O
presidente da República confirmou, de forma oficial, a sua candidatura à
reeleição presidencial, por ocasião da convenção nacional do Partido Liberal, tendo um general como vice da sua chapa.
Em
discurso, o presidente do Brasil pediu a Deus para que o povo brasileiro “nunca
sofra as dores do comunismo”, fazendo alusão crítica à candidatura do seu
principal opositor, na disputa presidencial, que se mostra seu rival direito na
eleição deste ano.
Ele também
relembrou momentos de seu governo, tendo afirmado que, “para o povo ser
forte, a intervenção do Estado precisa ser cada vez menor”, apesar de não
ter tido grandes atitudes nesse sentido, ao longo de seu governo, para aplicar,
na prática, o que ele vem apenas sinalizando desde a primeira sua candidatura.
Apesar de
seu governo ter sido envolvido em diversos casos de corrupção recente, a exemplo
dos episódios ocorridos nos Ministérios da Saúde e da Educação, o presidente do
pais tentou transferir a responsabilidade do atual momento para os governos anteriores
ao seu, sempre batendo na tecla da corrupção, a exemplo dos escândalos do
mensalão e do petrolão.
Embora
completamente desnecessário, o presidente do país fez questão de mencionar as
suas dificuldades perante o Supremo Tribunal Federal, tendo afirmado que “agora
todos conhecem o STF”, assim também todos o conhecem, tendo a nítida
impressão de que as crises geradas por ele são fruto exatamente da falta de
diálogo e mais ainda da exacerbada intolerância, em que prevaleceu, sobretudo, o
indisfarçável jogo pelo poder.
A
pandemia também mereceu destaque no discurso do candidato, como forma de defesa
de seu governo, tendo afirmado que “O mundo todo sofreu com isso. Buscamos
medidas para melhorar o sofrimento de nosso povo”, tendo criticado o “fique
em casa, a economia a gente vê depois”, algo com o qual, de maneira
negacionista e antivacina, ele sempre se mostrou averso e contra durante toda a
situação vivida, que resultou na morte de mais de 650 mil pessoas, só no
Brasil.
Na
verdade, a insensibilidade humanitário do governante, como se vê, contribui
para dificultar se enxergar o lado positivo do “fique em casa”, como mecanismo
importantíssimo para a preservação de vidas humanas, tendo apenas a triste percepção
do sentido econômico, como se este fosse de maior prioridade do que a vida
humana.
O presidente do país fez críticas à defesa
da “ideologia de gênero”, tendo afirmado que o seu principal opositor pretende
também legalizar o aborto e as drogas no Brasil, caso volte ao poder, a par de chamá-lo
de “cachaceiro”, “nove dedos”, “descondenado” e “bandido”,
que são verbetes completamente inadequados para ser lembrado em lançamento de candidatura,
que merecia discurso de alto nível, sem nenhuma necessidade de atacar ninguém,
mas sim apenas em termos apropriados ao evento, com proposições salutares que
normalmente se constituem em algo marcante ansiado pelo povo, em especial pelo
anúncio dos principais projetos e metas de governo, caso o candidato se eleja.
O presidente do país disse ainda que
o governo federal está há três anos e meio sem corrupção e que os “jovens de
esquerda” devem fazer comparação entre os dois governos, antes de decidir em
quem votar.
Nesse ponto, o candidato se esqueceu
que a espúria aliança com nefando Centrão, grupo político que simboliza o
recriminável fisiologismo, caracteriza forma indireta de corrupção com recursos
públicos, haja vista que se trata da ativa ação da velha política antes
denunciada por ele, em que os inescrupulosos parlamentares garantem apoio ao
governo, no Congresso Nacional, que é o caso desses inomináveis políticos, em
troca de cargos públicos e emendas parlamentares.
É preciso lembrar ao candidato que, além
da excrescência da aliança em si, ela foi selada para se evitar a abertura de
impeachment do presidente do país, fato este que só evidencia o grosso do lamaçal
que seu governo se colocou, por não envolver interesse público, mas sim causa
particular, em defesa dele.
Ainda no discurso, o já candidato à reeleição
fez apelo aos brasileiros para irem às ruas, no Dia Sete de Setembro, por
considerar excelente oportunidade para protestarem contra a urna eletrônica,
conquanto se trate de conclamação pública que o presidente do país deveria ter
evitado, por ser ato estranho à liturgia do seu cargo.
Em síntese, trata-se de lançamento de
candidatura mais pífia que se poderia ter sido planejada, em que o principal
candidato se preocupou em fazer desnecessárias e inúteis críticas sobre casos e
fatos que já se notabilizam na sua vida pública, todos recheados de
mediocridades totalmente inaproveitáveis como fins públicos, bem assim como
plataforma de governo.
Trata-se de indiscutível convocação de
ato antidemocrático contra os que o candidato qualificou de “surdos de capa
preta”, em referência aos ministros do Supremo, medida esta que não condiz
com a liturgia do cargo presidencial e muito menos com o assunto tratado no
evento.
Por fim, certamente, como metas de
novo governo, não se espera novidade alguma em relação à atual gestão, extremamente
decepcionante e pobre de realizações, salvo uma aqui e outra acolá, em termos
de obras ou serviços públicos de impacto, em que a máquina pública continua
envelhecida e inoperante, verdadeiro monstrodonte que resiste ao modernismo e
às reformas estruturais, preferindo permanecer com a mesma mentalidade da prevalência
do Centrão dando as diretrizes, inclusive no controle dos orçamentos da União,
fato que já sinaliza para nada animador para o futuro do país.
Ou seja, trata-se de lançamento de
candidatura das mais insossas dos últimos tempos, em que o candidato se esforça
para ser o político mais perfeito da face da Terra, mais é apenas colecionador
de críticas de seus opositores e da imprensa, tentando, sem sucesso, driblar os
múltiplos tropeços entre as próprias pernas, sob montanhas de incompetência e
deficiências, que demonstrou ser incapaz de aperfeiçoar o sistema eleitoral,
embora ele venha jurando que haja a existência de caixa preta e pontos cegos
nele, sem que ele tivesse habilidade para saneá-lo, por meio de adequadas medidas
legislativas, preferindo tentar resolver na base do grito, como se fazem nas
piores republiquetas.
O candidato de vanguarda, respeitado
por suas competência e eficiência, teria aproveitado o lançamento da sua
candidatura para fazer balanço das principais realizações da sua gestão, colocando
em destaque os assuntos relevantes e aqueles que beneficiaram a população, aproveitando
o ensejo para projetar seus novos planos, projetos e metas para a implementação
na próxima gestão, caso ele seja reeleito.
Evidentemente sem necessidade de
mencionar as inverdades já prometidas de mudanças em 2018 e não realizadas, uma
vez que nada de bom foi feito, em relação às promessas, em termos de reformas das
estruturas do Estado, da modernização dos serviços básicos da sua incumbência,
como educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, enfim, da melhoria das
condições de vida da população, porque o seu governo somente se preocupou, forma
prioritária, com a questão do armamento à população e nada mais mereceu
cuidados especiais, nem mesmo as privatizações tiveram vez no seu governo.
Na verdade, como reina extrema mediocridade
quanto aos atributos dos candidatos que se colocaram à disputa presidencial, o
presidente do país, em rigorosa seleção, leva enorme vantagem sobre seus opositores,
justamente porque ele tem em mãos a poderosa chave dos orçamentos da União, em condições
de liberar recursos para os parlamentares e a população, a exemplo do orçamento
secreto e do Auxílio Brasil, tendo ainda a mais importante e digna opção de se
mandar para o espaço a indesejável e degradante mentalidade socialista.
Brasília,
em 25 de julho de 2022
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