terça-feira, 12 de julho de 2022

Amor ao Brasil?

 

Conforme texto atribuído à jornalista Hildegard Angel, do Jornalistas pela Democracia, ela teria avaliado a atual situação política brasileira e concluído que “todas as pessoas com consciência do mal que Bolsonaro faz ao país estão aderindo a Lula. São os lulistas de primeira viagem, que, mesmo não sendo petistas, e alguns sendo críticos a Lula, fazem questão de votar nele, como única alternativa para o bem do Brasil. É uma onda forte, um tsunami de amor ao Brasil, ao povo brasileiro e ao Estado que, todos juntos, os de agora e os de antes, ajudamos a construir, e essa horda maligna que se instalou no Planalto se empenha em exterminar. É a força do amor à Pátria arrebatando todos nós".

A mentalidade que concebe o fortalecimento de "amor ao Brasil" com a volta ao poder de político que é símbolo dos piores escândalos já acontecidos na história do país, na materialização dos nefandos mensalão e petrolão, em que os resultados das investigações dos fatos irregulares pertinentes apontaram o envolvimento dele com o recebimento de propinas, não condiz exatamente com o sentimento de amor de verdadeiros brasileiros, pelo menos de dignidade, moralidade e honradez.

Na verdade, a defesa de político com essa indecente índole de desonestidade e antibrasilidade só demonstra a materialização de desamor ao Brasil, que não merece ser presidido por pessoa que não consegue provar a sua inocência com relação aos fatos denunciados à Justiça, sob forte suspeita de irregularidades, em evidente prejuízo aos interesses dos brasileiros.

É absolutamente irreconhecível o povo que não se envergonha de formar onda, em tsunami, em torno de político em plena decadência moral, que não tem condições de preencher, mesmo que minimamente, os requisitos de conduta ilibada e idoneidade imaculada na vida pública, que são exigências mínimas necessárias ao exercício de cargos públicos eletivos, à luz dos princípios da moralidade, honestidade e dignidade na administração pública.

É bastante estranho, vergonhoso e deprimente esse mesmo povo que diz saber avaliar o governo como sendo maligno, por certo, apenas por força do sentimento ideológico, mas se julga entendedores da existência da construção da "força do amor à Pátria arrebatando todos nós", pasmem, tendo por inspiração político que foi julgado e condenado à prisão, à vista do cumprimento de parte dela na cadeia, em decorrência da comprovada prática de crimes contra a administração pública, na forma de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, precisamente por ter recebido propinas e não provar a sua inocência perante a Justiça brasileira.

Diante de tudo isso, onde está a dignidade desses brasileiros, que se conformam com a desonestidade como sendo prova de dignidade e honradez como sendo amor ao Brasil?

Que povo é esse que não se roboriza em envergonha por defender líder de partido que tem como aberta e escancarada ideologia a degradação da dignidade da família e de sentimentos e princípios religiosos e humanitários, por exemplo, com a banalização do aborto e da ideologia de gênero, da disseminação do uso de drogas, da devassidão da criminalidade e da violência, urbana e rural, mediante a invasão de propriedades privadas e templos religiosos, com a destruição de patrimônio e de imagens sagradas, além da defesa da impunidade e do terrorismo, sendo ainda favorável à licenciosidade de outros princípios humanitários?

Em razão disso, como justificar, perante a sociedade de bem e honrada, tantas maldades, libertinagens e afrontas à dignidade de princípios sociais como sendo amor às causas do Brasil?

Como ter brutal maledicência de se afirmar que eleger político com notórias índoles malignas, em visível degradação moral, na forma dessas condições que afetam diretamente princípios sociais e humanos, possa ser indicado como tal "a única alternativa para o bem do Brasil", como se o país estivesse mesmo em situação de extrema e generalizada decadência de suas estruturas, em termos de Estado?

Que país é este, que seu povo se bestializa e se satisfaz em ser presidido por quem não se reveste em dignidade dos mínimos requisitos capacitantes para o exercício de cargos públicos, diante do seu histórico de improbidade administrativa e de defesa de condutas contrárias aos salutares princípios humanitários?

Pobre povo que tem nas pessoas tidas por intelectuais inspiração para apoiar político que só merece desprezo da sociedade, por tudo de maléfico já protagonizado por ele contra os interesses dos brasileiros e do Brasil.

Enfim, a certeza da desgraça e da ruína de um país concentra na notória ingenuidade e na fragilidade do seu povo em acreditar em afirmações falaciosas que político com índole criminosa, comprovadamente pela Justiça brasileira, por prática de atos irregulares, conforme mostram os fatos, seria "a única alternativa para o bem do Brasil".

A maior gravidade que existe nessa falsa assertiva é que ela reside justamente na convicta afirmação, pasmem, de jornalista pertencente à classe da intelectualidade nacional, a quem, em princípio, deveria merecer plena credibilidade, por normalmente ser o espelho da opinião pública, no sentido de se acreditar a transmissão de informações fidedignas, honestas e verdadeiras sobre os assuntos de interesse da sociedade, sem jamais ter a indignidade de elevar político em visível decadência moral como sendo o único salvador da pátria, porque isso constitui gigantesca traição aos princípios da honestidade, da moralidade e da dignidade, não somente no âmbito profissional, mas também como brasileiro.

Ante o exposto, apelam-se para que os verdadeiros brasileiros, que tenham vergonha na cara e amor ao Brasil, se conscientizem em somente eleger candidatos que provem as suas condições de imaculabilidade na vida pública e que se comprometam com a defesa dos interesses da população.

Brasília, em 12 de julho de 2022

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