terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Necessidade de reformas

Na reunião com petistas, o líder maior do PT justificou a necessidade de alianças para garantir governabilidade, tendo dito que, mesmo que se eleja sozinho, o político terá que "fazer as contas" para governar.
Ele afirmou ainda que o ideal para o governante é que seu partido eleja 513 deputados e 81 senadores, que são, respectivamente, os números totais das composições da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Depois o político disse, em tom de brincadeira, que, se isso acontecesse no PT, no dia seguinte, o partido teria 40 tendências ideológicas.
Em resposta ao ex-prefeito petista da cidade de São Paulo, que pouco antes havia dito que espera que o ex-presidente dê um "passinho para a esquerda nas próximas eleições", o ex-presidente declarou que "Se for necessário eu ser de esquerda, sou mais que muita gente. Mas não sou burro. Não sou 'principista'" e que "política não se aprende na universidade".
Em sua intervenção, o ex-prefeito arrancou gargalhadas, ao descrever a cara de espanto de um ex-presidente norte-americano, ao ouvir do intérprete o que o ex-presidente petista acabara de dizer: que “ainda não haviam encontrado o ‘ponto G’ da relação Brasil e Estados Unidos”.
Ao defender seu espírito conciliador, o ex-presidente se definiu como um "ponto G" na política. Pouco antes de encerrar seu discurso, ele disse que “encontrará o ‘ponto G’ da vontade do povo brasileiro”.
Aos intelectuais, o ex-presidente disse ser necessário que se fale a linguagem do povo na disputa, tendo afirmado que, na favela, não precisa falar apenas em armamento como solução para segurança, mas também em emprego e educação, além de formação policial.
O petista disse que "O policial mais bem formado não vai sair atirando no primeiro negrinho que ele vê".
Ele defendeu ainda o aquecimento do mercado interno como saída econômica, ao afirmar que "Mais uma vez os pobres vão salvar o país.".
Na sua conclusão, o político ressaltou que nada do seu pensamento será possível sem que se ganhem as eleições, ou seja, "A gente só vai mudar se a gente ganhar.".
A mentalidade que prevalece com muita força no desejo do líder-mor do PT, com relação à conquista do poder, tem por base as alianças, as coalizões, que são modelo de extrema incompetência e ineficiência na administração do país, uma vez que essa forma de governabilidade implica necessariamente o vergonhoso loteamento de cargos dos ministérios e das empresas estatais, onde passa a prevalecer neles o mando dos partidos integrantes das alianças, que colocam nas suas direções, a exemplo das gestões petistas, pessoas despreparadas, desqualificadas e sem experiência, de modo que as suas indicações contribuem para o fortalecimento da precariedade na prestação dos serviços públicos à população, à vista dos fatos recentes.
Em outras palavras, o citado loteamento é extremamente prejudicial ao país porque o governante não tem condições de impor unicidade e integridade das suas verdadeiras políticas de governo, porque cada partido prioriza, nos ministérios e nas estatais, as próprias ideologias políticas, voltadas para a satisfação de seus interesses e não do governo e do país. 
Os governantes precisam se conscientizar de que os órgãos e as entidades públicos precisam ser comandados por especialistas nas respectivas áreas de atuação, de modo que o dirigente possa entender e compreender a dimensão dos reais problemas nacionais sob a sua incumbência, com muito mais facilidade do que os políticos que deles desconhecem e ainda contam com assessoramento que entende muito menos ainda da situação.
Não é verdade que os pobres sejam capazes de salvar o país, porque, ao contrário, é preciso que o estadista tenha ampla visão sobre o gigantismo dos problemas nacionais e competência ainda mais ampliada para equacioná-los com a necessária firmeza, à altura das medidas e das políticas públicas a serem adotadas, que não podem circunscrever-se à mera priorização da distribuição de renda, a exemplo de bolsas diversas, que se trata de política importante para a população, mas não se pode menosprezar as políticas públicas em geral, que são realmente prioritárias e capazes de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Percebe-se, com muita nitidez, que a mensagem do principal líder político brasileiro tem o viés completamente arrastado para o incremento do arraigado populismo, que foi o seu carro chefe na sua gestão, que até pode ser justificável, diante dos resultados eleitoreiros favoráveis aos seus planos políticos, mas essa velha estratégia política já se mostrou bastante desgastada e prejudicial aos interesses nacionais, diante do visível desprezo às políticas públicas que são essenciais e precisam ser também incrementadas como forma de contribuir para o desenvolvimento nacional.
Os brasileiros, na sua maioria, já vêm se manifestando, com muita clareza, no sentido de que a República do populismo precisa mudar de rumo e que o seu norte possa apontar para os novos horizontes da modernidade, que compreenda a imediata aceitação de amplas e profundas reformas das arcaicas e obsoletas estruturas do Estado, de modo que ele tenha a liberdade para funcionar com as necessárias autonomias de competência, eficiência, economicidade, transparência, legalidade, moralidade e tudo o mais que demonstre, de forma efetiva, a fiel observância dos princípios republicano e democrático, em harmonia com a evolução que já vem sendo respirada, com bastante benefício, nos países sérios, civilizados e modernos, em termos político, jurídico e democraticamente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de dezembro de 2017

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