segunda-feira, 18 de julho de 2022

Ativismo político?

 

Um parlamentar demonstra enorme insatisfação diante de posicionamento de ministros do Supremo Tribunal Federal, que se manifestam sobre assuntos estranhos políticos, em conferência criticando abertamente o governo brasileiro.

Essa contestação parece risível, de certa forma, pelo fato de o deputado se revoltar, agora, contra o ativismo político de membros daquela corte, à vista de reportagem publicada pela mídia, quando isso já predomina há século e nada é feito para estancar os desvios de desempenho de membros de poderes da República.

 Realmente, é estarrecedor esse estado de deplorabilidade, por se tratar de gravíssima deformação do sistema republicano de poderes, em que o certo seria que cada qual cuidasse apenas das atividades inerentes à sua competência institucional, na forma disposta na Carta Magna.

Diante disso, chega a ser bastante espantoso e estarrecedor que tudo isso esteja acontecendo dessa maneira, que mostra que essa esculhambação vem de longe e o mencionado parlamentar, além de nada ter feito, na tentativa de se corrigir a inaceitável anomalia, até agora, como é do seu dever como legislador, tem o disparate de dizer que nós precisamos reagir, no sentido de fazer algo como antítese desse câncer que corrói os pilares da República.

Seria preferível que ele nem tivesse se indignado contra o status quo, porque isso só evidencia as suas omissão e incompetência, quando tem conhecimento de algo que está terrivelmente fora da curva e simplesmente se irrita e nada faz para combatê-lo, porque assim estaria fazendo sentido em reclamar do que está errado, deixando tudo como antes no quartel de Abrantes.

Aliás, a gravíssima culpa não é só desse parlamentar, porque todos, inclusive o governo, sabem perfeitamente o tanto do desvio funcional protagonizado pela estrutura supremacial, que não esconde de ninguém o seu desempenho funcional nada republicano de ser, e daí?

E daí, sim, porque seus desafetos se mostram um túmulo de incompetência, com a plena aceitação de tamanha deformação jamais permitida nem mesmo nas piores republiquetas, quanto mais nos países desenvolvidos, em termos político-democráticos.

Ficaria menos feio para o parlamentar se ele tivesse ficado em silêncio, porque somente assim ele não denunciaria o seu aleijão funcional nem do próprio governo, quando este apanha de maneira reiterada, por parte de membros do Supremo, mas fica por isso mesmo, apenas retribuindo com agressões que não levam a nada, tanto que o presidente do país prefere apenas reclamar do injustiçamento promovido por seus algozes, como assim são chamados ministros do Supremo.

Viva a democracia institucionalizada pelo governo dos brasileiros, que se satisfaz com o ativismo político prevalente, onde jamais deveria existir, nem ser permitido, mas isso faz parte do jogo político, precisamente como forma da sustentação das queixas sobre vitimização e injustiçamento, muito importante para justificarem a incompetência político-administrativa do governo.

Convém que os parlamentares sejam criteriosos no exercício do mandato, de modo que todos os desvios sejam não somente criticados, mas também saneados por meio de adequadas medidas legislativas da sua autoria, como forma do desejável aperfeiçoamento dos princípios democráticos.

Brasília, em 18 de julho de 2022

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