Sem ter
obtido sucesso com os frequentes ataques e acusações, dentro do Brasil, ao
funcionamento das urnas eletrônicas, ao sistema eleitoral, no seu conjunto, e a
ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente da República houve por bem ultrapassar
as fronteiras brasileiras, para mostrar a sua insatisfação para o mundo, por
meio de recados desesperadores aos embaixadores de países amigos.
Para
tanto, o presidente usou fatos investigados em inquérito da Polícia Federal,
ainda inconcluso sobre indícios de fraude nas urnas, que não provam nada de
substancial, para se comunicar, de maneira atabalhoada, com os embaixadores
estrangeiros.
Com
auxílio de slides, o presidente do país fez uso de cerca de 45 minutos para
mostrar as abobrinhas infrutíferas de sempre, algo sem nenhuma serventia para a
avaliação da seleta plateia certamente ávida por novidades sobre as anunciadas
precariedades do sistema eleitoral brasileiro.
O certo é
que o presidente do país aproveitou o ensejo para acusar o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral e dois ministros do Supremo Tribunal Federal de
terem o objetivo de tentar desestabilizar o país, quando isso parte da imaginação
dele, por não ter como comprovar a sua as suas afirmações, cujo resultado foi
verdadeiro fiasco, à vista da infantilidade demonstrada com espetáculo ridículo
e sem sentido nenhum de tentar expor possíveis deficiências do sistema eleitoral
brasileiro.
Possivelmente
temeroso pelo insucesso nas urnas, o presidente quis se antecipar aos fatos para
eleger o culpado pela injustificada derrapada, no caso de ser derrotado por
político que é símbolo da desonestidade, uma vez que até já foi condenado à
prisão por autoria de fatos irregulares que não foram desconstituídos dos autos,
tendo as urnas eletrônicas como algozes e ainda, como mau perdedor, ele já insere
no mesmo pacote acusatório outros coadjuvantes pelo temeroso tropeço, que são
ministros do Supremo que estiveram ou estão à frente do processo eleitoral.
Na
verdade, o encontro em apreço foi considerado verdadeira tragédia, exatamente
pelas imaturidade e precariedade dos recursos disponíveis como serventia para convencimento,
que, ao contrário, alguns embaixadores, depois da reunião, disseram que confiam
plenamente nas eleições brasileiras, que as consideram exemplos para o mundo,
não tendo recebido nenhuma adesão de apoio a esse projeto kamikaze.
Em
que pese o vexame presidencial, nada que foi falado na reunião surtiu o efeito
desejado pelo mandatário, porque nenhum governo estrangeiro repercutiu favoravelmente
às pretensões do presidente, que mereceu críticas da imprensa internacional,
mostrando o desespero de quem não sabe o que fazer para deixar de se incomodar
inutilmente.
Mesmo diante
do visível fracasso, o presidente do país está disposto a dar novo tropeção nas
suas trapalhadas, diante de novo show de horrores, por ocasião das comemorações
de Sete de Setembro, onde se espera a incidência de novos estropícios de insensatez
e incompetência, com a incidência de
novos ataques às urnas, na tentativa de desmoralização das urnas e das
instituições eleitorais, na certeza de que nada disso tem o condão de
contribuir para mudar a mudança do status quo, à vista de que a Justiça
eleitoral, que tem competência constitucional para fazê-la, considera
perfeitamente normal o funcionamento do sistema criticado, por motivação sem
fundamento.
O certo é
que as estratégias pró-golpistas do presidente do país ainda têm sido incapazes
de sensibilização por apoio à importante causa que poderia ter sido resolvida normalmente
por meio de medidas legislativas apropriadas e no seu devido tempo, com a aprovação
de projeto cuidando de estabelecer precisos parâmetros de como devem funcionar
a urna eletrônica e a apuração das eleições, de modo que seria impossível qualquer
resistência, por parte da Justiça eleitoral, sobre o aperfeiçoamento desejável
para as urnas eletrônicas e todo o sistema de votação.
À toda
evidência, o estrebucho do presidente do país não faz o menor sentido, na
altura do jogo político, no estado democrático de direito, porque a Justiça
eleitoral vem conduzindo o processo das eleições em harmonia com a legislação vigente,
cujas medidas que são adotadas, nas votações, estão em absoluta conformidade com
os parâmetros das eleições anteriores, em que não se conseguiu provar fraude
alguma, a se permitir tamanha desconfiança.
É evidente
que não se pode olvidar que o sistema de apuração dos votos é sim passível de manipulação
de difícil comprovação, mas isso, por si só, não pode ensejar o absurdo que vem
promovendo o mandatário do país, justamente por falta de provas a ensejarem inútil
tentativa de mobilização da sociedade, que só consegue o convencimento de
fanáticos apoiadores dele.
A verdade
é que o fiasco dessa reunião mostra, de forma definitiva, que a guerra bravamente
travada pelo presidente do país só tem perdedores, diante da falta de
resultados e da absoluta certeza de que nada se muda na base da estupidez, do
grito ou da bala, eis que o caminho civilizado aconselhável é pela via do diálogo,
do entendimento e principalmente da constitucionalidade, em que a norma
jurídica oferece o balizamento para as medidas necessárias ao equacionamento
dos problemas nacionais.
Apelam-se
para que o presidente da República se conscientize, em definitivo, de que o método
utilizado para o convencimento das suas ideias estapafúrdias, por ter como base
múltiplas desinformações e imprecisões, com conteúdo de visível inconsistência,
é absolutamente incapaz para gerar qualquer mudança do status quo do
processo eleitoral, mesmo que o sistema em si não ofereça a garantia de credibilidade
e segurança, que são afiançáveis apenas por meio de palavras da operadora
do sistema, sem adicionar nada sólido cuja robusteza fosse visível e palpável,
para a refutação das desconfianças, que são monstruosas e inquietantes.
Brasília, em 22 de julho de 2022
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