quarta-feira, 6 de julho de 2022

Valorização do voto

 

O momento político brasileiro se mostra um mar de incertezas, em clima de polarização, em que somente existem dois candidatos potencialmente na disputa presidencial, sendo um de direita e outro de esquerda, malograda a esperança do surgimento da terceira via forte, que não passou de enorme fiasco.

Infelizmente, os brasileiros não têm melhor alternativa para eleger seu presidente com reais perspectivas de competência, moralidade, eficiência e progresso, à vista da mentalidade retrógrada de ambos os políticos que lideram as pesquisas de preferência de votos.

É pena que o brasileiro tenha que eleger o político menos ruim para o Brasil, exatamente por falta de opção e nem é culpa, nesse caso, da mentalidade ou iniciativa do eleitor, porque, em nada, depende da vontade dele.

Não há a mínima possibilidade para a mudança desse deplorável quadro político, que se configura como definitivo, cuja situação político-administrativa só potencializa as dificuldades para o país e o povo, ante a indiscutível incompetência gerencial e a falta de iniciativa, ante às precariedades que grassam país afora, em que a principal autoridade da República conspira contra a sua continuidade no governo, permitindo que muitos de seus atos destoem da normalidade.

Exemplo claro dessa assertiva é o affair do MEC, com a presença de pastores estranhos ao serviço público, que resolveram se infiltrar nesse órgão para exigir propina para a liberação de recursos.

O governo teria aí excelente oportunidade para mostrar autoridade contra a corrupção, mesmo que não tivesse, a princípio, nada comprovado, mas tudo indica que tem e seria interessante que o presidente do país, imediatamente às denúncias, tivesse determinado as devidas apurações e, ao final, sendo encontrado tudo normal, ele sairia muito mais forte, inclusive podendo dizer, com base nos fatos investigados, que, realmente, no seu governo não há corrupção, à vista dos fatos apurados.

Na verdade, tem sim corrupção no governo e aos poucos ela vem à tona, por culpa da incompetência do presidente do país, que acha que é infalível e se esquiva de investigar os fatos denunciados, quando isso é do seu dever legal, como forma de prestação de contas de seus atos à sociedade.

 É preciso esquecer essa lenda de governo imaculado, porque têm muitos brasileiros tolos que ainda acreditam nessa história que, infelizmente, somente contribui para a omissão e o desprezo às investigações e as verdades, em detrimento dos interesses da legitimidade e da lisura nos atos de gestão pública.

A verdade é que há brasileiros honrados e dignos que aspiram por dedicação e zelo para com a coisa pública, pensando sempre no melhor para o Brasil, porque eles têm responsabilidade e maturidade para pensarem e decidirem com inteligência o futuro do país, embora essa seja, na verdade, a minoria, exatamente porque, do contrário, nunca a nação teria chegado ao fundo de tantas crises que são enfrentadas pelos governos dos últimos tempos.

Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a necessidade de mudança de mentalidade política, no sentido de que é preciso se pensar grande em benefício do Brasil, cujo progresso que se anseia permanentemente possa refletir diretamente em benefício da população, a mesma que pouco demonstra interesse na qualificação e no preparo dos governantes, que são vistos apenas por motivação oportunista e populista, sem a menor responsabilidade com a efetividade da real solução das causas nacionais, que afligem a vida do povo.

Apelam-se para que os eleitores se interessem na valorização do seu voto, no sentido de que somente elejam candidatos que tenham sincero compromisso com a defesa de suas causas, que são sempre aquelas que dizem com os serviços básicos da educação, saúde, segurança, infraestrutura e dos programas capazes de contribuir para a criação de empregos, tendo como princípio o respeito à legitimidade, à honestidade e à dignidade na consecução dos atos administrativos.   

Brasília, em 6 de julho de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário