Circula na redes sociais mensagem que foi pronunciada por importante político
paulista, quando teria se referido a possível aliança eleitoral com partido que
ele repudiava, na época, conforme o seguinte texto: “Não existe a menor chance
de aliança com o PT. Vou disputar o segundo turno, para recuperar os empregos,
que eles destruíram saqueando o Brasil. Jamais terão o meu apoio para voltar à
cena do crime. Seus apoiadores são aqueles
que acampam em frente a uma penitenciária. ”.
Como é inacreditável que o homem público consiga ser tão maleável ao
ponto de regredir propositadamente, em termos de personalidade, caráter e
principalmente dignidade, quando se resolve se transformar naquilo que ele
entendia ser algo abjeto da sociedade, tal qual como ele se referia, sem que
tivesse havido nenhuma modificação quanto aos fatos por ele repudiados e
qualificados como criminosos, quando ele se refere à volta ao lugar do crime.
Vejam-se que esse político, muito voluntariamente, se junta, agora,
àquele que ele o considerava como esperto criminoso na gestão pública, ao mencionar,
de maneira enfática, que ele queria “apoio para voltar à cena do crime”.
No caso desse político, a sua deplorabilidade como pessoa pública se
deteriora por completo, porque a sua aliança logo com quem ele criticava como
autêntico criminoso evidencia exclusiva prova pessoal de interesse político para
voltar ao poder, sem sopesar os indícios de graves crimes protagonizados pelo
aliado, na vida pública, tanto que ele o qualificava como pessoa sem caráter,
se referir a ele como criminoso.
Esse fato mostra o retrato fiel do político tupiniquim, ou seja, do verdadeiro
antipolítico brasileiro, que se profissionaliza na vida pública com o propósito
para levar vantagens e aproveitar das oportunidades, como verdadeiro estrategista
desonesto e promíscuo aproveitador das benesses do poder, não importando o
lamaçal onde se encontra o partido no qual ele tenha buscado abrigo como
candidato, no dizer das suas palavras de desaprovação quanto às atitudes que
entendia antirrepublicanas.
Nesse caso, causa perplexidade o fato de que os casos duramente recriminados,
no passado, pelo político desavergonhado, se mantêm absolutamente os mesmos,
integralmente intocáveis, quanto aos sentimentos de irregularidades e destruição
à dignidade e à moralidade da representatividade na vida pública.
Ou seja, tudo que foi justo ter sido objeto das merecidas críticas dele,
tempos atrás, continua tendo a mesma validade, apenas houve nítida transformação
na conduta e na personalidade do político, quanto à sua ótica de avaliação dos
valores inerentes aos fatos irregulares atribuídos ao político ao qual ele se
junta, como se ambos não tivessem qualidades alguma para o exercício de cargos
públicos, que diz com quem é qualificado como criminoso, por decorrência do gerenciamento
de recursos públicos.
Espera-se que essa notória falta de caráter, diante de visível desmoralização
política, possa merecer a avaliação honesta do eleitor, para o fim de não permitir
a volta ao poder de pessoas indiscutivelmente desqualificadas e desonradas, à
vista da sua vocação de esperto aproveitador das benesses da administração pública,
em cristalina demonstração de dissonância com os consagrados princípios da
moralidade, da honestidade e da dignidade na vida pública.
Brasília,
em 6 de julho de 2022
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