terça-feira, 19 de julho de 2022

Pobre povo

 

Circula nas redes sociais vídeo em que um desembargador, bastante exaltado, critica o desempenho do Judiciário brasileiro, em especial referência a decisões do Supremo Tribunal Federal, onde a vítima, no caso um ministro, se acha no direito de julgar seu agressor, sendo visto isso como abuso de autoridade e violação de princípio constitucional.

A forma espetaculosa como o desembargador se apresenta no vídeo mostra sua extrema  necessidade de aparecer para a mídia, com a finalidade de querer dizer algo como e ele fosse o dono da verdade. 

A pessoa sensata, ponderado e inteligente não precisa formar circo para transmitir a realidade dos fatos verdadeiros, sendo necessário apenas exposição com moderação e respeito aos princípios da sensatez, da sabedoria e da inteligência.

Ou seja, bastaria expô-los de forma acadêmica e pedagógica, sem necessidade de massacrar ninguém, nem mesmo ministros do Supremo, porque eles se cuidam de se condenarem por seus atos nefandos e recrimináveis, embora por vias contrárias às normas jurídicas.

A atitude do magistrado pode ser vista com muita preocupação, por mostra pessoa com índole voltada para a conquista de simpatia, apoio e aplausos da plateia, porque isso é um gigantesco incentivo à carreira política, em cujos Parlamentos já estão assoberbados de incompetentes agitadores e populistas, que aproveitam a ingenuidade daqueles que comungam com a mesma ideia com críticas inúteis, para agredir e ganhar fama perante a opinião pública, sempre imaginando que eles são os autênticos donos da verdade, mesmo que as suas colocações não tenham a mínima validade, senão para mostrar perda de tempo.

Seria bem melhor que não houvesse nada de espalhafatoso, mas que os conhecimentos jurídicos tivessem a sabedoria de propor medidas capazes de corrigir as deformações estruturais do sistema jurídico, por exemplo.

 É bastante lamentável, de forma dupla, tanto para quem se dispõe ao protagonismo de apenas criticar o que se encontra errado e nada contribuir para a sua correção, e as pessoas que o aplaudem por verem nisso forma de altruísmo de coisa alguma.

Pobre povo, que consegue se alimentar de pensamentos de vento, por que pobres de ideias construtivas, quando as críticas não levam à construção de proposta concreta, com a finalidade de correção das imperfeições apontadas.

Brasília, em 19 de julho de 2022

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