bolsa de Valores, são prova da inexistência de riscos
de instabilidade para o mercado, no caso da sua assunção à Presidência da
República.
O
ex-presidente disse, segundo relato de aliados dele, que "Não tenho medo do mercado. O mercado não
vota. Quem vota é o povo".
Convém
que qualquer carta dirigida aos brasileiros seja expedida tão logo o seu autor
fique desembaraçado e desimpedido dos casos referentes às denúncias em
tramitação na Justiça, uma vez que o povo anseia mesmo por que nenhum político
esteja implicado com questões judiciais, porque qualquer fato dessa natureza,
com pertinência à suspeita de envolvimento com ato irregular, tem o condão de
comprometer a lisura que se exige no exercício e no desempenho de cargos
públicos.
É
imperioso que os homens públicos precisem comprovar, quanto ao seu nome, a fiel
observância aos princípios da idoneidade e da conduta ilibada, por fazerem
parte de regras comezinhas exigidas e indispensáveis ao exercício de funções
públicas, à luz dos preceitos constitucional e legal de moralidade e probidade.
É
importante que o homem público assuma compromissos de mostrar a sua ficha limpa
para os brasileiros, mesmo que ele se ache imaculado, mas essa pureza precisa
ser provada mediante o pronunciamento da Justiça de que nada consta nos seus
arquivos sobre a vida pregressa dele.
É
consabido que fatos denunciados na Justiça contra homem público são da maior
gravidade para serem abonados por mera carta aos brasileiros, sem que nela
conste a chancela da Justiça, dizendo que há, no histórico dele, registro
afirmando a prova, por meio de contra-argumentos juricamente válidos, a sua
inculpabilidade em todos os casos que tramitavam na Justiça.
É
até provável que o teor dessa carta seja muito importante, mas certamente nada será
tão comparável, em termos de relevância, neste momento de ansiedade por
moralização na administração pública, do que uma simples expressão estampada na
testa do homem público, dizendo apenas isso: "Nada Consta", com o
sinete da Justiça.
Quaisquer
outros assuntos impregnados de milhões de promessas podem soar apenas como a
repetição da ética e da moralidade na política anteriormente prometidas, com a
maior das ênfases, mas o resultado todos sabem que foi a maior roubalheira do
mundo, sintetizada nos escândalos do mensalão e do petrolão, que não foram
assumidos até hoje por aqueles diretamente ligados a esses fatos delituosos.
Não
obstante, os mentores e os protagonistas dessa tragédia foram devidamente
desvendados e identificados pela competência e eficiência das investigações a
cargo da Operação Jato-Jato, que tem sido, como não poderia ser diferente,
objeto de diuturno bombardeamento, sob a acusação de elas serem responsáveis
pela inadmissível e imperdoável criminalização sem provas e com o propósito de
prejudicar os planos políticos de homens públicos que se julgam probos e honrados.
Em
princípio, as medidas até aqui adotadas pelo governo, na forma de ajustes da
economia, foram necessárias, ao que tudo indica, devido aos incalculáveis rombos
nas contas públicas, causados e deixados por governos anteriores, o que vale
dizer que qualquer providência a ser aprovada, doravante, tem que se coadunar
com a real situação social, política, econômica e administrativa do momento, de
modo que o revanchismo e a mediocridade de se marcar gestões oposicionistas
precisam ser substituídos por decisões inteligentes, vanguardistas, competentes
e eficientes, como forma de atender aos fins de modernidade
político-administrativa em benefício exclusivamente do interesse público, com
embargo das pretensões pessoais e partidárias, visivelmente por interesses ou
conveniências políticas.
É
preciso sim que existam milhões de cartas e que nelas sejam sintetizadas, com a
pureza própria do ser humano íntegro, tão somente a verdade sobre os fatos e
que nelas fique registrada a fiel demonstração do compromisso indissociável da
sinceridade, que precisa nortear a real e exclusiva defesa do interesse público,
devendo, sobretudo, serem firmados compromissos com a sublime reverência aos
salutares princípios da ética, moralidade, legalidade, dignidade, idoneidade,
entre outros que confirmem, sob juramento, a integridade de conduta ilibada na vida
pública, não havendo qualquer implicação com a Justiça, porque isso é
indispensável no desempenho de funções públicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de dezembro de 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário