domingo, 17 de dezembro de 2017

Candidatura de paraquedas?

A ex-presidente da República petista agora cogita se candidatar ao Senado Federal, na próxima eleição, mas ainda não foi definido por qual Estado a sua candidata se dará, que pode ser pelo Piauí, embora ela tenha nascido em Minas Gerais e mora atualmente no Rio Grande do Sul.
Segundo destacou um colunista do UOL, esta não é a primeira vez que a ex-presidente pretende se candidatar pelo Piauí, porque essa possibilidade já foi discutida há cinco meses e chegou a causar enorme desconforto no âmbito do PT piauiense, quando foi forçado a ser negado o fato pelo governador, tendo dito, na ocasião, que não estivesse negociando com a petista a sua transferência do domicílio eleitoral, de Porto Alegre para Teresina.
Acontece que ela já foi enxotada eleitoralmente do Rio Grande do Sul, quando o PT a deixou a ver navios, já tendo escolhido o atual senador petista como opção à reeleição para o Senado.
Se a ex-presidente tivesse escolhido Minas Gerais para se candidatar ao Senado, haveria páreo senatorial pitoresco, porque o seu concorrente opositor à Câmara Alta será exatamente o senador tucano, aquele mesmo que duelou com ela na disputa no último pleito presidencial, já que ele se declarou disposto a pleitear junto ao eleitorado mineiro a renovação do mandato.
Ao que tudo indica, a petista não terá caminho fácil para chegar até o Senado, diante da clara rejeição interno no partido para acomodá-la como candidata ao importante cargo, fato que a obrigou a se arrastar para outro Estado que lhe ofereça guarida, que pode ser o Piauí, mas lá já houve demonstração de resistência e com muita razão, notadamente porque ela não conhece sequer os problemas enfrentados na região, que somente foi no estado em visitas rápidas, exatamente em busca de votos, nas campanhas presidenciais.
Por sua vez, não passa de tremenda incoerência política, ela se candidatar em outro Estado diferente da sua residência, dando evidente demonstração da sua rejeição pelo próprio partido, além de contribuir para a desarmonia na nova situação eleitoral, considerando que a composição da política local passa a contar com corpo estranho, com o sentimento de alguém chegando de paraquedas, passando a se intrometer nos assuntos políticos do Estado, justamente por quem não faz parte do contexto histórico, que apenas se aproveita da situação para se beneficiar, em detrimento daqueles que têm seu passado político formado com por meio da sua dedicação e do seu sacrifício.
Ademais, não importando onde a ex-presidente for se candidatar, para qualquer cargo, é de bom alvitre se conhecer o seu histórico político, quando se sabe que a sua gestão teve a marca indelével de uma das piores presidentes do Brasil, somente sendo superada, em termos de avaliação administrativa, pelo atual presidente, que tem sido o pior avaliado, conforme mostram os resultados das pesquisas.
A verdade é que não importa qual seja o Estado escolhido para a ex-presidente se candidatar a qualquer cargo público eletivo, porque convém que seja avaliado o seu passado político e logo se verifica o lamentável histórico de fracasso deixado na gestão dela, que certamente não merece a confiança do povo para que ela o represente politicamente.
É mais do que notório que o Brasil foi conduzido ao fundo do poço, em razão de administração desastrada, conforme mostraram os indicadores econômicos, com a recessão comandando a economia, forma negativa; a inflação beirando os dois dígitos; os juros acima de 14% a.a.; o desemprego na casa dos 13 milhões de pessoas; a péssima prestação dos serviços públicos; o rombo nas contas públicas; a queda na arrecadação; a falta de investimentos em obras públicas; a perda do grau de investimento, pelas agências de classificação de risco; a desindustrialização, enfim, entre outras precariedades e mazelas que contribuíram para levar o país ao verdadeiro abismo, sem qualquer perspectiva de retomada do caminho do desenvolvimento socioeconômico.
No pior das hipóteses, hoje o país ainda não superou plenamente as crises, mas melhores ares já podem ser respirados com a volta do crescimento, a derrubada da inflação para menos de 3% a.m., a vertiginosa queda das taxas de juros para 7 % a.a., o estancamento do aumento do desemprego, entre outros fatores favoráveis ao ritmo do progresso econômico.  
Diante dos fatos, é de conveniência que os brasileiros, do estado que a ex-presidente se candidate ao cargo de senador ou outro qualquer, procurem avaliar se realmente é confiável que candidata com as qualidades dela ainda mereça continuar na vida pública, diante dos incontestáveis resultados altamente perniciosos e prejudiciais aos interesses nacionais e à vida da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de dezembro de 2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário