quinta-feira, 7 de julho de 2022

Insensibilidade humana

 

No último dia 4, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completou exatos 130 dias, em verdadeiros massacre e atrocidade contra a população deste último país, que perde incontáveis vidas humanas, a todo instante, além da perda do controle de seguidas cidades, como aconteceu naquele dia, em que Luhansk passou para o domínio russo, em seguida à conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates e centenas de mortes.

As invasões e o domínio de cidades foram confirmados pelo presidente ucraniano, que declarou que as tropas de seu país deixaram as cidades, o qual, de forma patética, teve o disparate de prometer a restauração do controle das áreas perdidas para a Rússia, argumentando o uso de táticas de guerra e a chegada de novas armas, como se fosse muito mais fácil a retomada das cidades do que o controle delas, que foram facilmente invadidas pelos russos.

O governador da região de Luhansk declarou que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, cidade de 100.000 habitantes antes da guerra, e que "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas. Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais".

A conquista de Lysychansk permite que as tropas russas avancem contra outras duas cidades da sua proximidade, o que praticamente garante o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014, ou seja, a dominação russa é de tal agressividade que uma a uma serão invadidas e todas as cidades ucranianas passarão para o domínio da Rússia, em rastro de mortes incontáveis, além muita destruição das suas edificações, que ficam em ruínas e inabitáveis.   

Em comunicado de autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo uma criança, foram mortas por conta de três mísseis russos que destruíram completamente grande edifício e um complexo turístico, em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, ou seja, os registros de mortes são constantes, permanentes e inevitáveis, em total horror próprio da guerra insana.

O presidente da Ucrânia disse que "Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", conquanto as autoridades locais tenham assegurado que "não havia qualquer alvo militar, no local dos ataques”, o que vale dizer que muitos inocentes estão morrendo nessa guerra horrorosa e infernal, mas ela continua mesmo assim, na certeza de que os estragos somente hão de ser incrementados, com muita quantidade de mortes e destruição.

O certo é que não faz o menor sentido o presidente da Ucrânia alegar que a Rússia faz terror, quando esse é realmente o sentido de qualquer guerra, porque esse é exatamente o resultado da falta de tolerância, diálogo e compreensão sobre os assuntos que levaram à eclosão dos combates, onde não tem espaço algum para sentimento de solidariedade e muito menos de compreensão.

O certo é que, desde o início dessa guerra monstruosa e sangrenta, não há registro de que a Ucrânia tenha se sagrado vitoriosa em nenhuma operação de combate contra a Rússia, conquanto, ao contrário, o exército russo vem tomando cidades atrás de cidades e matando civis e militares aos montes, sendo que muitos ou todos são inocentes.

Na verdade, somente um presidente insano e especialmente insensível às causas humanitárias ainda ousaria afirmar que as cidades perdidas serão restauradas, quando ele não teve a menor capacidade nem poder para a mínima resistência ao desproporcional poderio russo, em termos de material bélico, quando o seu poder de resistência corresponde a somente 10% do poderio do seu agressor, que, se quisesse, tomava todas as cidades ucranianas em piscar de olhos, mas os russos preferem exterminar e dominar a Ucrânia apenas de forma progressiva e estratégica, em monstruosa mortificina e destruição, sem pressa, mostrando os seus gigantescos poderes estratégico-militares.

À toda evidência, percebe-se que o objetivo do cruel ditador russo é dominar a Ucrânia, porque o seu país tem plenos poderes para dominá-la facilmente, à vista da disponibilização dos meios bélicos necessários para a completa invasão, ante a sua superioridade em todos os sentidos, conforme vem fazendo com a dominação de várias cidades, que são presas fáceis.

Ou seja, mais cedo ou mais tarde, toda Ucrânia passará para o domínio da Rússia, porque esse é processo inevitável, ante a precariedade de resistência ucraniana, mas somente depois do derramamento de muito sangue, de incontáveis mortes e da destruição das cidades.

Esses fatos da maior gravidade, à luz do bom senso e da razoabilidade, levariam qualquer presidente do país sensato e sensível, especialmente em termos humanitários, a compreender que a precária situação de resistência só tende a piorar com a progressividade dos combates bélicos, em todos os sentidos e não faz o menor sentido a continuidade da guerra, quando a busca da paz já é aconselhável há muito tempo, como forma de salvar muitas vidas e se evitar a destruição do país.

Nestas condições, é todo aconselhável, em especial à luz dos princípios humanitários, que as autoridades da Ucrânia, evidentemente lideradas pelo presidente do país, se conscientizem, o mais rapidamente possível, de que bom acordo de paz agora é a única maneira de se evitar que o país seja entregue à Rússia somente depois do extermínio de milhares de mortes e da sua completa destruição, visto que essa é a única alternativa sensata.

Assim, apelam-se por que as autoridades da Ucrânia se conscientizem de que é preciso se buscar urgente acordo de paz, como forma inteligente e racional de se evitar muito mais mortes e infinitas destruições das riquezas do país, que vem sendo bastante castigado, diante da falta de condições de resistência aos ataques russos, que têm superioridade, em termos de material de combate.          

Brasília, em 7 de julho de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário