Circula
nas redes sociais notícia segundo a qual uma juíza proibiu a realização de vaquejada,
na Paraíba, sem a autorização de associação e também diante da falta de protocolos
contra maus-tratos.
Que
não seja por falta de autorização de entidade tal ou de protocolo contra
maus-tratos, porque a tradicional vaquejada nordestina, na atualidade, não mais
faz o menor sentido, em especial diante dos riscos contra os animais, inclusive
as pessoas, à vista de eventuais acidentes, que podem causar ferimentos graves
aos bichinhos.
Com
absoluta certeza, não se trata somente de simples promoção cultural, como os
apaixonados pelo evento costumam argumentar, em defesa da vaquejada, mas sim com
vistas a fins econômicos com a sua realização.
Seria
bastante interessante ver alguém realizar vaquejada, por conta e risco, sem a
cobrança dos ingressos, nem das barracas de comidas regionais e bebidas e
outras atrações para as quais são cobrados para participarem dos eventos, e que
tudo isso seja feito somente por mera recreação, sem cobrança de nada, como
forma apenas de satisfação de cunho cultural.
Com
protocolo ou sem ele, os organizadores não estão nenhum pouco preocupados se o
boi fica sem o rabo e ou se ele sai do evento com a perna quebrada, porque ele
está de olho e muito bem interessado mesmo é no lucro fácil dos rendimentos vindos
dos ingressos e dos aluguéis dos barracos.
Tem
que acabar, com urgência, com essa hipocrisia de se alegar tradição cultural
nordestina para a realização da vaquejada, porque, no avanço da modernidade,
existem muitas e maravilhosas diversões que podem muito bem substituir a
vaquejada, sem nenhum risco para ninguém e certamente com a qualidade
satisfatória para alegrar a todos, fazendo esquecer diversão que somente traz
complicação com os animais e, às vezes, também com as pessoas.
Na
verdade, é preciso que o homem se conscientize de que, mesmo sendo irracionais,
os animais sofrem muito com os abusos, quando há violência que resulte em
machucamentos, ferimentos, fraturas, enfim, em decorrência de maus-tratos, que
são realidade que nada possa afastar das vaquejadas, nem mesmo os protocolos,
que são apenas exigências proforma, para se permitir a realização oficial da
judiação dos indefesos animais.
No
dia que ninguém mais comparecer às vaquejadas, por conscientização sobre a
judiação com os animais, não vai aparecer ninguém interessado em promover
eventos de graça e em simples nome da tradição cultural do Nordeste.
Espero
que os nordestinos se conscientizem sobre a imperiosa necessidade de realmente
eleger a vaquejada como evento imaterial e cultural do Nordeste, somente para
ficar na lembrança, como algo que já foi muito importante quando não tinha
outra forma de diversão, naquela região.
Brasília,
em 28 de julho de 2022
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