Circula
nas redes sociais vídeo em que aparece um valente artista do faroeste americano
para enfrentar à bala um grupo de bandidos, em rua do velho Oeste, onde ali é
travado o diálogo a seguir, sob o fundo de música clássica dos filmes do gênero.
“Olá,
forasteiro, o quê você está fazendo por
aqui? Trouxe dinheiro para a gente? Nós queremos dinheiro. É, infelizmente, eu
não trouxe dinheiro para vocês. Eh? É isso mesmo. O povo brasileiro tá cansado
de ser saqueado. Isso é uma piada? Não, não é uma piada. O povo brasileiro tá
cansado de ser saqueado, sabe, entende? E vocês roubaram o Brasil. (risos
por parte dos bandidos). O povo brasileiro não gosta que riem dele. Vocês roubaram.
Roubaram e levaram tudo que o Brasil tinha. Agora, eu estou aqui, para
cobrar... (o herói saca a arma e atira nos bandidos, matando todos). Eu
vi tudo o que você fez! Quem é você? Eu sou Jair Bolsonaro. Eu sou o presidente
do Brasil.”.
É
pena que esse herói, que viria salvar o país dos corruptos, representa o
presidente brasileiro muito mais com o estigma da incorporação do arraigado espírito
do fisiologismo tupiniquim.
Ele
é nada mais, nada menos, a principal estrela do nefando Centrão, que é o núcleo
do famigerado grupo denominado, pelo então candidato à Presidência da
República, da velha política, cuja alcunha foi abandonada quando houve a
necessidade da sua composição nada republicana com os mais ilustres aproveitadores
do dinheiro público, a exemplo da existência do orçamento secreto, que é criação
desse deplorável grupo político.
É
pena que essa perfeita cena do faroeste, com o roteiro ricamente adaptado, nem
com muita boa vontade e bastante esforço, imita o desejável presidente
justiceiro, justamente por falta de legitimidade, salvo na concepção dos
fantásticos seguidores dele, que agora não conseguem enxergar qualquer
promiscuidade nas práticas desonestas protagonizadas pelo Centrão, que consiste
nas exigências de cargos para seus apaniguados e emendas parlamentares para seu
bando de aproveitadores, que não são nada, mas tudo isso é forma clássica de
corrupção disfarçada.
É
lamentável que a ideologia, não importa se de direita ou de esquerda, somente
consegue enxergar aquilo que lhe é conveniente, como nesse caso do faroeste de
araque, em que o presidente de índole indiscutivelmente corrupta, é alçado a
herói justiceiro, mas somente de fachada, porque falta a ele o principal
ingrediente, qual seja, a ínsita moralidade, que inexiste nas pessoas
vinculadas ao desprezível e indigno Centrão.
Convém
que os brasileiros de verdade se esforcem em primar pela autenticidade das
propagandas políticas, onde somente possam refletir a realidade dos fatos,
em especial no que se referem às decisões nacionais, representadas pelo
presidente da República, como ator principal, que não deve ser confundido com
ator herói fake news, mas sim com o homem público de verdade, cujos atos possam
se harmonizar com os verdadeiros anseios da sociedade, porque de mentiras e falsificações
ninguém suporta mais.
Brasília, em 13 de julho de 2022
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