O
juiz responsável pela Operação Lava-Jato, em Curitiba, esteve presente, pelo
segundo ano consecutivo, na solenidade de premiação “Brasileiros do Ano”, patrocinada
pela revista IstoÉ, realizada em São
Paulo.
Desta
feita, o magistrado compareceu ao evento por sido eleito “Brasileiro do Ano
2017”, graças à sua obra na liderança da aludida operação.
O
juiz, que foi ovacionado pela plateia, iniciou seu discurso agradecendo a sua esposa,
nestes termos: “Desde 1992, meu trabalho
não foi muito fácil, tive grandes casos envolvendo criminosos, traficantes e
sempre pude contar com a minha esposa, por isso faço um agradecimento a ela,
Rosângela Wolff Moro”.
Ele
destacou a relevância do trabalho em conjunto com a Polícia Federal e demais integrantes
da Lava-Jato, dizendo que “Meu trabalho
não é um trabalho individual, é um trabalho em conjunto com a PF e com órgãos
que estão diretamente envolvidos. Mais que os números, a Lava-Jato possibilitou
acreditar na Justiça, que executivos e políticos incondenáveis podem ir para
prisão. Esses casos nos dão esperanças”.
O
juiz ressaltou a importância na escolha dos votos nas eleições do próximo ano,
dessa forma: “Em 2018, devemos rever em
quem vamos votar. Isso será um ponto decisivo na mudança do nosso país”.
O
magistrado acenou para a necessidade de medidas com vistas ao efetivo fim à
corrupção sistêmica no Brasil, tendo defendido que condenados em segunda
instância precisam ser presos, ressaltando: “Mas eu diria que mais que uma questão de justiça, é questão de política
de Estado. Eu queria dizer para o presidente Temer utilizar o seu poder
para influenciar que esse precedente jurídico não seja alterado”.
O
juiz reforçou a premência da extinção do foro privilegiado de políticos e
juízes, por haver regalias indevidas para pessoas poderosas, conquanto “Todas as pessoas devem ser tratadas perante
a lei. Não se justifica o privilégio, não quero isso para mim”.
A
revista IstoÉ apresentou síntese da atuação
do juiz à frente da 13ª Vara Federal, em Curitiba (PR), tendo afirmado que “Moro ganhou destaque no Brasil ao comandar a
Operação Lava-Jato, a maior investigação de corrupção do país. Em 2017, o
magistrado foi responsável pelas prisões do ex-governador Sergio Cabral, o
ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e os ex-ministros do PT José Dirceu e
Antonio Palocci. Em julho deste ano, foi responsável por uma das sentenças de
maior repercussão do Brasil: a do ex-presidente Lula, que foi condenado a nove
anos e meio de prisão. O juiz já condenou 114 pessoas, sobretudo políticos
importantes, ex-diretores da Petrobras e os mais conhecidos empreiteiros
brasileiros, sentenciados a penas que somam mais de 2000 anos de cadeia.”.
O
prêmio de "Brasileiro do Ano", concedido pela conceituada revista IstoÉ, ao juiz responsável pela Operação
Lava-Jato apenas sacramenta a grandeza de seu trabalho, que tem a marca da integridade,
dignidade, do espírito público e do amor ao Brasil, ressaltada com extrema
competência e eficiência, própria dos homens públicos que fazem jus que seu
legado seja perpetuado em registro nos anais da história brasileira, com a marca
indelével dos grandes brasileiros que souberam valorizar as atribuições a eles
confiadas, por força do seu ofício.
Trata-se
de magistrado que conseguiu mostrar ao Brasil e ao mundo os verdadeiros sentido
e significado da missão institucional do Poder Judiciário, que passou a ser
vista sob dois importantes prismas: o antes da Operação Lava-Jato, que era
conhecido como o poder inoperante, omisso e cúmplice com a impunidade, e o
depois dessa operação, com o dinamismo, a coragem, o ímpeto do dinamismo
próprio de quem conseguiu simplesmente revolucionar esse poder, que passou a
ser valorizado e respeitado e impor as suas força e autoridade quanto à
eficácia de dezenas ou centena de julgamentos de criminosos da maior relevância
dos mundos político, empresarial e da nata dos brasileiros, que jamais tinham
sido incomodados com tanto vigor pela Justiça.
Eles
sempre acreditavam que as demandas na via judicial não prosperavam e seriam
fadadas ao arquivo, diante da poderosa influência desses marginais de colarinho
branco, que tinham o domínio e o controle de tudo sob seus pés para manobrar
com invulgar competência nos bastidores dos órgãos responsáveis pelas
investigações e pelos julgamentos, cujos resultados, tutelados pelo suborno das
propinas, sempre os beneficiavam.
O
homem do ano de 2017 faz jus sim ao merecido título, por seu trabalho mais do
que exemplar, por mostrar que o servidor público competente dispõe de
instrumentos capazes de revolucionar o trabalho a ele confiado, em nome do
Estado, basta ter a têmpera da coragem, boa vontade, inteligência e acima de
tudo disposição para o convencimento, por meio de exemplos edificantes, das
pessoas para liderar a transformação do Brasil, dominado pela corrupção
sistêmica, em país que precisa e pode ser mudado.
Cabe
aos brasileiros a conscientização, sob a ótica do seu dever cívico e
patriótico, de que cada um tem obrigação de empunhar a bandeira verde-amarela e
cerrar fila em prol da moralização da administração pública, que foi
completamente destruída pela ganância de homens públicos inescrupulosos e de
mentes apodrecidas pela ideologia populista e caudilhista, em prol de causas
pessoais e partidárias, em evidente detrimento dos reais interesses nacionais e
dos brasileiros, a exemplo dos escândalos que implodiram as finanças da
Petrobras, sob o comando de quadrilhas organizadas dentro da própria
administração pública, conforme mostram as investigações recheadas da materialização
das provas da indignidade humana.
O
título de “Brasileiro do Ano”, conferido com mérito ao juiz símbolo de coragem,
firmeza de atitude, competência e eficiência, tem o condão de servir de modelo
não somente para o Poder Judiciário - antes bastante criticado por sua pouca efetividade
-, mas para os servidores públicos e os brasileiros honrados e dignos, pelo
reconhecimento de trabalho profícuo e benéfico aos essenciais princípios da
moralização da administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de dezembro de 2017
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