A ex-presidente da República petista agora cogita
se candidatar ao Senado Federal, na próxima eleição, mas ainda não foi definido
por qual Estado a sua candidata se dará, que pode ser pelo Piauí, embora ela
tenha nascido em Minas Gerais e mora atualmente no Rio Grande do Sul.
Segundo destacou um colunista do UOL, esta não é a primeira vez que a
ex-presidente pretende se candidatar pelo Piauí, porque essa possibilidade já foi
discutida há cinco meses e chegou a causar enorme desconforto no âmbito do PT
piauiense, quando foi forçado a ser negado o fato pelo governador, tendo dito, na
ocasião, que não estivesse negociando com a petista a sua transferência do
domicílio eleitoral, de Porto Alegre para Teresina.
Acontece
que ela já foi enxotada eleitoralmente do Rio Grande do Sul, quando o PT a deixou
a ver navios, já tendo escolhido o atual senador petista como opção à reeleição
para o Senado.
Se
a ex-presidente tivesse escolhido Minas Gerais para se candidatar ao Senado,
haveria páreo senatorial pitoresco, porque o seu concorrente opositor à Câmara Alta
será exatamente o senador tucano, aquele mesmo que duelou com ela na disputa no
último pleito presidencial, já que ele se declarou disposto a pleitear junto ao
eleitorado mineiro a renovação do mandato.
Ao que tudo indica, a petista não terá caminho fácil para
chegar até o Senado, diante da clara rejeição interno no partido para
acomodá-la como candidata ao importante cargo, fato que a obrigou a se arrastar
para outro Estado que lhe ofereça guarida, que pode ser o Piauí, mas lá já houve
demonstração de resistência e com muita razão, notadamente porque ela não conhece
sequer os problemas enfrentados na região, que somente foi no estado em visitas
rápidas, exatamente em busca de votos, nas campanhas presidenciais.
Por sua vez, não passa de tremenda incoerência política,
ela se candidatar em outro Estado diferente da sua residência, dando evidente
demonstração da sua rejeição pelo próprio partido, além de contribuir para a
desarmonia na nova situação eleitoral, considerando que a composição da política
local passa a contar com corpo estranho, com o sentimento de alguém chegando de
paraquedas, passando a se intrometer nos assuntos políticos do Estado, justamente
por quem não faz parte do contexto histórico, que apenas se aproveita da
situação para se beneficiar, em detrimento daqueles que têm seu passado político
formado com por meio da sua dedicação e do seu sacrifício.
Ademais, não importando onde a ex-presidente for se
candidatar, para qualquer cargo, é de bom alvitre se conhecer o seu histórico
político, quando se sabe que a sua gestão teve a marca indelével de uma das
piores presidentes do Brasil, somente sendo superada, em termos de avaliação administrativa,
pelo atual presidente, que tem sido o pior avaliado, conforme mostram os
resultados das pesquisas.
A verdade é que não importa qual seja o Estado escolhido para
a ex-presidente se candidatar a qualquer cargo público eletivo, porque convém
que seja avaliado o seu passado político e logo se verifica o lamentável
histórico de fracasso deixado na gestão dela, que certamente não merece a
confiança do povo para que ela o represente politicamente.
É mais do que notório que o Brasil foi conduzido ao fundo
do poço, em razão de administração desastrada, conforme mostraram os
indicadores econômicos, com a recessão comandando a economia, forma negativa; a
inflação beirando os dois dígitos; os juros acima de 14% a.a.; o desemprego na
casa dos 13 milhões de pessoas; a péssima prestação dos serviços públicos; o
rombo nas contas públicas; a queda na arrecadação; a falta de investimentos em
obras públicas; a perda do grau de investimento, pelas agências de classificação
de risco; a desindustrialização, enfim, entre outras precariedades e mazelas
que contribuíram para levar o país ao verdadeiro abismo, sem qualquer perspectiva
de retomada do caminho do desenvolvimento socioeconômico.
No pior das hipóteses, hoje o país ainda não superou plenamente
as crises, mas melhores ares já podem ser respirados com a volta do crescimento,
a derrubada da inflação para menos de 3% a.m., a vertiginosa queda das taxas de
juros para 7 % a.a., o estancamento do aumento do desemprego, entre outros fatores
favoráveis ao ritmo do progresso econômico.
Diante dos fatos, é de conveniência que os brasileiros, do
estado que a ex-presidente se candidate ao cargo de senador ou outro qualquer, procurem
avaliar se realmente é confiável que candidata com as qualidades dela ainda
mereça continuar na vida pública, diante dos incontestáveis resultados altamente
perniciosos e prejudiciais aos interesses nacionais e à vida da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de dezembro de 2017
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