Na
reunião com petistas, o líder maior do PT justificou a necessidade de alianças
para garantir governabilidade, tendo dito que, mesmo que se eleja sozinho, o
político terá que "fazer as contas"
para governar.
Ele
afirmou ainda que o ideal para o governante é que seu partido eleja 513
deputados e 81 senadores, que são, respectivamente, os números totais das
composições da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Depois
o político disse, em tom de brincadeira, que, se isso acontecesse no PT, no dia
seguinte, o partido teria 40 tendências ideológicas.
Em
resposta ao ex-prefeito petista da cidade de São Paulo, que pouco antes havia
dito que espera que o ex-presidente dê um "passinho para a esquerda nas próximas eleições", o
ex-presidente declarou que "Se for
necessário eu ser de esquerda, sou mais que muita gente. Mas não sou burro. Não
sou 'principista'" e que "política
não se aprende na universidade".
Em
sua intervenção, o ex-prefeito arrancou gargalhadas, ao descrever a cara de
espanto de um ex-presidente norte-americano, ao ouvir do intérprete o que o
ex-presidente petista acabara de dizer: que “ainda não haviam encontrado o ‘ponto G’ da relação Brasil e Estados
Unidos”.
Ao
defender seu espírito conciliador, o ex-presidente se definiu como um "ponto G" na política. Pouco antes
de encerrar seu discurso, ele disse que “encontrará
o ‘ponto G’ da vontade do povo brasileiro”.
Aos
intelectuais, o ex-presidente disse ser necessário que se fale a linguagem do
povo na disputa, tendo afirmado que, na favela, não precisa falar apenas em
armamento como solução para segurança, mas também em emprego e educação, além
de formação policial.
O
petista disse que "O policial mais
bem formado não vai sair atirando no primeiro negrinho que ele vê".
Ele
defendeu ainda o aquecimento do mercado interno como saída econômica, ao
afirmar que "Mais uma vez os pobres
vão salvar o país.".
Na
sua conclusão, o político ressaltou que nada do seu pensamento será possível
sem que se ganhem as eleições, ou seja, "A gente só vai mudar se a gente ganhar.".
A mentalidade que prevalece com muita força no
desejo do líder-mor do PT, com relação à conquista do poder, tem por base as
alianças, as coalizões, que são modelo de extrema incompetência e ineficiência
na administração do país, uma vez que essa forma de governabilidade implica
necessariamente o vergonhoso loteamento de cargos dos ministérios e das
empresas estatais, onde passa a prevalecer neles o mando dos partidos integrantes
das alianças, que colocam nas suas direções, a exemplo das gestões petistas,
pessoas despreparadas, desqualificadas e sem experiência, de modo que as suas
indicações contribuem para o fortalecimento da precariedade na prestação dos
serviços públicos à população, à vista dos fatos recentes.
Em outras palavras, o citado loteamento é
extremamente prejudicial ao país porque o governante não tem condições de impor
unicidade e integridade das suas verdadeiras políticas de governo, porque cada
partido prioriza, nos ministérios e nas estatais, as próprias ideologias
políticas, voltadas para a satisfação de seus interesses e não do governo e do
país.
Os governantes precisam se conscientizar de que os
órgãos e as entidades públicos precisam ser comandados por especialistas nas
respectivas áreas de atuação, de modo que o dirigente possa entender e
compreender a dimensão dos reais problemas nacionais sob a sua incumbência, com
muito mais facilidade do que os políticos que deles desconhecem e ainda contam
com assessoramento que entende muito menos ainda da situação.
Não é verdade que os pobres sejam capazes de salvar
o país, porque, ao contrário, é preciso que o estadista tenha ampla visão sobre
o gigantismo dos problemas nacionais e competência ainda mais ampliada para
equacioná-los com a necessária firmeza, à altura das medidas e das políticas
públicas a serem adotadas, que não podem circunscrever-se à mera priorização da
distribuição de renda, a exemplo de bolsas diversas, que se trata de política importante para a população, mas não se pode menosprezar as políticas públicas
em geral, que são realmente prioritárias e capazes de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Percebe-se, com muita nitidez, que a mensagem do
principal líder político brasileiro tem o viés completamente arrastado para o
incremento do arraigado populismo, que foi o seu carro chefe na sua gestão, que
até pode ser justificável, diante dos resultados eleitoreiros favoráveis aos
seus planos políticos, mas essa velha estratégia política já se mostrou
bastante desgastada e prejudicial aos interesses nacionais, diante do visível
desprezo às políticas públicas que são essenciais e precisam ser também
incrementadas como forma de contribuir para o desenvolvimento nacional.
Os brasileiros, na sua maioria, já vêm se
manifestando, com muita clareza, no sentido de que a República do populismo
precisa mudar de rumo e que o seu norte possa apontar para os novos horizontes
da modernidade, que compreenda a imediata aceitação de amplas e profundas
reformas das arcaicas e obsoletas estruturas do Estado, de modo que ele tenha a
liberdade para funcionar com as necessárias autonomias de competência,
eficiência, economicidade, transparência, legalidade, moralidade e tudo o mais
que demonstre, de forma efetiva, a fiel observância dos princípios republicano
e democrático, em harmonia com a evolução que já vem sendo respirada, com
bastante benefício, nos países sérios, civilizados e modernos, em termos
político, jurídico e democraticamente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de dezembro de 2017
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